Uma
carta de amor de sonicmaníacos para sonicmaníacos
Por Marlon Fonseca
Quem acompanhou a era dos
games na década de 90, ou ao menos estudou sua história, tem a consciência de
que os primeiros jogos do Sonic ofereceram lançamentos de bastante impacto e
inovações para a indústria[1]. Desde então o personagem
se tornou sinônimo de games e é até hoje um dos mais cultuados, atravessando
gerações. Porém, após a fase áurea em 16-btis, o personagem nas gerações seguintes
oscilou entre sucessos, decepções, alguns acertos e outros equívocos.
Diante desse cenário os fãs
sempre pediram a volta do personagem para o estilo que o consagrou. Ainda
oscilando, alguns jogos chegaram perto como Sonic
Colors e Generations (que fez uma
boa mescla entre os estilos 2d e 3d). Já o Sonic
4, que deveria de fato assumir esse papel, decepcionou. E depois de tanto
patinar, o anuncio de Sonic Mania dava a entender que a Sega enfim tinha
escutados os jogadores.
E para a confecção do novo
jogo a empresa não somente ouviu os anseios dos jogadores e fãs como contou com
alguns deles no desenvolvimento direto do projeto o que colaborou com o aspecto
de verdadeira continuação que o jogo se estabelece e o respeito aos jogos raiz.
Com mecânicas e estilos
baseados nos Sonics 1,2 e 3 do
Mega-Drive e do Sonic CD do Sega CD
(além de trazer referências a muitos outros jogos da série), o jogo porta-se e
apresenta-se como uma verdadeira continuação aos acontecimentos dos jogos
citados, trazendo um equilíbrio entre o passado, presente e futuro em um
resultado digno da história e excelência dos personagens.
O game manteve a base dos clássicos e trouxe novos levels e elementos |
Sonic Mania não apela apenas
para a nostalgia de forma gratuita, ele se desenvolve a partir dos jogos base e
acrescenta novas nuances como uma verdadeira continuação deve fazer. Há uma
mescla entre o novo e o antigo extremamente orgânica e bem empregada.
Fases clássicas reaparecem
mas sempre com uma nova roupagem, desafio ou caminho, além de novos acordes
musicais para as suas icônicas trilha sonoras.
Mas o jogo em sua maioria
traz cenários novos, novas zonas, desafios, cenários e inimigos desenvolvidos
dentro do estilo da era 16 bits, mas se aproveitando um pouco do poderio dos
consoles atuais com efeitos caprichados e mais detalhes e cores e músicas. Studiopolis,
Mirage Saloon e a lindíssima Press
Garden já se apresentam como as melhores já feitas na série.
Todos são amplos permitindo
várias abordagens e caminhos para ultrapassa-los honrado o brilhante level design que a série sempre teve.
Como de costume as fases são denominadas zonas onde cada uma contém 2 atos. No
fim de cada ato há uma batalha com o chefe.
Campanha com desafio justo e boa duração |
As boss battle também seguem
o caminho da mistura entre passado e presente e é aqui onde se expande bastante
a jogabilidade e os desafios do jogo saindo-se algumas entre as mais inventivas
já vistas e divertidas em toda a saga do querido ouriço azul e seus amigos.
A campanha principal dura em
média de 3 a 4 horas, mas sem dúvidas, irá se estender diante das inevitáveis
mortes (muitas delas dos já conhecidos esmagamentos e afogamentos
involuntários). A dificuldade segue o padrão do gênero: determinado desafio e
chefe podem parecer difíceis em um primeiro momento, mas assim que superados se
tornam mais fáceis em uma eventual revisão.
A maioria das fases podem
tranquilamente ser passadas sem esforço. Ainda no quesito dificuldade o jogo
traz uma pegadinha: ao perder todas as vidas e usar o save retoma-se ao
primeiro ato da zona onde morreu mesmo que se tenha morrido no segundo. Essa situação
frustra e trava a jogatina em alguns momentos prejudicando um pouco o ritmo do
jogo o que pode incomodar os jogadores mais afoitos.
A campanha também se alonga
ante a possibilidade em se jogar em quatro configurações possíveis: Sonic +
Tales, Sonic, Tails, Knuckles, onde acaba oferecendo variações na jogatina em
razão da peculiaridade de cada personagem. Além disso as cobiçadas esmeraldas
do caos estão de volta em fases bônus que oferecem bastante desafio. Esses
atributos dão margem à finais diferentes.
As boss battles são muito interessantes e o jogo traz mitas referências |
Além do modo principal o jogo traz ainda
outros dois. No Time.Attack, conforme o nome diz a luta é contra o relógio.
Aqui também são permitidas as mais variadas configurações de personagens para
se utilizar. Já o competition traz de volta o modo de corrida/competição entre
dois jogadores em co-op local.
Outros extras podem ser
desbloqueados e jogadores já acharam um cheat
mode (debug mode) onde se pode alterar várias coisas no jogo com novos
movimentos, inclusão de itens nos cenários e seleção de fases.
A Jogabilidade remete também
à raiz da série sendo sua curva de aprendizado instantânea para os veteranos e
rápida para os iniciantes. Quando dominada, as soluções para os desafios e
situações que aparecem surgem instintivamemnte.
Além da campanha, o jogo traz novos modos. |
Como cereja do bolo, o jogo
traz inúmeras referências a demais jogos da omga carreira do personagem, sendo captá-las
mais uma diversão para os jogadores (a do mean bean machine é genial).
O resultado de todo esse
trabalho já está aparecendo. A comunidade gamer e os críticos reagiram
extremamente positivos e favoráveis ao jogo relembrando os bons tempos de
impacto no lançamento de uma nova empreitada com o Sonic. Sucesso merecido para
essa verdadeira carta de amor e uma sequência brilhante que serve tanto para os
sonicmaníacos de antigamente como os que serão a partir de agora.
Nota: 9,5
Ficha
Técnica:
Sonic Mania
Gênero: Ação, plataforma
Produtora(s) SEGA.
Data de Lançamento: 15 de
Agosto de 2017 para PS4, Xbox One, Switch
29 de Agosto de
2017 para PC
[1]
Para um melhor e aprofundado entendimento dessa época fica mais uma vez a
recomendação do livro “A Guerra dos consoles”, publicado pela Editora Intrínseca.
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