...CINEMA
Opiniões #28- Battleship – A Batalha dos Mares (Battleship,
USA, 2012).
Por Marlon Fonseca
Battleship – A Batalha dos Mares é um
projeto inusitado. Quem não vem acompanhando o seu desenvolvimento talvez não
saiba, mas ele é inspirado no clássico jogo de tabuleiro batizado aqui no
Brasil de Batalha Naval. Para incrementar a adaptação, e aproveitando o mega
sucesso de Transformers, os
produtores resolveram adicionar alienígenas robóticos na história. Saiba aqui e
agora, o que resultou dessa ideia.
Na
trama, em meio a jogos envolvendo as forças marítimas de vários países, a terra
é invadida por alienígenas hostis. A batalha é focada em grupo de marinheiros
americanos liderados por um jovem e irresponsável comandante.
Não
esperem um roteiro que faça qualquer tipo de sentido. O filme gasta sua meia
hora inicial apresentando personagens, estabelecendo conflitos e relacionamentos
(irmão mais velho com irmão mais novo, sogro e genro, fisioterapeuta com
cliente revoltado) para logo após o início da invasão abandonar tudo em prol da
ação.
Assim, o filme
é o exponencial do dito “cinema-pipoca”. É aquele tipo de longa que serve
apenas e tão somente como diversão fugaz e esquecível. Barulhento, exagerado e
com cenas de ação e efeitos especiais competentes.
Nesse quesito,
ele chega a empolgar em alguns momentos. As seqüências de destruição e batalhas
são muito bem orquestradas pelo diretor Peter Berg (de Bem vindo á Selva, Hancock e
O Reino) que evita o expediente de
câmera tremida, habitual de seu colega, Michael Bay[1].
Principalmente quando se vislumbra, ainda que rapidamente e em uma seqüência
apenas, o jogo no qual fora “inspirado” ao mostrar uma verdadeira guerra
estratégica. Já a ação envolvendo a namorada do protagonista e seu paciente,
juntos a um cientista atrapalhado, aborrece um pouco.
Os efeitos,
como era de se esperar de uma produção galgada principalmente neles, estão
muito bons e os designs de veículos e
criaturas ficaram bacanas.
Quanto ao
elenco, temos Taylor Kitsch como o herói estilo “talento desperdiçado”[2] se
saindo bem tal qual em John
Carter. Ainda que continue imitando a
voz de James Franco. Alexander Skargasd (O vampiro Eric de True Blood e do excelente Melancolia
se sai bem com o pouco que tem). Brooklyn Decker (a namorada de Adam Sandler em
Esposa de Mentirinha) está ali mais
para enfeitar a tela e é prejudicada por estar na parte mais aborrecida do
filme. Rihanna, outro aspecto curioso deste filme, está mais para uma imitação
chata de Michelle Rodriguez.[3] Já
Liam Nesson pouco aparece e está ali para tentar dar mais credibilidade ao
projeto e “tira de letra” a tarefa, como de costume.
Battleship é isso. Uma idéia absurda que
resultou em um filme com tudo de bom e ruim que o cinema de ação
descompromissado pode oferecer: muito barulho, correria, efeitos especiais de
ponta e sentido algum no que você está assistindo.
Cotação: (3/5)
Ficha Técnica:Battleship – A batalha dos Mares (Battleship, USA, 2012). Ação. Direção:
Peter Berg. Elenco: Taylor Kitsch, Alexander Skargard, Rihanna, Brooklyn Decker
e Liam Nesson. Duração: 132 min.