sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Crítica Sonic Mania

Uma carta de amor de sonicmaníacos para sonicmaníacos


Por Marlon Fonseca



Quem acompanhou a era dos games na década de 90, ou ao menos estudou sua história, tem a consciência de que os primeiros jogos do Sonic ofereceram lançamentos de bastante impacto e inovações para a indústria[1]. Desde então o personagem se tornou sinônimo de games e é até hoje um dos mais cultuados, atravessando gerações. Porém, após a fase áurea em 16-btis, o personagem nas gerações seguintes oscilou entre sucessos, decepções, alguns acertos e outros equívocos.

Diante desse cenário os fãs sempre pediram a volta do personagem para o estilo que o consagrou. Ainda oscilando, alguns jogos chegaram perto como Sonic Colors e Generations (que fez uma boa mescla entre os estilos 2d e 3d). Já o Sonic 4, que deveria de fato assumir esse papel, decepcionou. E depois de tanto patinar, o anuncio de Sonic Mania dava a entender que a Sega enfim tinha escutados os jogadores.

E para a confecção do novo jogo a empresa não somente ouviu os anseios dos jogadores e fãs como contou com alguns deles no desenvolvimento direto do projeto o que colaborou com o aspecto de verdadeira continuação que o jogo se estabelece e o respeito aos jogos raiz.

Com mecânicas e estilos baseados nos Sonics 1,2 e 3 do Mega-Drive e do Sonic CD do Sega CD (além de trazer referências a muitos outros jogos da série), o jogo porta-se e apresenta-se como uma verdadeira continuação aos acontecimentos dos jogos citados, trazendo um equilíbrio entre o passado, presente e futuro em um resultado digno da história e excelência dos personagens.


O game manteve a base dos clássicos e trouxe novos levels e elementos

Sonic Mania não apela apenas para a nostalgia de forma gratuita, ele se desenvolve a partir dos jogos base e acrescenta novas nuances como uma verdadeira continuação deve fazer. Há uma mescla entre o novo e o antigo extremamente orgânica e bem empregada.
Fases clássicas reaparecem mas sempre com uma nova roupagem, desafio ou caminho, além de novos acordes musicais para as suas icônicas trilha sonoras.

Mas o jogo em sua maioria traz cenários novos, novas zonas, desafios, cenários e inimigos desenvolvidos dentro do estilo da era 16 bits, mas se aproveitando um pouco do poderio dos consoles atuais com efeitos caprichados e mais detalhes e cores e músicas.  Studiopolis, Mirage Saloon e a lindíssima Press Garden já se apresentam como as melhores já feitas na série.

Todos são amplos permitindo várias abordagens e caminhos para ultrapassa-los honrado o brilhante level design que a série sempre teve. Como de costume as fases são denominadas zonas onde cada uma contém 2 atos. No fim de cada ato há uma batalha com o chefe.

Campanha com desafio justo e boa duração

As boss battle também seguem o caminho da mistura entre passado e presente e é aqui onde se expande bastante a jogabilidade e os desafios do jogo saindo-se algumas entre as mais inventivas já vistas e divertidas em toda a saga do querido ouriço azul e seus amigos.

A campanha principal dura em média de 3 a 4 horas, mas sem dúvidas, irá se estender diante das inevitáveis mortes (muitas delas dos já conhecidos esmagamentos e afogamentos involuntários). A dificuldade segue o padrão do gênero: determinado desafio e chefe podem parecer difíceis em um primeiro momento, mas assim que superados se tornam mais fáceis em uma eventual revisão.

A maioria das fases podem tranquilamente ser passadas sem esforço. Ainda no quesito dificuldade o jogo traz uma pegadinha: ao perder todas as vidas e usar o save retoma-se ao primeiro ato da zona onde morreu mesmo que se tenha morrido no segundo. Essa situação frustra e trava a jogatina em alguns momentos prejudicando um pouco o ritmo do jogo o que pode incomodar os jogadores mais afoitos.

A campanha também se alonga ante a possibilidade em se jogar em quatro configurações possíveis: Sonic + Tales, Sonic, Tails, Knuckles, onde acaba oferecendo variações na jogatina em razão da peculiaridade de cada personagem. Além disso as cobiçadas esmeraldas do caos estão de volta em fases bônus que oferecem bastante desafio. Esses atributos dão margem à finais diferentes.
As boss battles são muito interessantes e o jogo traz mitas referências


 Além do modo principal o jogo traz ainda outros dois. No Time.Attack, conforme o nome diz a luta é contra o relógio. Aqui também são permitidas as mais variadas configurações de personagens para se utilizar. Já o competition traz de volta o modo de corrida/competição entre dois jogadores em co-op local.

Outros extras podem ser desbloqueados e jogadores já acharam um cheat mode (debug mode) onde se pode alterar várias coisas no jogo com novos movimentos, inclusão de itens nos cenários e seleção de fases.

A Jogabilidade remete também à raiz da série sendo sua curva de aprendizado instantânea para os veteranos e rápida para os iniciantes. Quando dominada, as soluções para os desafios e situações que aparecem surgem instintivamemnte.

Além da campanha, o jogo traz novos modos.

Como cereja do bolo, o jogo traz inúmeras referências a demais jogos da omga carreira do personagem, sendo captá-las mais uma diversão para os jogadores (a do mean bean machine é genial).

O resultado de todo esse trabalho já está aparecendo. A comunidade gamer e os críticos reagiram extremamente positivos e favoráveis ao jogo relembrando os bons tempos de impacto no lançamento de uma nova empreitada com o Sonic. Sucesso merecido para essa verdadeira carta de amor e uma sequência brilhante que serve tanto para os sonicmaníacos de antigamente como os que serão a partir de agora.

Nota: 9,5

Ficha Técnica:
Sonic Mania
Gênero: Ação, plataforma
Produtora(s) SEGA.
Data de Lançamento: 15 de Agosto de 2017 para PS4, Xbox One, Switch
                                        29 de Agosto de 2017 para PC



[1] Para um melhor e aprofundado entendimento dessa época fica mais uma vez a recomendação do livro “A Guerra dos consoles”, publicado pela Editora Intrínseca.

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