domingo, 25 de março de 2012

...GAMES. Opiniões #07 - Ninja Gaiden 3


...GAMES
Opiniões #07 – Ninja Gaiden 3
Por Marlon Fonseca




            Ninja Gaiden é uma franquia que conseguiu marcar época em oportunidades distintas na história dos Games. Em um primeiro momento na era 8 bits e arcade conquistou jogadores rapidamente com ação constante, dificuldade alta e longas seqüências animadas contando a história dos jogos[1]. Ao ser relançado para o primeiro XBOX recebeu novo tratamento, passando a integrar o gênero Hack N´Slash empregando bastante violência e dificuldade insana.

           A terceira versão desse novo enfoque, intitulada simplesmente de Ninja Gaiden 3, chegou com a missão de manter a qualidade e sucesso da franquia mesmo após a saída do seu produtor original Tomonobu Itakagi. Apesar de o game ser produzido ainda pelo Team Ninja as diferenças oriundas da saída de seu produtor são visíveis. 

Ryu Hayabusa ontem...


            






... e hoje

             Nessa nova aventura, percebe-se claramente, a tentativa de humanizar o protagonista da série Ryu Hayabusa. A história, aliás, é inteiramente focada no lado sombrio de sua alma. A adição de alguns personagens faz com que seu lado humano venha á tona como nunca. [2]  Infelizmente a história é fraca, rasa e cheia de irregularidades, além de visivelmente estar mais “americanizada” do que de costume.

            Já no quesito ação, fator forte da série, não há o que reclamar. Ela é intensa e frenética no decorrer de todo o jogo. Não há espaço para sutilezas. Para quem achava que a violência seria amenizada em razão da retirada dos desmembramentos, que fizeram sucesso no Ninja Gaiden 2, enganou-se: há muito mais sangue sendo jorrado por toda a tela e personagens. Além disso, tais desmembramentos foram trocados por animações em close nos quais Ryu atravessa sua espada nos adversários. Momentos em que se pode escolher ou não em trucidar inimigos rendidos também contribuem para com a brutalidade do jogo.



            Os gráficos do jogo estão superiores ás versões anteriores. Ryu e seus inimigos estão mais detalhados e com mais animações. As CG´s que contam a história ,outra marca registrada da série, continuam muito bem feitas, inclusive com a participação de personagens antigos da série e, logicamente, cercado de mulheres voluptuosas.[3] A campanha roda por todo o mundo com cenários dos mais variados como cidade, floresta, deserto, neve, etc. e estão todos muito bonitos, ainda que repetitivos[4] alguns com efeitos estilosos como neblina, tempestades de areia e neve.

            A jogabilidade, ainda que simplificada, continua similar a dos jogos anteriores. As respostas estão rápidas e os combos saem com extrema naturalidade, quase que automaticamente. Ainda que poucos variados. No game há espaço para a inclusão de novas habilidades. Está presente, também, o uso, ás vezes excessivo, das Quick Time Events (QTE) para incrementar a ação[5]. A câmera funciona na maioria das vezes, mas em certos momentos incomoda e pode atrapalhar o jogador em lutas mais complicadas. A dificuldade marca registrada da franquia, conforme falado, foi atenuada no começo do jogo, mas em dados momentos o jogador ainda pode e vai penar. [6]




            Mas as mudanças que mais podem incomodar aos fãs da franquia realmente são as que contribuíram para com uma maior superficialidade ao game. Não há em momento algum qualquer puzzle para frear a ação do jogo, que é bastante linear, diga-se de passagem. A ausência de melhoramentos no personagem, itens para adquirir e colecionar e nippos[7] distintas contribuem para esta superficialidade. Para piorar, não há variações de armas. Ruy, durante todo o jogo utiliza-se apenas de espadas, shurikens[8] e arco e flecha. A espada, inclusive, nem é a icônica Dragon Sword[9]. Batalhas “requentadas” com chefes anteriormente enfrentados ou pinçadas de outros jogos[10] também irritam.
.
            Terminada a aventura principal, que dura em torno de oito a dez horas, dependendo da dificuldade escolhida e da habilidade do jogador, ainda há o modo online a ser explorado. Desafios a serem enfrentados cooperativamente e possibilidade de criação e enfrentamento entre clãs poderá manter os “Ninjas virtuais” mais tempo jogando. A limitadíssima customização dos personagens, porém, prejudica esta modalidade. Para utilizar o modo é necessária a utilização do online pass que vem junto com o jogo.

No online há a opção de customizar seu Ninja

            Ninja Gaiden 3 pode não ser o game que há anos estava sendo aguardado pelos fãs. Sua superficialidade e linearidade vão incomodar os mais exigentes. Apesar das falhas existente, porém, é um jogo de ação muito acima da média e não fere integralmente a qualidade da franquia. Merece ser jogado tanto pelos seguidores fiéis da saga, bem como qualquer gamer interessado em um Hack N´slah dinâmico e de qualidade.

Cotação:   (4/5 - Muito bom)

Ficha técnica: Ninja Gaiden 3. Gênero: Ação/Hack N´ Slash. Plataformas: PS3, XBOX 360 e futuramente Wii U. Produtora: Tecmo. Estúdio: Team Ninja. Dat de Lançamento: 20 de Março de 2012. Versão testada: Playstation 3


[1] Algo ainda raro naquela época.
[2] Reaprem que toda vez que ele fala com a menina Canna ele tira a sua máscara. Nunca Ryu Hayabusa expôs tanto o seu rosto na série.
[3] Marca registrada não só de Ninja Gaiden mas de Dead or Alive, outra franquia da team ninja que conta com a participação de Hayabusa.
[4] Em alguns momentos cenários marcantes da série são revisitados.
[5] Mas nada comparada á Asura´s Wrath. Bom jogo, mas que deixou de ser excelente pelo exagero nesta utilização conforme faldo em http://blogdofalandode.blogspot.com.br/2012/02/games-opinioes-03-asuras-wrath.html
[6] A partir da metade do jogo, a quantidade de inimigos presentes em tela aumenta muito tornando as batalhas mais difíceis.
[7] As magias do jogo que foi limitada a apenas uma ainda que quando realizada tem uma animação bastante bacana.
[8] Estas quase que inúteis.
[9] Apesar de ela ser parte importante da história
[10] Uma chega a copiar descaradamente uma já vista em God Of War 3 que, por sua vez, inspirou-se em Shadow Of the colossus.