domingo, 20 de janeiro de 2013

...CINEMA. Opiniões #50 Django Livre


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Opiniões #50 Django Livre (Django Unchained, USA, 2012)
Por Marlon Fonseca

Em Django Livre, Tarantino continua a nos brindar com suas saladas de referências cinematográficas e musicais, diálogos afiados, humor nonsense em sua particular homenagem aos westerns tendo o espinhoso tema da escravidão como fio condutor.

            Django, personagem que dá nome ao filme vivido por Jamie Foxx[1] (que finalmente volta a fazer algo relevante no papel que por muito tempo era atrelado à Will Smith) é um escravo que é vendido em separado de sua esposa e após um encontro com um caçador de recompensas (materializado por um Cristopher Waltz cínico e impagável, vencedor do globo de Ouro como melhor ator coadjuvante pelo papel) decide procurar a e libertá-la.

            O roteiro vencedor do Globo de Ouro desse ano apresenta três atos diferenciados, mas que compõem a trama geral de forma interligada e interessante e, apesar de contar com os já tradicionais diálogos extensos, se mostra mais contido que o habitual. São raros também os momentos de flashback e a trama se desenvolve em uma linha temporal direta, algo pouco habitual nas obras de Tarantino.[2]

            O humor típico das obras do diretor e roteirista continua presente na maior parte do tempo, mas em Django Livre vislumbramos as cenas mais densas e sérias que Tarantino conseguiu exprimir em sua carreira. Mesmo que o ato final seja uma sucessão de momentos pastiche.
Elenco de primeira e afiado
            Quanto ao elenco, além da dupla principal, temos Leonardo Dicaprio deixando os papéis densos de lado e se divertindo e aterrorizando como o implacável fazendeiro Calvin Candie. Kerry Washington como Brunhilde não só embeleza a tela como consegue passar os momentos de dor, aflição e felicidade de sua personagem com o pouco tempo que tem no filme. Mas o destaque mesmo recai sobre Samuel L. Jackson que, como o odioso Stephen, finalmente deixa o “piloto automático” de lado e apresenta sua melhor atuação desde o pouco visto “Entre o Céu e o Inferno”.

            Divertido e brutal, Django Livre apresenta-se, portanto como um dos melhores filmes e um dos mais “enxutos’ da carreira de Tarantino, que deixa os seus conhecidos excessos para parte final e foca na muito boa história que criou.

            Cotação: 8,5/10

Ficha Técnica: Opiniões #50 Django Livre (Django Unchained, USA, 2012). Western. Direção: Quentin Tarantino. Elenco: Jamie Foxx, Chrstopher Waltz, Leonardo Dicaprio, Kerry Washingtom, Samuel L. Jackson. Duração: 165 min.




[1] Que por sua vez é uma homenagem ao filme homônimo do diretor Franco Nero nos anos 50
[2] Salvando-se apenas um divertido momento envolvendo membros de uma espécie de “pré-klu-klux-klan” com a participação relâmpago de Jonah Hill).