sábado, 25 de maio de 2013

...CINEMA. Opiniões #67 - Velozes e Furiosos 6

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Opiniões # 67 – Velozes e Furiosos 6 (Fast and Furious 6, USA, 2013)

Por Marlon Fonseca

           
              A longevidade da franquia Velozes e Furiosos pode causar espanto em muita gente. Mas ela só foi possível a partir do quanto filme onde todo o elenco do original retornou e o aspecto policial e o conceito de “família” passou a se expandir e ser o foco dos protagonistas. As cenas de ação, o carisma dos personagens, os carros tunados e as belas mulheres também contribuíram para o sucesso.

            Nesse sexto filme, a foragida equipe liderada por Dominic Toretto (Vin Diesesl) e Brian O´Conner (Paul Walker) precisam ajudar o agente Hobbs a perseguir uma organização mercenária comandada pelo perigoso Shaw (Luke Evans), motivados pela promessa de liberdade e a busca por respostas acerca do destino de Letty (MichelleRodriguez).

            Já no início do longa[1], percebe-se que o conceito de família pregado por Torreto viria mais forte e traria um elo sentimental ainda mais destacado. Dessa vez e mais do que nunca ele é a motivação dos personagens nessa nova empreitada.

            Infelizmente, fora utilizado um recurso inesperado, pouco inspirado e problemático à trama para apresentar as motivações de Letty. Muitas incoerências são notadas na trama por causa desse aspecto.
"Família" reunida para mais uma missão

            Mesmo assim, passado esse incômodo, a trama segue bem já no estilo imposto pela série com investigações intermediadas por cenas de ação aceleradas. Estas, diga-se de passagem, estão dentre as melhores e mais bem feitas da franquia, brindando o público, inclusive com uma sequência final de mais de 10 minutos de pura tensão, emoção e inverosimilhança.

            Destaque também para as duas ótimas sequências de luta entre Gina Carano e Michelle Rodriguez. As duas dão um show e enfraquecem as lutas dos “machões”. Mas todos no elenco têm seus momentos, principalmente as cenas divertidas com Ludacris e Tyresse Gibson presentes e até mesmo o lado romântico de Han. (Sung Kang).
"Motivação" de Letty é o ponto fraco mas...
...Michelle Rodriguez dá show em lutas com Gina Carano

            O vilão desta sexta parte é definitivamente a maior ameaça que o grupo já enfrentou, mas esse ainda continua sendo um dos aspectos mais frágeis de toda a franquia que nunca apresentou um oponente memorável.

            Sendo assim, Velozes e Furiosos 6 é um dos melhores filmes da longeva franquia. Tirando o exagero em algumas sequências e da fragilidade na trama das motivações de Letty, tudo o que fez a série chegar até aqui está presente em grande estilo.




Notas: - Fiquem atentos à cena logo no início dos créditos. Ela apresentará o vilão do sétimo filme e dará uma pista sobre a trama do mesmo.

            -O Diretor Justin Lin que comanda a franquia desde o terceiro filme, não retorna para o sétimo, pois considerou a agenda imposta pela Universal muito cansativa (o próximo filme está em vias de começar a ser filmado para lançamento já em 2014).


Cotação: 8,0

Ficha Técnica: Velozes e Furiosos 6 (Fast and Furious 6, USA, 2013). Ação. Direção: Justin Lin.  Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Jhonson, Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, Gina Carano, Tyresse Gibson, Sung Kang, Gal Gadot, Elsa Pataky e Luke Evans. Duração: 130 min.





[1] Inclusive com a ótima abertura do filme que mostra trechos das partes 1, 4 e 5.

terça-feira, 14 de maio de 2013

...CINEMA. Opiniões #66 - Vai Que Dá Certo


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Opiniões # 66 – Vai que Dá Certo (Brasil, 2013)

Por Marlon Fonseca

               
                      Até para ser bandido tem que ser ter talento e felizmente para o público, mas infelizmente para os personagens de Vai que Dá certo eles não o têm. No filme acompanhamos um grupo de amigos na casa dos 30 anos de idade que enxergam em um plano de roubo a oportunidade de resolver a sua situação financeira. Mas, ao contrário do título, nada vai dar certo.

            Trata-se de um filme com humor agradável e favorecido pela sua curta duração e pelo elenco afiadíssimo. As situações absurdas e tiradas e diálogos envolvendo o mundo dos games e do cinema ajudam no clima[1].

            Mesclando talentos jovens em ascensão para comédia como Fabio Porchat, Gregório Duvivier e atores mais calejados como Danton Mello e Natália Lage, o elenco tem uma afinidade e uma camaradagem que beneficia muito o filme. Um adendo divertido é ver o sotaque paulista de alguns autores (a maioria carioca), cada um mais bizarro que o outro propositalmente. Lúcio Mauro Filho, entretanto, parece ter levado a sério e até mesmo sua voz muda por completo.
Turma enrolada mas bem afiada

            O roteiro segue o padrão de esquetes em volta de um fio condutor. Não espere brilhantismo nesse quesito. Diálogos e situações divertidas se alternam em outros nem tanto apesar de o resultado ser mais favorável no quesito diversão.

            Longe de ser brilhante, Vai que Dá Certo é uma comédia rápida, divertida e inofensiva que se sustenta principalmente pelo seu elenco e por situações que vão tirar o riso do espectador. Diante do sucesso do público e da deixa no final do filme, essa galera promete retornar.


Curiosidade: Lúcio Mauro que é pai de Lúcio Mauro Filho, mas no filme interpreta seu avô.

Cotação: 7,5

Ficha Técnica: Vai que Dá Certo (Brasil, 2013). Comédia. Direção: Maurício Farias. Elenco: Danton Melo, Lúcio Mauro Filho, Fábio Porchat, Natália Lage, Gregório Duvivier.



[1] A abertura relembrando clássicos do Atari com uma musiquinha estilo era 8 bits é muito bacana.

sábado, 4 de maio de 2013

...CINEMA. Opiniões #65- Somos Tão Jovens


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Opiniões # 65 – Somos Tão Jovens (Brasil, 2013)

Por Marlon Fonseca

           
                   
       Renato Manfredini Junior, ou melhor,  Renato Russo foi uma das figuras mais proeminentes do cenário musical nacional. Seu vozeirão, suas letras contundentes e seu estilo único o elevaram a status de mito nacional sem injustiça. Era, portanto,  questão de tempo, em vê-lo sendo retratado no cinema.

            Em Somos Tão Jovens, dirigido pelo experiente Antonio Carlos da Fontoura, acompanhamos um período específico da vida do cantor: sua juventude e o início de sua carreira em Brasília.

            No aspecto de cinebiografia o filme acaba se apresentando superficial, pois não há um aprofundamento verdadeiro nas nuances de Renato. Seus ideais, algumas neuras, referenciais musicais, relacionamento com os pais, o descobrimento da sua homossexualidade estão ali retratadas, mas sem muita contundência. O relacionamento com os membros de sua primeira banda, o Abroto Elétrico e com uma grande amiga são os aspectos mais bem trabalhados.

            Mas o filme é muito bom e se destaca mesmo é no fato de retratar a juventude e o início do rock nacional do fim da década de 1970 e começo da década de 80 sendo Brasília o celeiro de bandas como Plebe Rude, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso e muitas outras em meio à ditadura militar que ainda dominava o país. Mais do que a vida de Renato, o longa mostra todo um cenário Nacional.
Filme funciona melhor como retrato de uma nova era

É cercado de uma reconstituição apuradíssima da época com cenários, veículos, vestuário e até vocabulários e gírias, que qualificam ainda mais o trabalho. A trilha sonora também é o destaque, trazendo todas as músicas marcantes do Legião Urbana e das demais bandas retratadas.

A atuação de Thiago Mendonça[1] também é digna de nota e elogios. Sua composição vai além do aspecto da aparência física, trazendo a entonação de voz e os trejeitos marcantes de Renato Russo sem parecer caricato ou exagerado.
A composição de Thiago Mendonça também merece destaque

Somos Tão Jovens acaba por ser mais do que a parte da história de vida de um mito. É um muito bem feito retrato de todo um movimento e momento que o país viveu em um passado não muito distante. 

Curiosidade:  Dado Villa-lobos é interpretado pelo seu filho Nicolau Villa-Lobos

Cotação: 8,5

Ficha Técnica: Somos Tão Jovens (Brasil, 2013). Drama. Direção: Antônio Carlos da Fontoura. Elenco: Thiago Mendonça, Laila Zaid, Marcos Breda, Nicolau Villa-Lobos. Duração: 104 min.



[1] Que vivera Luciano Camargo em 2 Filhos de Francisco