sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Opiniões #95- Ben-Hur (2016)

Opiniões # 95 – Ben-Hur (2016)

Por Marlon Fonseca


O clássico Bem-Hur de 1959, além de ser uma das melhores e mais premiada obras do cinema (venceu 11 oscars e muitos outros prêmios) ainda guarda uma característica rara: a atemporalidade.

Principalmente por esse aspecto, o anuncio de uma refilmagem soou como algo desnecessário e imotivado. Mas, tendo em vista seu lançamento, a proposta aqui não vai ser a comparação entre ambas e sim a análise dessa versão de forma isolada.

Na história desse épico-religioso, ambientada no conturbado período do império romano, acompanhamos Judah Bern-Hur e seu irmão adotivo Messala que mesmo amigos tomam caminhos e ideologias diferentes que resultam em um inevitável e doloroso embate. Paralelamente, certo filho de carpinteiro começa a despertar a atenção com suas mensagens e posturas pacifistas.

O filme padece de problema de ritmo e superficialidade contundentes.  O primeiro ato e o final do terceiro são apressados, acelerando a introdução e encerramento e ainda utilizando narrações expositivas desnecessárias para situar o publico.


Além disso, não consegue passar emoção e empatia em quase nenhum momento reflexo do problema citado acima. Os percalços do protagonista são raramente sentidos de fato.
A questão religiosa é tratada com sutileza, pena que sua conclusão é apressada.

Figurino e direção de arte oscilam entre a beleza, a simplicidade e a artificialidade.

O diretor russo Timur Bekmambetov (de “Procurado” e “Guardiões da noite”), que geralmente usa artifícios exagerados, aqui apresenta uma direção eficiente com o material q tem em mãos, observada, sobretudo, na excelente sequência do navio escravo inclusive com enquadramentos bastante interessantes dando o ar de sufocamento que o local e situação oferecem. Já a corrida das bigas, onde todo o material promocional do filme se escorou, é boa mas longe de ser marcante.



Do elenco destaque para Toby Kebell com o vilão Messala Severus que é o único personagem que teve algum tipo de desenvolvimento,  aprofundamento e motivação mais definidas. Os demais são prejudicados pela superficialidade do roteiro em especial Rodrigo Santoro que teve ser arco mal aproveitado.

Assim, Bem-Hur desperdiça a história poderosa que tem em mãos em razão de sua falta de aprofundamento e desenvolvimento melhor de trama e personagens, restando apenas ser um filme divertido de se ver, porém esquecível logo em seguida.

Cotação: 6,5


Ficha Técnica: Bem-Hur. Ação, aventura, épico-religioso. Direção: Timur Bekmambetov. Elenco: Jack Huston, Toby Kebbell, Rodrigo Santoro, Nazanin Boniardi, Ayelet Zurer, Moragn Freeman. Duração: 125 min.