segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

...GAMES. DMC: Devil May Cry (PS3/XBOX 360)


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Opiniões # 26 - DMC: Devil May Cry (PS3/XBOX 360, 2013)
Por Marlon Fonseca



                Devil May Cry, a franquia iniciada no Playstation 2, é uma das mais rentáveis da gigante Capcom e Dante, seu protagonista, um dos personagens mais carismáticos e idolatrados dos games. Mesmo assim, sua produtora, decidiu que tanto a série como seu protagonista deveriam passar por um processo de mudança e renovação para atrair o público ocidental.

            Para o desafio, chamou a desenvolvedora ascendente Ninja Theory que mostrou competência nos cults Heavenly Sword e Enslaved e que encarou com peito aberto a tarefa. Mas, assim que o jogo foi anunciado pela primeira vez, algo incomodou de cara os fãs de longa data: o visual de Dante havia mudado, principalmente seus cabelos que de branco longos passaram a ser pretos em um corte mais curto[1]. Houve uma chiadeira generalizada que só começou a amenizar com o lançamento da (ótima) demo do game.

            Lançado esta semana (com legendas em português e DLC exclusivo na edição nacional), o game finalmente pode ser conferido. DMC: Devil May Cry, é uma espécie de prequel e reboot da série. Conhecemos um Dante mais jovem e sem ciência de seu real passado que acaba por se envolver em uma batalha contra terríveis demônios e a descoberta de sua origem e verdadeira natureza.


            DMC é basicamente um Hack n, slash, linear em sua grande maioria, com muita ação e um visual estupendo. Sua direção de arte é o que mais salta aos olhos do jogador. Seja na paleta de cores escolhida, seja no visual dos cenários e as suas mudanças ao longo de seu progresso[2]. As cutsecenes também estão muito competentes ainda que inexplicavelmente um tom pouco abaixo da excelência mostrada em Ensalved e apresentam uma ou outra queda na taxa de frame.

            Além de se apresentar como um jogo inegavelmente bonito, sua jogabilidade fora preservada e a possibilidade e facilidade de aplicação de combos é imensa. Quanto mais armas são desbloqueadas ao longo das missões, maior esta variedade fica. Há também a possibilidade de aprimorar as habilidades e armas com os pontos conquistados durante as missões.

            A necessidade em alguns casos da utilização entre armas angelicais ou demoníacas para passar de determinada área/inimigo lembra o recente (e ótimo) Ouland, mesmo que esta mecânica esteja muito mais simplificada aqui.

            No quesito jogabilidade o único pecado visível é a ausência de um modo de foco em personagem específico ou um sistema de mira, o que acaba prejudicando um pouco as batalhas quando há seres aéreos e terrestres na arena ao mesmo tempo. Mesmo assim o jogador mais experiente consegue contornar esse aspecto.

            Além do visual do personagem, outra mudança na série que salta aos olhos é a queda da dificuldade do jogo no modo normal. Termina-se o game sem grandes problemas nessa dificuldade. Mas os jogadores ávidos por desafios não foram esquecidos e novas (e mais penosas) dificuldades vão surgindo após o término do game.[3] (A própria Capcom admitiu que o desejo era tornar DMC palatável para todo e qualquer tipo de jogador).


                As batalhas entre os bosses são bacanas e algumas deliciosamente nojentas e divertidas. Os inimigos "comuns" possuem um ótimo visual e variedade de ataques mas são poucos variados entre eles.

A história se desenvolve de forma razoável, muitas vezes até simples, mas acrescenta novos elementos e personagens á série. Devil May Cry nunca foi tão urbano como neste jogo. Dante continua sarcástico como habitual, mas assim como o próprio objetivo do game está em uma jornada de auto reconhecimento e auto afirmação.[4]

DMC: Devil May Cry cumpre sua missão. Inova a franquia com um jogo de ação extremamente competente, bonito e divertido e introduz um novo ponto de partida para o personagem. E o principal é que Dante continua bacana e Devil May Cry ainda se mantém uma das grandes franquias de ação nos games. Ao término do jogo vai ficar aquela vontade de ver para qual caminho o personahgem vai a seguir. Que venha o próximo.

Cotação: 8,5/10

Ficha Técnica: DMC: Devil May Cry (PS3/XBOX 360, 2013). Ação. Capcom e Ninja Theory. Versão testada: PS3.



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Curiosidade:
A produtora levou para o lado positivo as reclamações sobre a mudança do visual do personagem e fez uma rápida brincadeira sobre o assunto logo no começo do game




[1] Imediatamente esse visual ganhou va´ris apelidos dentre eles Rihanna e Débora Fallabela.
[2] As sequências de “distorção” dos cenários nunca cansam.
[3] A mais difícil lembra os velhos tempos da era 8 e 16 bits pois com apenas um golpe de inimigo já é suficiente para matar Dante.
[4] Um dos diálogos finais mostra claramente isso.