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Opiniões #31 – Branca de Neve e o Caçador (Snow White and the Hunstsman, USA, 2012)
Por Marlon Fonseca
Segundo
filme a tratar sobre a personagem no ano, Branca
de Neve e o Caçador se apresenta com um enfoque diferente sobre a história,
com aspectos mais sombrios e ampliando a relação entre a donzela e o caçador,
com ares de épico de fantasia (diferente do abobalhado e sem graça Espelho, espelho meu[1]).
Na
trama, a Rainha má (Charlize Theron) domina seu reino e o mantém em regime de
opressão em razão de sua busca obsessiva por beleza e poder. Ao ser notificado
por seu espelho de que sua enteada, Branca de Neve (Kristen Stewart), lhe seria
uma ameaça contrata um caçador para arrancar-lhe o coração. Arrependido, o
caçador (Chris Hensworth) ajudará a moça a reaver ao trono ao lado de oito
(??!) anões.
Dois
aspectos se sobressaem no filme. O primeiro é na parte estética. Fotografia,
direção de arte, efeitos especiais e designs
das criaturas estão impecáveis e resultam em um espetáculo visual de primeira.
Já
o segundo aspecto positivo reside na interpretação inspirada de Theron como a
rainha má. Mesmo se esperando um bom trabalho da atriz, ela consegue
surpreender a todos e consegue ir muito além. Não é exagero que sua vilã possa
ser considerada como a melhor do cinema neste ano até o momento.
O
roteiro, ciente de que Kristen Stewart em nenhum universo existente, é mais bela
que Theron, utiliza-se do outro sentido da palavra fair: justo. (apesar de a tradução brasileira não ter entendido isso.) E não deixa de ser uma sacada interessante transformar
a donzela em princesa guerreira.
Esta
idéia, porém, foi auto-sabotada em razão de um roteiro muito mal elaborado. Tirando
a parte inicial onde se mostra como a rainha tomou o reino, todo o resto do
filme é apressado. Os relacionamentos também são muito rasos assim como as
motivações dos personagens.
Se
Charlize brilha, o resto do elenco é irregular. Stewart, que é melhor atriz do
que seu desempenho na saga Crepúsculo revela, vai evoluindo no decorrer do
filme e só cresce mesmo em clímax.
Chris Hensowrth , que vem em uma carreira
ascendente, com seu caçador repete os mesmos trejeitos que entregara em Thor,
com um acréscimo de um sotaque ridículo. Ambos são sabotados, ainda, pelo fato
de o roteiro não estabelecer de forma competente seu relacionamento. O ator que
interpreta Willian (Sam Claflin), o amigo de infância de Branca de Neve, é
fraquíssimo.
Já
os oito anões[2], são
interpretados por grades nomes como Ian McShane, Bob Hopskins, Toby Jone, Ray
Winstone e Brian Glesson. Mas, infelizmente pouco fazem no filme.
Assim,
Branca de Neve e o Caçador, apesar de ser uma boa idéia, esbarra em sua má
execução, principalmente no tocante aos relacionamentos entre os personagens e
o aprofundamento de suas motivações. Se salva por ser um espetáculo visual
irretocável e por ter uma vilã interpretada com maestria por Charlize Theron
que acabam por ser a salvação do filme.
Cotação: (3/5)
Ficha técnica: Branca de Neve e
o Caçador (Snow White and the Hunstsman,
USA, 2012). Ação. Drama.
Fantasia. Direção: Rupert Sanders. Elenco: Kristen Stewart, Charlize Theron,
Chris Hensworth, Sam Claflin, Ian McShane, Bob Hopskins, Toby Jone, Ray
Winstone e Brian Glesson.
[2] Sim, 8.
E o motivo do amento de número deles, segundo os próprios produtores para a
revista preview foi o de “ser
diferente”.