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Opiniões #07 – Ninja Gaiden 3
Por Marlon Fonseca
Ninja Gaiden é uma franquia que
conseguiu marcar época em oportunidades distintas na história dos Games. Em um
primeiro momento na era 8 bits e arcade conquistou jogadores rapidamente
com ação constante, dificuldade alta e longas seqüências animadas contando a
história dos jogos[1]. Ao ser
relançado para o primeiro XBOX recebeu novo tratamento, passando a integrar o
gênero Hack N´Slash empregando
bastante violência e dificuldade insana.
A terceira versão desse novo enfoque, intitulada simplesmente de Ninja Gaiden 3, chegou com a missão de manter a qualidade e sucesso da franquia mesmo após a saída do seu produtor original Tomonobu Itakagi. Apesar de o game ser produzido ainda pelo Team Ninja as diferenças oriundas da saída de seu produtor são visíveis.
Ryu Hayabusa ontem... |
Nessa
nova aventura, percebe-se claramente, a tentativa de humanizar o protagonista
da série Ryu Hayabusa. A história, aliás, é inteiramente focada no lado sombrio
de sua alma. A adição de alguns personagens faz com que seu lado humano venha á
tona como nunca. [2] Infelizmente a história é fraca, rasa e cheia
de irregularidades, além de visivelmente estar mais “americanizada” do que de
costume.
Já
no quesito ação, fator forte da série, não há o que reclamar. Ela é intensa e
frenética no decorrer de todo o jogo. Não há espaço para sutilezas. Para quem
achava que a violência seria amenizada em razão da retirada dos desmembramentos,
que fizeram sucesso no Ninja Gaiden 2,
enganou-se: há muito mais sangue sendo jorrado por toda a tela e personagens.
Além disso, tais desmembramentos foram trocados por animações em close nos
quais Ryu atravessa sua espada nos adversários. Momentos em que se pode
escolher ou não em trucidar inimigos rendidos também contribuem para com a
brutalidade do jogo.
Os
gráficos do jogo estão superiores ás versões anteriores. Ryu e seus inimigos
estão mais detalhados e com mais animações. As CG´s que contam a história
,outra marca registrada da série, continuam muito bem feitas, inclusive com a
participação de personagens antigos da série e, logicamente, cercado de
mulheres voluptuosas.[3] A
campanha roda por todo o mundo com cenários dos mais variados como cidade,
floresta, deserto, neve, etc. e estão todos muito bonitos, ainda que repetitivos[4]
alguns com efeitos estilosos como neblina, tempestades de areia e neve.
A
jogabilidade, ainda que simplificada, continua similar a dos jogos anteriores.
As respostas estão rápidas e os combos
saem com extrema naturalidade, quase que automaticamente. Ainda que poucos
variados. No game há espaço para a inclusão de novas habilidades. Está presente,
também, o uso, ás vezes excessivo, das Quick
Time Events (QTE) para incrementar a ação[5]. A
câmera funciona na maioria das vezes, mas em certos momentos incomoda e pode
atrapalhar o jogador em lutas mais complicadas. A dificuldade marca registrada
da franquia, conforme falado, foi atenuada no começo do jogo, mas em dados
momentos o jogador ainda pode e vai penar. [6]
Mas
as mudanças que mais podem incomodar aos fãs da franquia realmente são as que
contribuíram para com uma maior superficialidade ao game. Não há em momento
algum qualquer puzzle para frear a
ação do jogo, que é bastante linear, diga-se de passagem. A ausência de
melhoramentos no personagem, itens para adquirir e colecionar e nippos[7]
distintas contribuem para esta superficialidade. Para piorar, não há variações
de armas. Ruy, durante todo o jogo utiliza-se apenas de espadas, shurikens[8] e
arco e flecha. A espada, inclusive, nem é a icônica Dragon Sword[9].
Batalhas “requentadas” com chefes anteriormente enfrentados ou pinçadas de
outros jogos[10] também
irritam.
.
Terminada
a aventura principal, que dura em torno de oito a dez horas, dependendo da
dificuldade escolhida e da habilidade do jogador, ainda há o modo online a ser explorado. Desafios a serem
enfrentados cooperativamente e possibilidade de criação e enfrentamento entre clãs poderá manter
os “Ninjas virtuais” mais tempo jogando. A limitadíssima customização dos
personagens, porém, prejudica esta modalidade. Para utilizar o modo é necessária a utilização do online pass que vem junto com o jogo.
No online há a opção de customizar seu Ninja |
Ninja Gaiden 3 pode não ser o game que
há anos estava sendo aguardado pelos fãs. Sua superficialidade e linearidade
vão incomodar os mais exigentes. Apesar das falhas existente, porém, é um jogo
de ação muito acima da média e não fere integralmente a qualidade da franquia. Merece ser
jogado tanto pelos seguidores fiéis da saga, bem como qualquer gamer interessado em um Hack N ´slah dinâmico e de qualidade.
Cotação: (4/5 - Muito bom)
Ficha técnica: Ninja
Gaiden 3. Gênero: Ação/Hack N´ Slash. Plataformas: PS3, XBOX 360 e
futuramente Wii U. Produtora: Tecmo. Estúdio: Team Ninja. Dat de Lançamento: 20
de Março de 2012. Versão testada: Playstation 3
[1] Algo
ainda raro naquela época.
[2] Reaprem
que toda vez que ele fala com a menina Canna ele tira a sua máscara. Nunca Ryu
Hayabusa expôs tanto o seu rosto na série.
[3] Marca
registrada não só de Ninja Gaiden mas de Dead or Alive, outra franquia da team
ninja que conta com a participação de Hayabusa.
[4] Em
alguns momentos cenários marcantes da série são revisitados.
[5] Mas nada
comparada á Asura´s Wrath. Bom jogo, mas que deixou de ser excelente pelo
exagero nesta utilização conforme faldo em http://blogdofalandode.blogspot.com.br/2012/02/games-opinioes-03-asuras-wrath.html
[6] A partir
da metade do jogo, a quantidade de inimigos presentes em tela aumenta muito
tornando as batalhas mais difíceis.
[7] As
magias do jogo que foi limitada a apenas uma ainda que quando realizada tem uma
animação bastante bacana.
[8] Estas
quase que inúteis.
[9] Apesar
de ela ser parte importante da história
[10] Uma
chega a copiar descaradamente uma já vista em God
Of War 3 que,
por sua vez, inspirou-se em Shadow Of the colossus.