...CINEMA
Opiniões #25- Os Vingadores (The Avengers, 2012)
Por Marlon Fonseca
Enfim
chega aos cinemas a última e maior parte de um quebra-cabeças muito bem criado
pela Marvel Studios. A primeira peça
e base de tudo foi lançada em 2008 quando em o Homem de Ferro Nick Fury aparece diante de
Tony Stark e menciona uma “iniciativa”. Nos subseqüentes O Incrível Hulk, Homem
de Ferro 2, Thor e Capitão América novas peças foram surgindo e agora o todo se
completa.
“Houve
um dia como nenhum outro, em que os maiores heróis do mundo se viram unidos
contra uma ameaça comum. Naquele dia, os Vingadores nasceram...para combater os
inimigos que nenhum super herói poderá enfrentar sozinho”. Com esta frase e
princípio, o grupo surgiu em 1963 para os Quadrinhos.
Em
2012 nascem com o mesmo mote nos cinemas. Na trama do filme a ameaça comum é o
ensandecido e cada vez mais perigoso meio irmão de Thor, Loki, agora munido de
um terrível exército alienígena. Para combatê-lo Nick Fury finalmente inicia a
sua Iniciativa Vingadores e reúne os
heróis, Homem de Ferro, Capitão América, Hulk, Thor, Vúva Negra e Gavião
Arqueiro. Juntos tentarão defender a Terra desta terrível ameaça. Ou, ao menos,
vinga-la. Mas não sem antes ter que enfrentar outro perigo em comum: a
convivência.
Mais
do que um filme de ação, Os Vingadores
é uma empreitada cinematográfica. Uma das maiores de todos os tempos. O que a
Marvel fez antes mesmo da estréia do filme já é digno de aplausos. Trouxe aos
cinemas seu universo coeso e interligado com todos seus filmes anteriores
apontado para este único horizonte.
Para
esta tarefa, o escolhido foi Joss Whedon que já mostrara na série Firefly e seu filme Serenity, habilidade em administrar uma equipe e seus
protagonistas. Seu sucesso á frente da série de quadrinhos Os surpreendentes X-men o qualificou de vez.
Whedon,
que também co-escreveu o roteiro do longa[1], soube muito bem dosar cada característica e
importância dos personagens. Contando com generosas 2 horas e 20 minutos de
projeção ele teve tempo de sobra para estabelecer os conflitos e elos entre todos
os personagens. Destaque também para os diálogos acima da média, principalmente
nos embates psicológicos entre os heróis e Loki. A montagem também ajuda e mantém
o filme fluente e “redondo”.
Percebe-se
o cuidado na ligação entre todos os filmes anteriores, mas em nenhum momento se
parece algo forçado. Pelo contrário o resultado é bastante orgânico. Todos os
personagens tem sua importância e destaque na trama.
Como
era de se esperar de uma produção deste porte, os efeitos especiais estão
excelentes e o 3D que fora mal utilizado no filmes do Thor e Capitão América
aqui está muito melhor realizado, destacando os efeitos em algumas cenas e
causando imersão em
outras. Whedon segura as rédeas das espetaculares cenas de
ação muito bem e os espectadores ainda são brindados com uma seqüência sem
cortes alternando a ação dos heróis.
Mas nada daria
certo sem o elenco. Alternando entre atores consagrados e astros em ascensão
todos estão em ótima performance. Como era de se esperar Robert Downey Jr sai á
frente do elenco. São deles as melhores frases de efeitos e os momentos de
maior humor. Mas seu Tony Stark mostra mais uma vez que sabe ser heróico quando
preciso. Scarlet Johansson que vem com a ingrata tarefa de ser a única mulher
do grupo apresenta a competência de sempre e sua Viúva Negra no decorrer do
filme vai apresentando as suas diversas camadas. Mark Ruffalo estreando no
papel do atormentado Bruce Banner o faz com exímia qualidade. Suas feições e
movimentos também estão presentes no Hulk mais bem feito e icônico dos cinemas
até o momento. Chris Henswort continua acertando a mão como Thor com seu misto
de brutalidade, nobreza e sentimento de culpa pelos atos de seu irmão. Samuel
L. Jackson e Jeremy Ranner também dão conta do recado quando acionados.
Justiça,
porém, deve se fazer a Chris Evans que dá um passo á frente em sua
interpretação como Capitão América chegando bem próximo ao Steve Rogers honroso,
heróico e líder nato dos quadrinhos. Mas o destaque de todo este excelente
elenco fica mesmo para Tom Hiddleston. Seu Loki apresenta-se com um misto de
loucura, fraqueza, sagacidade segurando-se muitíssimo bem no papel de ameaça geradora
da união dos personagens.
O quebra-cabeça da Marvel se completa de forma bastante competente. O primeiro,
diga-se de passagem. Peças para o segundo já foram lançadas e novas surgirão
nos próximos anos em Homem de Ferro 3, Thor 2, Capitão América 2 e num eventual
novo filme do Hluk[2] para que
se juntem á peça maior Vingadores 2 em 2015[3].
Houve
um dia em que os maiores heróis do planeta juntaram-se nos cinemas para
entreter e emocionar a todos. Poucos se esquecerão dele.
Cotação: (5/5)
Ficha
técnica: Os vingadores (The Avengers, USA, 2012). Ação. Direção: Joss Whedon. Elenco: Robert Downey
Jr., Chris Evans, Samuel L. Jackson, Scarlett Johansson, Mark Rufallo, Chris
Hesworth, Jeremy Renner, Tom Hiddleston, Clark Gregg. Duração: 142 min.