terça-feira, 12 de setembro de 2017

Crítica: Mario + Rabbids: Kingdom Battle

Sobre encanadores e coelhos

Por Marlon Fonseca


A Ubisoft conseguiu algo que toda produtora de jogos queria: contar com o plantel de Mario e amigos para a confecção de jogo. Para tanto ela os reuniu à serie dos amalucados coelhos loucos resultando nesse Mario + Rabbids.

Na história os coelhos surtados são acidentalmente transportados para o reino do cogumelo e alguns dissidentes (com incentivo de Bowser Jr.) acabam causando um caos no mundo do mario que une-se aos demais dentuços (metamorfoseados como personagens do universo da Nintendo) para trazer a paz novamente e mandar os visitantes para o local de onde vieram.

Mais inusitada do que essa reunião foi a escolha de estilo de jogo para ela. Trata-se de um jogo de combate entre turnos trazendo mecânicas, ainda que simplificadas, de RTS e RPG.

A curva de aprendizado é orgânica assim como a de dificuldade. Os movimentos e possibilidades que o jogo oferecem vão aparecendo pontualmente. A cada avanço o jogo se aprofunda. Novos itens, possibilidades de movimentos e personagens vão aparecendo.
As fases se dividem em batalhas normais, dominação de território batalhas entre subchefes e chefes e cada nova arena oferece mais variações de estratégias e avanços resultado de um level design inteligente e cuidadoso.

Além das batalhas que correspondem às fases da história existem caminhos nos mundos que revelam puzzles e desafios que, se vencidos, oferecem novas armas, itens, colecionáveis ou essenciais para o progresso do jogo. No mapa é comum encontrar o estrago e abagunça que os coelhos andam fazendo no universo do Mário, sempre com resultados divertidos.

O impacto da bagunça dos coelhos é sentido no cenário

A inteligência artificial dos inimigos é bem elaborada, o suficiente para que os combates sejam interessantes e desafiantes na medida certa. Cada classe e estilo exige uma estratégia ou arma diferenciada o que aumenta a densidade dos combates.

Caso encontre dificuldade o jogador pode escolher por um “easy mode” no início de cada batalha onde contará com 50% a mais de energia para o seu time.

O jogo oferece um arsenal decente sendo que cada personagem possui seus próprios tipos de armamentos. Existe, também, uma árvore de melhoras onde cada personagem vai desbloqueando novos movimentos e possibilidades de ataque, defesa, etc. E a cada avanço mais possibilidades vão se abrindo tanto em armas como em poderes.

Á medida que se progride mais opções aparecem


E esse, devemos destacar novamente, é o maior brilho do jogo. A cada passo possibilidades e novidades vão se abrindo o que mantém sempre o seu frescor.

Em um dado momento o jogador vai ser sentir obrigado a retornar em níveis anteriores para juntar moedas e aumentar e melhorar seu arsenal. Isso pode dar uma quebrada no ritmo mas visitar fases iniciais já evoluído torna esse expediente muito rápido.

O game apresenta um sistema cenário central na frente do castelo da princesa onde se pode percorrer pelo museu e observar os colecionáveis coletados, a sala de melhorias dentre outras surpresa.

A jogabilidade é muito boa e á medida que novos elementos vão aparecendo o jogo prontamente os explica. Até quem não é adepto do Gênero consegue jogá-lo. Mas apesar de simples de entender dominar tudo exige tempo e dedicação do jogador, pois as possibilidades são inúmeras.

O jogo traz batalhas interessantes e muito bom humor


Os gráficos são lindos tanto nos cenários momo nas animações e movimentos dos personagens. As animações em CG também estão belíssimas além d hilárias. Dá até para dizer que temos graficamente o mais belo jogo do universo Mario. Os personagens nunca estiveram tão vivos.

Aa trilha sonora é bastante simpática e casa bem com a proposta do jogo, assim como os efeitos sonoros.

Apesar da campanha longa, por volta de umas 20 horas para poder explorar os 4 mundos e as muitas fases e subfases, não existem mais modos de jogo além da possibilidade co-op local e a coleta de colecionáveis pelo cenário.

Evoluir os personagens e adquirir novos armamentos é fundamental.


E é justamente aí o maior defeito de Mario + Rabbids. Ele pede, clama por um multiplayer. Esse modo sem dúvidas traria um público maior e traria uma sobrevida importante e merecida ao jogo.

Apesar e ter pego todo mundo de surpresa e trazer uma parceria até então impensada em um estilo improvável para os personagens, Mario + Rabbids demonstrou-se um grande acerto por parte da Ubisoft e Nintendo. Ele garante diversão, desafio e diversificação ao longo da sua campanha. Uma pena apenas que após ela o que resta é aguardar uma já bem-vinda continuação.


Nota: 8,5

Ficha técnica:

 Maro + Rabbids: Kingdom Battle

Console: Nintendo Switch

Produtora(s): Ubisoft, Nintendo.

Gênero: Ação, estratégia, RPG.