terça-feira, 29 de agosto de 2017

Crítica: Uncharted: The Lost Legacy

ACHADOS E PERDIDOS

Por Marlon Fonseca


Lost Legacy era para ser uma singela DLC para Uncharted 4 mas acabou se torando algo maior. Além de uma aventura standalone seu real motivo é testar se a série consegue prosseguir sem seu principal protagonista Nathar Drake, seu mentor Sully e sua intrépida esposa Elena.

Já antecipado a resposta pode-se afirmar no sentido positivo. O jogo traz todos os elementos que tronaram a série tão querida e é uma aventura digna de caçadores de tesouro.

O primeiro ponto é a dedicação aos elementos da história e o desenvolvimento de seus personagens. Para substituir a dinâmica entre Nathan Sully e Elena, foram convocados personagens até então secundários à saga, principalmente Chloe Frazer e Nadine Ross. Não rata-se apenas de uma mudança de personagens, suas personalidades trazem um novo tom para a saga.

Se antes vigorava o carisma excessivo, o tom aventuroso e simpático de Drake e sua turma, agora temos uma relação mais densa entre as duas cuja colaboração quase que imposta pela situação e a diferença entre as fortes personalidades acarretam em constantes pontos de tensão.

O jogo honra a saga no quesito proficiência técnica. Beneficiando-se da engine de Uncharted 4 o jogo traz belas paisagens e cenários bastante detalhados e diversificados. Além de trazer efeitos de luz e de destruição de ponta. Os personagens possuem movimentos e expressões bastante vívidos. A escala é grandiosa.
O relacionamento tenso entre Chloe e Nadine muda o tom da série.

As sequências de ação estilo cinematográficos não podiam faltar e lost legacy conta com sua dose nesse quesito. Os combates corpo a corpo foram ainda mais incrementados inclusive com golpes em conjunto. Os tiroteios também seguem o padrão da série. O único porém aqui é que algumas já podem soar repetivias. Mesmo assim eles representam situações espetaculares.

Momentos de plataforma e travessia de cenários também estão presentes. O uso do gancho do jogo anterior retorna. O jogo ganhou alguns elementos de furtividade, aproveitando-se da natureza e destreza de ladra de Chloe, até mesmo com sessões de abertura de portas e caixas.
Lindas paisagens e escala grandiosa


Já os puzzles também se apresentam e, ao contrário das sequências de ação, estão entre os melhores de todos os jogos. São bastante inteligentes e bem empregados ao jogo. Aqui realmente vê-se uma evolução clara.

As sessões de Jipe de seu antecessor retornam e retomam os momentos em que o jogo se torna semi mundo aberto. Apesar de apresentarem relativa vastidão nos, não há um grande objetivo por trás desses momentos, servem mesmo para a cação aos habituais tesouros escondidos e o aumento da escala dos cenários. Ainda em questões opcionais e colecionáveis há oportunidades para fotos que ficam armazenadas no celular de Chloe. Houve um acréscimo de um mapa para ajudar nesses momentos.

Por fim, existe uma missão secundária que consiste em reunir 11 medalhões para liberar uma área no mapa e adquirir tesouros valiosos.

Ação na medida certa


Destaca-se que há um equilíbrio e harmonia entre todos esses aspectos de jogabilidade. Essa alternância de estilos mantém o interesse do jogador, não torna o jogo repetitivo e mantém o ótimo ritmo da história até o fim.

Há um eco sutil de the last of us, um momento bastante especial de reflexão e beleza mais uma vez tratando da união do homem e a natureza que é muito bem elaborado e inserido no jogo.

Lost Legacy cumpre de fato seu objetivo. Comprova que é cabível a continuação da saga de caçadores de tesouro sem o seu então único protagonista Nathan Drake. Trazendo todos os elementos que consagraram a série até aqui e adicionando outros temos uma aventura digna e bem feita. Chloe e Nadine não só seguraram a onda como trouxeram outros possíveis aspectos e tipos de tom à série.



Enquanto existirem tesouros para serem descobertos e personagens interessantes para se apresentar sua continuidade está garantida assim como nossa diversão.


Nota: 9,0

Prós:
-Se manteve fiel à série e trouxe leves inovações
-Chloe e Nadine trouxeram novo tom e dinâmica à série.
-Equilíbrio dentre todos os elementos do jogo.
-Puzzles interessantes
-Sequências de ação cinematográfica de alto nível...

Contra:
- ...ainda que algumas podem soar repetitivas.
- Sessões de mundo semi-aberto quase nada acrescentam de fato.