sábado, 31 de março de 2012

...CINEMA. Opiniões # 19 - Fúria de Titãs 2


...CINEMA
Opiniões #19- Fúria de Titãs 2 (Wrath of the Titans, USA, 2012)
Por Marlon Fonseca


           
           A mitologia Grega sempre atraiu a atenção das pessoas e fascinou. Suas histórias envolvendo heroísmo, deuses imperfeitos e explicações muitíssimo bem elaboradas sobre os acontecimentos da natureza dominam o imaginário popular há séculos.

            No cinema, os heróis, Deuses e seres mitológicos sempre tiveram espaço destacado. Depois de produzir vários filmes de monstros como os da série Sinbad e Jasão e o Velo de Ouro, o designer Ray Harryhausen[1] produziu um de seus maiores filmes: Fúria de Titãs em 1981. Com um elenco de primeira grandeza na época o filme, além do embate entre homens e criaturas mitológicas, focava na confabulação dos Deuses no Olimpo para com o destino dos Homens.

            Em 2010 fora lançado o remake homônimo, mais dessa vez voltado muito mais para a ação e usando e abusando de efeitos especiais de ponta e uma direção de arte interessante. Mesmo com um roteiro cheio de incoerências e apressado, o filme fez sucesso suficiente para o lançamento de uma continuação.

            Neste Fúria de Titãs 2, a história se passa dez anos após os acontecimentos do primeiro filme. Perseu (novamente interpretado por Sam Worthington) segue com a sua pacata vida de pescador ao lado do seu filho Hélio. Porém, novamente é obrigado a envolver-se em batalhas contra os Deuses e seres mitológicos para resgatar seu pai Zeus (Liam Neeson) das mãos de seu meio-irmão Ares (Edgar Ramirez) que se uniu a Hades (Ralph Fiennes) e ao Titã Cronos para dominar o Olimpo.

            A primeira mudança que se observa nesta continuação é a tentativa de apresentar um roteiro menos defeituoso. O Filme tenta estabelecer uma relação mais forte de “pai e filho”, conflitos familiares e uma coerência maior á trama. Consegue em parte, pois o filme ainda é muito apressado o que prejudica um pouco tal tentativa.

            Cenas de ação, direção de arte e efeitos especiais que se mostram o forte da franquia continuam caprichadas. Os cenários são deslumbrantes e o filme tem ação suficiente para manter o espectador atento. Quimeras, ciclopes e o terrível Minotauro[2] são algumas das criaturas mitológicas que aparecem no filme. As armaduras dos Deuses ganharam aspecto mais realista e afastam-se do visual a lá Cavaleiros do Zodíaco do primeiro filme.[3]

            Observa-se também um aumento maior do humor. Agenor (Toby Kebbel) e Helfesto (Bill Nighy), debutantes na série, são os responsáveis pelos momentos e diálogos “engraçadinhos”.

            Um dos aspectos mais criticados no filme anterior foi o fraquíssimo emprego da tecnologia 3D. A conversão mal feita e apressada é considerada por muitos, e com razão, uma das piores já feitas. [4] Nesta continuação, porém, os efeitos tridimensionais estão fantásticos, contribuindo para exuberância visual dele e fazendo valer assisti-lo neste formato.

            O roteiro não exige do elenco nenhum esforço interpretativo mais aguçado. Além das adições de Kebell e Nighy, Rosamund Pike substitui Alexa Davalos no papel de Andrômeda, que agora é uma rainha guerreira. Liam Neeson e Ralph Fiennes continuam a agregar credibilidade ao filme e possuem melhores momentos do que no primeiro. Vê-los atuarem juntos é sempre um prazer.

            Quanto ás liberdades criativas que a série toma em relação á Mitologia, não há o porquê de reclamações. Vários outros filmes e outras mídias a fizeram e não será isso que compromete ou não a sua qualidade[5]. É o roteiro, ainda apressado, que diminui seu valor.

            Sendo assim, Fúria de Titãs 2 diverte apresentado qualidades técnicas visíveis e conseguindo ir além do que o primeiro filme nesse quesito. Apesar da tentativa de estabelecer um arco mais dramático, falha novamente por ser um filme extremamente apresado tal qual seu antecessor. Para gostar do filme, então, o espectador terá que passar por esses defeitos. Conseguindo, se divertirá. Se não, sairá frustrado como muitos ficaram com o primeiro filme.

Cotação: 

Ficha Técnica: Fúria de Titãs 2 (Wrath of Titans, USA 2012). Ação. Direção: Jonathan Liebesman. Elenco: Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes, Rosamund Pike, Edgar Ramirez, Tobey Kebbel e Bill Nighy. Duração: 99 min.



Dica de Leitura:

            Gosta de Mitologia Grega e quer saber mais de suas histórias? Para começar a aprender sobre este universo fantástico fica a sugestão da leitura de O Livro de Ouro da Mitologia.
  










Agradecimento: Utilizo-me agora do discurso em primeira pessoa do singular para agradecer ao meu professor de Português do primeiro grau Renato. Foi ele que apresentou a mim e a minha turma as histórias da Mitologia Grega, há 20 anos atrás. Foi responsável, também, pelo meu primeiro contato com o Fúria de Titãs de 1981 ao exibi-lo para a nossa turma.. Sei que ele não lerá este agradecimento, mas fica registrado aqui. Serve também para demonstrar a importância de um professor que vai além da explicação da matéria. Um professor que age assim com certeza engrandece seu aluno.


[2] Uma pena a aparição do Minotauto ser extremamente rápida.
[3] O diretor do Fúria de Titãs de 2010, produtor desta continuação, na época admitiu a inspiração no clássico anime para a confecção das armaduras. O filme “Imortais” lançado no ano passado também utiliza estilo semelhante.
[5] Quem conhece Mitologia e jogou os games da série God of War com certeza divertiu-se com o destino de alguns personagens que encontram com Kratos em sua jornada.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Dicas de Semana Especial - Estréias no Cinema/Guia 3D de filmes e games


Dicas da Semana Especial – Estréias da Semana e Guia 3D de Blu-Ray e Games.
Por Marlon Fonseca


           
No “dicas” desta semana, alem das estréias nos cinemas, traremos um guia especial sobre os filmes e games que até o momento melhor utilizaram a tecnologia.
Salientando que tal guia tomou forma após 4 meses de testes em filmes e games dos mais variados gêneros além de pesquisa sobre o funcionamento e aplicação da tecnologia.
Para uma melhor compreensão dos termos e do funcionamento do 3D fica a sugestão de leitura de uma publicação antiga do blog: http://blogdofalandode.blogspot.com.br/2012/02/tecnologia-2-o-3d-e-suas-possibilidades.html

  

ESTRÉIAS DA SEMANA NOS CINEMAS:


Fúria de Titãs 2: Continuação do sucesso de 2010. Perseu (Sam Worthingtom) novamente se vê em meio a embates entre Deuses e criaturas mitológicas.
O “Falando de...” conferirá o filme amanhã e no Sábado já publicará um caprichado “opiniões” sobre o filme.












O lorax - em busca da trúfula perdida: Animação cuja trama é inspirada em livro do popular escritor infantil Dr. Seuss (De O Grinch e O Gato) com toques ecológicos e que está indo muito bem de bilheteria lá fora.














Heleno: Cinebiografia que conta a vida do polêmico jogador de futebol Heleno de Freitas, interpretado por Rodrigo Santoro, considerado por muitos cronistas esportivos como o primeiro Bon vivant do futebol.
Muito em breve sairá um “opiniões” sobre o filme.











GUIA 3D do “Falando de...”




















GUIA 3D - BLU-RAY:

Obs: O foco aqui não é a qualidade artística do filme e sim a forma como a tecnologia é empregada.


Premonição 5: A principal marca da franquia são as seqüências de acidentes que iniciam cada filme. Neste filme temos uma das mais impressionantes e bem orquestradas seqüências de acidente da série. A muito bem empregada profundidade do 3D a deixa ainda mais assustadora. Assista ao filme e dê uma volta na Ponte Rio-Niterói, por exemplo, e comprovará tal fato.









Animações: As animações são até o momento as que melhor vêm se beneficiando com a tecnologia. Em Meu Malvado Favorito, nem o excessivo Crosstalk (1)  atrapalha a divertida utilização do 3D. Já no menu do disco, os asseclas do protagonista Glu “brincam” com a tecnologia. Em Os Fantasmas de Scrooge o destaque é para o belíssimo efeito de neve “saindo” de forma orgânica da tela e compondo o ambiente sem nunca parecer forçado. Para quem curte o efeito de “coisas saltando da tela” se deliciará com a chuva de comidas em Tá Chovendo Hamburguer. A excelência visual de A Lenda dos Guardiões de Zack Snyder fica ganha ainda mais destaque com o uso da tecnologia. Gnomeo e Julieta, Kung Fu Panda 2 e Gato de botas também tem bons momentos. Por fim, a conversão de A Bela e A Fera está irretocável.

Documentários IMAX 3D: Além de trazer informações interessantes sobre o assunto tratado, os documentários em 3D da IMAX geralmente usam a tecnologia com excelente qualidade. Todos, com média aproximada de 45 minutos de duração, utilizam a tecnologia para uma maior imersão do espectador. Em IMAX Space Station acompanhamos o treinamento e trabalho dos astronautas em uma estação espacial. Os efeitos contribuem para a imersão sendo o ponto alto o fato de os objetos flutuarem á frente da tela em razão da ausência de gravidade. Já IMAX Deep Sea transforma a televisão do espectador em um verdadeiro “aquário”. Por fim, The ultimate WaveTahiti - featuring Kelly Slater traz efeitos deslumbrantes.

Filme Oficial da Copa do Mundo de 2010: Se futebol assistido em HD já é um diferencial imagina em 3D? Nas cenas de jogo os efeitos não estão tão deslumbrantes mas já demonstram como será bacana no futuro assistir esportes no formato. Na cena final com a Espanha levantando a taça, os confetes tomam conta do ambiente.















Tron o Legado: Utiliza o 3D de uma forma interessante. Enquanto se passa no mudo "real" a imagem é em 2D. Assim que somos transportados para o Grid os efeitos em 3D surgem de forma impressionante. Para assistir ao filme de forma completa não tem jeito: tem que ser no formato.




Alice No País das Maravilhas: Mesmo tendo sido um filme em 2D convertido para 3D, os efeitos estão incríveis.

















Transformers – O lado oculto da Lua: As batalhas caóticas entre robôes e humanos dirigidas por Michael Bay transportam-se com mais qualidade com o 3D. Destaque para a competente profundidade na cena da lua que abre o filme e na extensa batalha na cidade.











Resident Evil 4- o recomeço: Esse é para aqueles entusiastas de efeitos "saltando para tela". Mas o efeito mais impressionante é logo no início do filme com a chuva tomando conta de todo o ambiente de forma orgãnica e impressionante.













Harry Potter e as Relíquias da Morte – parte 2: O final da saga de Harry Potter ganhou uma conversão correta. A destruição de Hogwarts fica mais dramática e no duelo final com Valdemort os raios destacam-se e compõem o ambiente.













A Caverna dos Sonhos Esquecidos: Considerados por muitos como a utilização mais inteligente da tecnologia, este documentário dirigido pelo veteraníssimo cineasta Alemão Werner Herzog, utiliza o 3D para transportar o espectador para um conjunto de cavernas situados na França. Imperdível, mesmo que afetado por inúmeros problemas com crosstalk.













Obs – Avatar: O blu-ray 3D de Avatar, filme que desencadeou a utilização da tecnologia atualmente e que apresenta, ainda, a sua melhor utilização só está disponível para quem adquire televisores Panasonic. O lançamento amplo, porém está prestes a acontecer.

As decepções: Os filmes de super-heróis lançados no ano passado decepcionaram no emprego da tecnologia. Curiosamente o mais irregular deles em qualidade foi o que melhor utilizou a tecnologia. Lanterna Verde utiliza-se do formato para destacar ainda mais os seus excelentes efeitos especiais. Já Thor e Capitão América, apesar de bons filmes, apresentaram conversões em 3D muito pobres. Neste ano, porém, parece que tal fato irá mudar, pois tanto Os Vingadores como O Espetacular homem-aranha ao menos em seus trailers mostraram efeitos competentes.


Os Piores: Fúrias de Titãs em 2010 ganhou uma conversão apressada e o resultado não convenceu a ninguém, sendo considerada por muitos uma das piores utilizações da tecnologia. Conan de 2011 também não fica atrás. A sensação em ambos os casos é de estar assistindo a um filme em 2D mas usando óculos.



Filmes de 2012 que utilizaram competentemente a tecnologia e que em breve sairão em Blu-ray:

O disco já saiu nos EUA
A Invenção de Hugo Cabret: “Concebido e filmado em 3D Nativo é desta forma que o filme deve ser assistido. Scorcese, mesmo debutando na utilização da tecnologia, apresenta uma das melhores utilizações da mesma desde Avatar. O 3D do filme funciona ora para preencher a sala de projeção com neve, folhas de papel, faíscas e fumaça, ora para “dar vida” ás intricadas maquinarias do relógio da estação e das peças do autônomo. E mais: a profundidade muito bem aplicada causa ótima sensação de imersão e o mais importante: realça a belíssima direção de arte.”(2)





Anjos da Noite o Despertar: “A fotografia azul escura marca da série está de volta e o uso do 3D apesar de não apresentar nenhuma novidade é bem realizado. A profundidade é bem utilizada principalmente na seqüência onde vemos Selene congelada. A contraposição entre ela e o gelo ficou muito boa. Do resto sangues, armas, balas, cacos de vidros e fumaça “saem da tela” e/ou compõem o ambiente e de certa forma aumentam a diversão em assisti-lo” (3)










Uma informação: Deste o início do blog, na seção de opiniões sobre os filmes conferidos, sempre se observa, dentre os aspectos técnicos, o bom uso ou não da tecnologia. Assim, fiquem atentos na leitura dos futuros filmes a serem “opinados” que se utilizam do 3D. (O próximo será sobre Fúrias de Titãs 2 que será publicado no sábado)



GUIA 3D - GAMES:

Tal como nos filmes, observa-se aqui apenas o emprego da tecnologia.



Super Mario 3D Land (3DS) : De todos os games testados esse sem dúvida alguma foi o que melhor utilizou a tecnologia. O 3D aqui vai além da “perfumaria” e da profundidade e é parte integrante e importante da jogabilidade.










Mario Kart 7 (3DS): Que jogar Mario Kart sempre foi divertido isso ninguém duvida. Na versão do 3DS ele fica ainda mais belo com gráficos e aplicação do 3D caprichados.












Superstardust (PS3 – disponível na PSN): Um dos primeiros games a serem comercializados na rede online da Sony, recebeu no ano passado uma atualização para permitir sua visualização em 3D. A conversão ficou fantástica e o game, que já era um espetáculo aos olhos ganhou efeitos bastante bacanas com as explosões e fragmentos saltando da tela.

Tekken Hybrid (PS3): Em apenas um disco há um filme e dois jogos. Tanto o filme em animação Tekken Blood Vengeance como o game/demo Tekken Tag tournament 2 – prologue apresentam excelente qualidade no 3D.












Motorstorm Apocalypse e Motorstorm Pacific Rift (PS3): As corridas frenéticas e enlameadas da série Motorstorm ganharam tratamento competente em 3D nos seus últimos jogos.















Shadows of The Colossus (PS3): O vasto mundo e as batlahas épicas contra os Colossus ganharam mais dramaticidade, beleza e emoção com a excelente conversão.















Wipeout (PS3-disponível na PSN): Outro jogo de corrida que ganhou uma nova roupagem com a tecnologia. A profundidade do 3D agregou ainda mais qualidade ao game.







Sonic Generations (PS3 e 3DS): Os efeitos aqui são apenas “perfumaria”, mas são bacanas.








House of The Dead Overkill (PS3): Como se trata de um rail shooter (jogo de tiro sobre “trilhos”) o 3D agregou ainda mais a sensação de se estar em um “trem fantasma”. Em um dado momento uma chefe de fase coloca a mão “para fora da tela”. Muito divertido.





A decepção: O excelente Unchartd 3- Drake´s Deception foi alardeado pela Sony como "a revolução do 3D em games". Não cumpriu o que prometeu.


Dica final: Para quem possui televisor em 3D da Sony, há dentre os canais on line um dedicado a amostras da tecnologia. Nele, clipes musicais, trailers de esportes, filmes e games, etc são apresentados no formato.


E você caro leitor? Gosta do  formato? Concorda ou discorda com as indicações? Participe!!!
BOM DIVERTIMENTO A TODOS!
BOM FIM DE SEMANA!!!!!!




[1] “Fantasmas” que podem surgir nas imagens. Muito comum na tecnologia Ativa.
[2] Trecho retirado do “opiniões” sobre o filme: http://blogdofalandode.blogspot.com.br/2012/02/cinema-opinioes-10-invencao-de-hugo.html - curiosamente dias depois o filme venceu o Oscarde melhor direção de arte.

quarta-feira, 28 de março de 2012

...SÉRIES. Opiniões #04 - O começo do fim de Two and a Half Men


...SÉRIES
Opiniões #04 – O começo do fim de Two and a Half Man
Por Marlon Fonseca





            Tudo ia muito bem com a série Two and a Half Man. Ao longo de suas oito primeiras temporadas ela se estabelecia como uma das líderes de audiência na TV americana (em matéria de sitcon só encontrava rival á altura em The Big Bang Theory do seu mesmo criador Chuck Lorre). Seu elenco principal recebia salários astronômicos por cada episódio produzido.

            Foi de se estranhar, portanto, a atitude irresponsável de seu co-protagonista Charlie Sheen ao bater de frente com os produtores ao ponto de ser retirado da série. Sheen, que ganhava fortunas para interpretar a si próprio, o icônico Charlie Harper, não somente se prejudicou, mas como a todos os demais colegas de elenco e o seriado que defendeu por quase uma década.

            Em uma atitude puramente mercantilista optou-se por continuar com a série com a entrada de um novo personagem no lugar de Charlie. Daí, escolhas mais equivocadas do que a própria atitude de Sheen contribuíram para o declínio do tão querido seriado.

            Primeiramente, a trama em torno da substituição foi pífia. Nela, um jovem bilionário da internet, após ter seu casamento rompido, adquire a casa do agora falecido Charlie e por pena e recém descoberta amizade decide permanecer com Allan como hóspede. Sim. Essa foi a idéia dos produtores.

            Aliás, parece que no decorrer da temporada, os realizadores perceberam a idiotice da idéia e passaram a fazer piadas sobre ela. Perdeu-se completamente o “núcleo familiar” que a trama possuía. Perdeu-se a identidade da série. Ademais tal fiapo de trama não conseguiu se manter nem por uma temporada inteira.

            Para piorar tudo, a escolha do intérprete do tal milionário Walden Schimidt foi mais um erro. Ashton Kutcher, que, por incrível que pareça, tem certa credibilidade e público, fora o escolhido. Seu personagem é extremamente irritante, imaturo e sem graça alguma. 

            É uma pena ver o talentoso elenco de apoio encabeçado por Jon Cryer que vive Allan (esse sim um excelente comediante) se virar como pode com o pouco que tem em mãos.

            Resultado? A série entrou em uma queda artística e de audiência difícil de reverter. A temporada atual (a 9ª) já está em seu final e ainda não se sabe se teremos outra e se Kutcher volta ou não.

            O fim de Two And a Half Man se aproxima a passos largos. Triste final para um seriado que de absurdamente divertido com seu humor ácido e despudorado passou a algo bobo e sem graça como a sua nova trama e intérprete.


terça-feira, 27 de março de 2012

ESPECIAL. Blogs amigos.

Especial.
Blogs amigos.
Por Marlon Fonseca


           Ser blogueiro dedicado dá bastante trabalho e pouquíssima gente sabe disso. Ciente de tal fato, o "Falando de.." firmou parceria com 3 blogs na semana passada no intuito de divulgação mútua e troca de informações e publicações.
          Sendo assim, apresento-lhes tais blogs abaixo. Fiquem á vontade de acompanhar os seus trabalhos e divulgarem.



1- "Blog Rabiscos"
(http://erickpda.blogspot.com.br/)


         Criado pelo talentoso estudante de comunicação Social da Universidade Estácio de Sá- Campus Niterói, Erick Oliveira. O Blog tem como intuito servir de portfólio para seus trabalhos artísticos.

Confiram alguns exemplos:






2- Quadrinhos na Telona.
(http://quadrinhosnatelona.blogspot.com.br/)

       Era objetivo do "Falando de..." incluir uma sessão de Quadrinhos. Esta parte, porém, ficará mais restrita em publicações esparsas. Assim, interessante conferir este blog.que trata de tudo envolvendo o mundo dos super heróis seja nos Quadrinhos, séries e Cinema.



3- Mario Games Oficial
(http://www.mariogamesoficial.blogspot.com.br/)

     Conforme o título já mostra, o blog trata principalmente de games. Notícias interessantes, análise de trailer em vídeo e até promoções estão no variado conteúdo do blog.




    
 E o "Falando de..." não para! Além das seções existentes novas estão para surgir! Há também o desenvolvimento de um outro blog dedicado a assuntos diferentes que no futuro vocês saberão! Logicamente, aproveitamos o espaço para novamente agradecer aos leitores que conquistamos nesses 2 meses de criação. MUITO OBRIGADO!



domingo, 25 de março de 2012

...GAMES. Opiniões #07 - Ninja Gaiden 3


...GAMES
Opiniões #07 – Ninja Gaiden 3
Por Marlon Fonseca




            Ninja Gaiden é uma franquia que conseguiu marcar época em oportunidades distintas na história dos Games. Em um primeiro momento na era 8 bits e arcade conquistou jogadores rapidamente com ação constante, dificuldade alta e longas seqüências animadas contando a história dos jogos[1]. Ao ser relançado para o primeiro XBOX recebeu novo tratamento, passando a integrar o gênero Hack N´Slash empregando bastante violência e dificuldade insana.

           A terceira versão desse novo enfoque, intitulada simplesmente de Ninja Gaiden 3, chegou com a missão de manter a qualidade e sucesso da franquia mesmo após a saída do seu produtor original Tomonobu Itakagi. Apesar de o game ser produzido ainda pelo Team Ninja as diferenças oriundas da saída de seu produtor são visíveis. 

Ryu Hayabusa ontem...


            






... e hoje

             Nessa nova aventura, percebe-se claramente, a tentativa de humanizar o protagonista da série Ryu Hayabusa. A história, aliás, é inteiramente focada no lado sombrio de sua alma. A adição de alguns personagens faz com que seu lado humano venha á tona como nunca. [2]  Infelizmente a história é fraca, rasa e cheia de irregularidades, além de visivelmente estar mais “americanizada” do que de costume.

            Já no quesito ação, fator forte da série, não há o que reclamar. Ela é intensa e frenética no decorrer de todo o jogo. Não há espaço para sutilezas. Para quem achava que a violência seria amenizada em razão da retirada dos desmembramentos, que fizeram sucesso no Ninja Gaiden 2, enganou-se: há muito mais sangue sendo jorrado por toda a tela e personagens. Além disso, tais desmembramentos foram trocados por animações em close nos quais Ryu atravessa sua espada nos adversários. Momentos em que se pode escolher ou não em trucidar inimigos rendidos também contribuem para com a brutalidade do jogo.



            Os gráficos do jogo estão superiores ás versões anteriores. Ryu e seus inimigos estão mais detalhados e com mais animações. As CG´s que contam a história ,outra marca registrada da série, continuam muito bem feitas, inclusive com a participação de personagens antigos da série e, logicamente, cercado de mulheres voluptuosas.[3] A campanha roda por todo o mundo com cenários dos mais variados como cidade, floresta, deserto, neve, etc. e estão todos muito bonitos, ainda que repetitivos[4] alguns com efeitos estilosos como neblina, tempestades de areia e neve.

            A jogabilidade, ainda que simplificada, continua similar a dos jogos anteriores. As respostas estão rápidas e os combos saem com extrema naturalidade, quase que automaticamente. Ainda que poucos variados. No game há espaço para a inclusão de novas habilidades. Está presente, também, o uso, ás vezes excessivo, das Quick Time Events (QTE) para incrementar a ação[5]. A câmera funciona na maioria das vezes, mas em certos momentos incomoda e pode atrapalhar o jogador em lutas mais complicadas. A dificuldade marca registrada da franquia, conforme falado, foi atenuada no começo do jogo, mas em dados momentos o jogador ainda pode e vai penar. [6]




            Mas as mudanças que mais podem incomodar aos fãs da franquia realmente são as que contribuíram para com uma maior superficialidade ao game. Não há em momento algum qualquer puzzle para frear a ação do jogo, que é bastante linear, diga-se de passagem. A ausência de melhoramentos no personagem, itens para adquirir e colecionar e nippos[7] distintas contribuem para esta superficialidade. Para piorar, não há variações de armas. Ruy, durante todo o jogo utiliza-se apenas de espadas, shurikens[8] e arco e flecha. A espada, inclusive, nem é a icônica Dragon Sword[9]. Batalhas “requentadas” com chefes anteriormente enfrentados ou pinçadas de outros jogos[10] também irritam.
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            Terminada a aventura principal, que dura em torno de oito a dez horas, dependendo da dificuldade escolhida e da habilidade do jogador, ainda há o modo online a ser explorado. Desafios a serem enfrentados cooperativamente e possibilidade de criação e enfrentamento entre clãs poderá manter os “Ninjas virtuais” mais tempo jogando. A limitadíssima customização dos personagens, porém, prejudica esta modalidade. Para utilizar o modo é necessária a utilização do online pass que vem junto com o jogo.

No online há a opção de customizar seu Ninja

            Ninja Gaiden 3 pode não ser o game que há anos estava sendo aguardado pelos fãs. Sua superficialidade e linearidade vão incomodar os mais exigentes. Apesar das falhas existente, porém, é um jogo de ação muito acima da média e não fere integralmente a qualidade da franquia. Merece ser jogado tanto pelos seguidores fiéis da saga, bem como qualquer gamer interessado em um Hack N´slah dinâmico e de qualidade.

Cotação:   (4/5 - Muito bom)

Ficha técnica: Ninja Gaiden 3. Gênero: Ação/Hack N´ Slash. Plataformas: PS3, XBOX 360 e futuramente Wii U. Produtora: Tecmo. Estúdio: Team Ninja. Dat de Lançamento: 20 de Março de 2012. Versão testada: Playstation 3


[1] Algo ainda raro naquela época.
[2] Reaprem que toda vez que ele fala com a menina Canna ele tira a sua máscara. Nunca Ryu Hayabusa expôs tanto o seu rosto na série.
[3] Marca registrada não só de Ninja Gaiden mas de Dead or Alive, outra franquia da team ninja que conta com a participação de Hayabusa.
[4] Em alguns momentos cenários marcantes da série são revisitados.
[5] Mas nada comparada á Asura´s Wrath. Bom jogo, mas que deixou de ser excelente pelo exagero nesta utilização conforme faldo em http://blogdofalandode.blogspot.com.br/2012/02/games-opinioes-03-asuras-wrath.html
[6] A partir da metade do jogo, a quantidade de inimigos presentes em tela aumenta muito tornando as batalhas mais difíceis.
[7] As magias do jogo que foi limitada a apenas uma ainda que quando realizada tem uma animação bastante bacana.
[8] Estas quase que inúteis.
[9] Apesar de ela ser parte importante da história
[10] Uma chega a copiar descaradamente uma já vista em God Of War 3 que, por sua vez, inspirou-se em Shadow Of the colossus.

sexta-feira, 23 de março de 2012

...CINEMA. Opiniões # 18- Jogos Vorazes


...CINEMA.
Opiniões #18-  Jogos Vorazes (The Hunger Games, USA, 2012)
Por Marlon Fonseca


  
           
Nova saga literária voltada a um público mais jovem, Jogos Vorazes chega aos cinemas para estabelecer-se também nesta mídia A trilogia escrita por Suzanne Collins encontra-se há mais de 160 semanas na lista dos mais vendidos do New York Times e possui milhares de fás em todo o mundo. E com o filme, com certeza novoss seguidores surgirão.

            Adaptação bastante fiel do primeiro livro da trilogia, Jogos Vorazes passa-se em um mudo pós-apocalíptico onde os Estados Unidos foram divididos em doze distritos. Anualmente, cada distrito tem que ceder um casal de jovens para a participação de um torneio. Nesta primeira parte da saga, acompanharemos o sacrifício, treinamento e participação da jovem Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) no torneio.

            Engana-se bastante quem, sem conhecer a obra, a encara como uma “literatura rasa adolescente”. A trama, tanto do livro como do filme, contém subtextos bastante interessantes e bem colocados com críticas contundentes á sociedade, principalmente na questão da utilização do entretenimento como forma de dominação das massas e seus efeitos nos participantes e espectadores. Sacrifício, lealdade e coragem também estão presentes.

           Palmas, portanto, para o diretor Gary Ross (que dirigiu Seabiscuit) que, ao lado da própria Suzanne Collins e mais dois roteiristas, mantiveram a essência da obra intacta, ainda que, por motivos óbvios[1], tenha havidos supressões ou algumas mudanças. Mas o importante é que ele foi feito com bastante cuidado, sem furos aparentes e conta a história de forma bastante competente e com diálogos acima da média.

          Na primeira parte do longa o espectador é apresentado ao mundo na qual a saga se insere. Seus personagens e suas relações, a forma de como o torneio é visto e “vendido”, bem como o treinamento e preparação da protagonista, seu companheiro de Distrito e demais participantes para o embate.

            É aqui, também, que começa a ser tratada de forma bastante competente o principal subtexto do filme. O torneio, claramente fora criado como forma de dominação, intimidação e alienação das massas. Algo, inclusive, que está muito longe de ser ficcional. Pode-se encarar os Jogos Vorazes como um misto de Realiy show e luta de gladiadores coisas comuns na nossa história e sociedade atual.

            Nesse caso, porém, não vemos os combatentes esfuziados e histéricos como num Big Brother ou gesticulando de forma heróica como supostamente era na época do Coliseu romano. O Resultado do sorteio que define os participantes traz aos escolhidos um responsabilidade e fardo recebidos com bastante pesar. Porém, curiosamente, eles são aconselhados e posarem exatamente como um misto de gladiadores e “pseudo celebridades” como os Brothers, para angariarem a simpatia do público e os indispensáveis “patrocinadores”.

            Passada esta irretocável primeira parte, chega com a segunda parte, enfim os jogos em si. E aqui a brutalidade física e emocional reina. Mesmo que o filme visivelmente tenta atenuar o tom para não pegar uma classificação etária maior, é chocante assistir jovens com idades entre 12 e 18 anos se caçando e matando brutalmente.

            Mesmo assim, a subtrama ainda se apresenta. Principalmente quando vemos os “bastidores” dos programas e as duas freqüentes artimanhas e manipulações para tornar o “espetáculo” mais “interessante”. Ainda há também a participação prática dos tais “patrocinadores” com o envio de remédios, alimentos aos combatentes “patrocinados”.[2] Há também a formação de alianças que diante da própria situação na qual se encontram já nascem frágeis, mesmo que algumas ainda sinceras.

            Além de tudo isso há logicamente uma inevitável história de romance, feita, também, com extrema competência. O triângulo amoroso é bastante palatável e longe do melodrama barato como em outra saga de sucesso recente. As motivações aqui são bem mais fortes[3] e fundadas das mais variadas formas.

            Por fim e muito longe de ser menos importante, resta o cuidado na escolha do formidável elenco. Jennifer Lawrence, a protagonista, já havia mostrado uma assombrosa maturidade interpretativa em seu difícil e forte papel em Inverno da Alma[4]. Quem a viu neste trabalho descobre que sua escolha para protagonizar a saga não foi em vão. O começo de Jogos Vorazes, inclusive, é situado em lugares e situações bastante parecidos como de seu trabalho anterior. Mas não achem que por isso ela aqui se repete. Não mesmo, pois ela vai além. Sua expressividade e força no olhar é algo extremamente raro. Talento e competência natos que se desenvolvem a cada trabalho. Sem dúvidas veio para ficar.

      Compondo o resto do elenco, temos um Josh Hutgherson correto que aparenta também amadurecimento e parece ter superado a perda do papel de Peter Parker em O Espetacular Homem-Aranha para Andrew Garfield.[5] Satanley tucci, Woody Harrelson, Lenny kravitz, Donald Sutherland e Toby Jones dignificam e qualificam o elenco de apoio.

               Assim, e sem dúvidas, tanto o fã e conhecedor da saga literária como o espectador que estará a conhecendo pela primeira vez, sairá extremamente satisfeito por ter visto um filme que diverte, interessa e é extremamente bem feito. A sorte de Jogos Vorazes já a está acompanhando e com certeza aumentará com os novos fãs que surgirão com o filme.


Cotação:  (4/5 - Muito Bom)

Ficha Técnica: Jogos Vorazes (The Hunger Games, USA, 2012). Ação, Drama e Romance. Direção: Gary Ross. Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Woody Harrelson, Stanley Tucci, Donald Sutherland, Toby Jones. Duração: 144 min.


Agradecimentos: Como o autor não teve tempo hábil para a leitura do livro fez um “trabalho de campo” e pesquisou junto aos espectadores da sessão se o livro fora bem transportado para as telas. Todos foram unânimes em dizer que sim. O “Falando de...” agradece a vocês colaboradores anônimos para com a ajuda nesta “opinião”.


[1] Literatura e cinema são mídias diferentes e mudanças em adaptações de livros para cinema geralmente são necessárias. No caso, a permanência da essência da obra adaptada é que deve ser preservada.
[2] Ainda há espaço em meio ao caos para uma cena extremamente bela e sensível para relatar a morte de uma querida personagem.
 [3] Para quem não leu o livro fica a dúvida. O beijo em Peeta foi para salva-lo em razão do conteúdo de um bilhete de um patrocinador ou afeto verdadeiro?
[4] Filme no qual concorreu aos Oscar de melhor atriz em 2011. Ela também fez a jovem Mística em "X-Men: Primeira Classe" no ano passado.
[5] Sua visível ausência de carisma com certeza fora observado para o futuro que seu personagem aparenta carregar.