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Opiniões # 55 – Duro de Matar: Um bom dia para morrer ( A good day to die hard, USA 2013).
Por Marlon Fonseca
Em
1988, o primeiro Duro de Matar quebrou
alguns paradigmas do cinema de ação. Era a época dos filmes de “exército de um
homem só”, protagonizados por heróis anabolizados, semi-inexpressivos,
infalíveis, geralmente interpretados por Stallone e Scwarzenneger.
Seu protagonista, John Mclane, era interpretado pelo,
então galã do seriado de comédia romântica A Gata e o Rato, Bruce Wiliis. Com o
porte físico de uma pessoa normal, Mclane ainda trazia consigo um humor
sarcástico e, o mais importante, se machucava e se arrebentava durante todo o
filme. Sem contar seus problemas familiares que sempre apareciam para lhe
perturbar em meio á luta contra os terroristas. Era um herói humano e falível.
Hoje uma franquia de sucesso e alternado altos e baixos, Duro de Matar: Um bom dia para morrer
chega aos cinemas no momento em que os filmes de ação enfrentam sua maior
crise. Gênero que representava as maiores bilheterias, hoje está padecendo com
poucas produções de qualidade e sucesso. Estamos falando aqui do filme de ação descompromissado,
sem a necessidade de incluir um viés dramático, aquele passatempo simples,
explosivo e divertido. O cinema também precisa disso.
Em 1988 uma quebra de paradigma e um clássico do gênero |
Na trama, Mclane viaja à Rússia após descobrir o
paradeiro de seu filho e se envolve em uma intricada operação enquanto tenta
reatar seus laços familiares partidos.
Não esperem um roteiro intricado. Ele é simplório. O “plano
do vilão” é ridículo e mal explorado assim como a crise familiar. O filme é extremamente corrido e praticamente
vai deixar a plateia sem poder respirar. É o tal passatempo explosivo e
descompromissado citado acima. Curioso, que, enquanto isso seria demérito para
a maioria dos filmes atualmente, aqui é seu maior mérito.
Pai, filhe e uma missão |
Dirigido por John Moore[1], o filme apresenta cenas
de ação absurdas e tecnicamente impecáveis. Moore parece ter aprendido alguns
truques com Michael Bay[2] e apresenta um verdadeiro
espetáculo visual em meio ao caos.
O fato de Bruce Willis ter pavimentado a sua carreira com
muitos filmes e personagens de ação pode ter esvaziado um pouco o John McClane
de Duro de Matar. Mesmo assim, há tempos não se via o ator tão empolgado em um
filme do gênero e ainda pode se enxergar o sarcasmo peculiar de McClane. Mesmo
dividindo as cenas de ação com seu filho (o esforçado Jai Courtney) é ele que
domina o filme. Fato lamentável apenas é que o personagem vem perdendo um pouco
de sua essência de falibilidade a cada filme chegando perto daquele paradigma
que ele mesmo começou a quebrar
yipee-ki-yai mother fu#&% |
. Mesmo assim, devemos alertar que esta quinta incursão na
série é um dos seus capítulos mais fracos, se sobressaindo hoje exatamente pelo
cenário desfavorável que passa os filmes de ação e o prestígio que ainda possui
o nome da franquia.
Exagerado, absurdo, munido de cenas de ação espetaculosas
e tecnicamente muito bem executadas além de contrer um protagonista que se
mostra ainda ativo. Duro de Matar: Um bom
dia para morrer tem suas falhas mas mesmo assim diverte como todo filme bom
do gênero que ele mesmo ajudou a consagrar e que agora sofre.
Cotação:
7,5 /10.00
Ficha técnica: Duro de
Matar: Um bom dia para morrer (A Good Day
to Die Hard, USA 2013). Ação. Direção: John Moore. Elenco: Bruce Willis, Jai Courtney, Mary Elizabeth,
Winstead, Sebastian Koch. Duração: 97 min.