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Opiniões # 26 - DMC:
Devil May Cry (PS3/XBOX 360, 2013)
Por Marlon Fonseca
Devil
May Cry, a franquia iniciada no Playstation 2, é uma das mais rentáveis da
gigante Capcom e Dante, seu protagonista, um dos personagens mais carismáticos
e idolatrados dos games. Mesmo assim, sua produtora, decidiu que tanto a série
como seu protagonista deveriam passar por um processo de mudança e renovação
para atrair o público ocidental.
Para o desafio, chamou a desenvolvedora ascendente Ninja
Theory que mostrou competência nos cults
Heavenly Sword e Enslaved e que encarou
com peito aberto a tarefa. Mas, assim que o jogo foi anunciado pela primeira
vez, algo incomodou de cara os fãs de longa data: o visual de Dante havia
mudado, principalmente seus cabelos que de branco longos passaram a ser pretos em
um corte mais curto[1].
Houve uma chiadeira generalizada que só começou a amenizar com o lançamento da
(ótima) demo do game.
Lançado esta semana (com legendas em português e DLC
exclusivo na edição nacional), o game finalmente pode ser conferido. DMC: Devil
May Cry, é uma espécie de prequel e reboot da série. Conhecemos um Dante
mais jovem e sem ciência de seu real passado que acaba por se envolver em uma
batalha contra terríveis demônios e a descoberta de sua origem e verdadeira
natureza.
DMC é basicamente um Hack
n, slash, linear em sua grande maioria, com muita ação e um visual
estupendo. Sua direção de arte é o que mais salta aos olhos do jogador. Seja na
paleta de cores escolhida, seja no visual dos cenários e as suas mudanças ao
longo de seu progresso[2]. As cutsecenes também estão muito competentes ainda que
inexplicavelmente um tom pouco abaixo da excelência mostrada em Ensalved e apresentam uma ou outra queda
na taxa de frame.
Além de se apresentar como um jogo inegavelmente bonito,
sua jogabilidade fora preservada e a possibilidade e facilidade de aplicação de
combos é imensa. Quanto mais armas são desbloqueadas ao longo das missões,
maior esta variedade fica. Há também a possibilidade de aprimorar as
habilidades e armas com os pontos conquistados durante as missões.
A necessidade em alguns casos da utilização entre armas
angelicais ou demoníacas para passar de determinada área/inimigo lembra o
recente (e ótimo) Ouland, mesmo que
esta mecânica esteja muito mais simplificada aqui.
No quesito jogabilidade o único pecado visível é a
ausência de um modo de foco em personagem específico ou um sistema de mira, o
que acaba prejudicando um pouco as batalhas quando há seres aéreos e terrestres
na arena ao mesmo tempo. Mesmo assim o jogador mais experiente consegue
contornar esse aspecto.
Além do visual do personagem, outra mudança na série que
salta aos olhos é a queda da dificuldade do jogo no modo normal. Termina-se o
game sem grandes problemas nessa dificuldade. Mas os jogadores ávidos por
desafios não foram esquecidos e novas (e mais penosas) dificuldades vão
surgindo após o término do game.[3] (A própria Capcom admitiu
que o desejo era tornar DMC palatável para todo e qualquer tipo de jogador).
As batalhas entre os bosses são bacanas e algumas deliciosamente nojentas e divertidas. Os inimigos "comuns" possuem um ótimo visual e variedade de ataques mas são poucos variados entre eles.
A
história se desenvolve de forma razoável, muitas vezes até simples, mas acrescenta
novos elementos e personagens á série. Devil May Cry nunca foi tão urbano como
neste jogo. Dante continua sarcástico como habitual, mas assim como o próprio
objetivo do game está em uma jornada de auto reconhecimento e auto afirmação.[4]
DMC:
Devil May Cry cumpre sua missão. Inova a franquia com um jogo de ação extremamente
competente, bonito e divertido e introduz um novo ponto de partida para o
personagem. E o principal é que Dante continua bacana e Devil May Cry ainda se mantém uma das grandes franquias de ação nos games. Ao término do jogo vai ficar aquela vontade de ver para qual caminho o personahgem vai a seguir. Que venha o próximo.
Cotação:
8,5/10
Ficha
Técnica: DMC: Devil May Cry (PS3/XBOX 360, 2013). Ação. Capcom e Ninja Theory.
Versão testada: PS3.
__________________
Curiosidade:
A produtora levou para o lado positivo as reclamações sobre a mudança do visual do personagem e fez uma rápida brincadeira sobre o assunto logo no começo do game
[1]
Imediatamente esse visual ganhou va´ris apelidos dentre eles Rihanna e Débora
Fallabela.
[2] As
sequências de “distorção” dos cenários nunca cansam.
[3] A
mais difícil lembra os velhos tempos da era 8 e 16 bits pois com apenas um
golpe de inimigo já é suficiente para matar Dante.
[4] Um
dos diálogos finais mostra claramente isso.