sábado, 28 de dezembro de 2013

...CINEMA. Opiniões #92 - Ender´s Game: O Jogo do Exterminador

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Opiniões # 92 – Ender´s Game: O Jogo do Exterminador (Ender´s Game, EUA, 2013)

Por Marlon Fonseca


            Em um ano que tivemos uma quantidade generosa de produções do gênero ficção científica, finalmente chega aos cinemas a adaptação da clássica obra de Orson Scott Card.

            A adaptação de O Jogo do Exterminador sempre figurou entre os planos de Hollywood. Curiosamente, o livro lançado em 1985 está mais atual do que nunca nesses tempos onde games como Call of Duty e Battlefield são utilizados como forma de treinamento e recreação nos exércitos.

            Na trama, em um futuro próximo, a Terra é invadida e devastada por uma raça alienígena. Temendo uma nova invasão, criou-se uma força militar internacional onde crianças treinam para ser a salvação de nossa raça. Acompanhamos o treinamento e ascensão do jovem Ender que pode por fim de uma vez por todas com essa guerra.

            O forte conteúdo político do livro é bastante amenizado no filme que destaca mais os meandros militares e a personalidade instigante do jovem protagonista.
Protagonista complexo em grande performance

            Ainda que o roteiro não seja um primor e lute para condensar todo o material do livro em pouco menos de duas horas de produção, consegue manter a atenção do espectador. A personalidade complexa do protagonista não consegue ser tão aprofundada e seu relacionamento com os personagens tornam-se simples por apresentarem-se superficiais.

            Depois de chamar atenção em As Aventuras de Hugo Cabret, o jovem Asa Butterfield entrega uma atuação forte e competente como o protagonista, frio e estratégico, que muitas vezes chega a soar antipático, fugindo-se do lugar comum. Ter Harrofon Ford, Ben Kingsley e Viola Davis como professores e coadjuvantes lhe ajudou muito e qualificou a produção. As jovens promessas Abigail Breslin e Hailee Stainsfield completam o elenco.
Jogos de guerra para salvar a humanidade

            O Diretor Gavin Hood (do péssimo primeiro filme solo do Wolverine), que também se encarregou do roteiro, traz um filme bem feito tecnicamente e que usa os efeitos especiais sem muito alarde. A direção de arte é sóbria e combina com o clima proposto no filme.

            Perdendo muito de sua relevância e subtexto político, O Jogo do Exterminador acaba saindo-se como um bom passatempo bem produzido e com boas interpretações.

Cotação: 7,5


Ficha Técnica: Ender´s Game: O Jogo do Exterminador (Ender´s Game, EUA, 2013). Ficção Científica. Direção: Gavin Hood. Elenco: Asa Buttefield, Harrison Ford, Ben Kingsley, Viola Davis, Abigail Breslin, Hailee Stansfield. Duração: 114 min.


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

...CINEMA. # 91 - A Vida Secreta de Walter Mitty

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Opiniões # 91 – A Vida Secreta de Walter Mitty (The Secret Life of Walter Mitty, EUA, 2013).

Por Marlon Fonseca

            Quem nunca “sonhou acordado”? Em algum momento de um evento cotidiano ou conversa imaginou fazendo grandes viagens, praticando algum ato de heroísmo, agradando uma paquera ou até mesmo brigando cinematograficamente com um desafeto?

            Walter Mitty, porém, exagera deste expediente. Funcionário da mítica revista Live, leva uma vida singela fora do trabalho. As coisas emocionantes de sua vida ele vive em sua cabeça , omitindo-se de sua realidade.

            Projeto de Bem Stiller, que aqui protagoniza e dirige, para sair do lugar comum em sua carreira, A Vida Secreta de Walter Mitty traz o personagem título em um momento chave de sua vida. Com a aquisição da revista Life e o cancelamento da revista física, Walter tem que procurar o negativo da foto de capa da última edição. Para isso, ele embarca em uma aventura real por vários cantos do mundo. Trata-se de uma refilmagem de O Homem de 8 Vidas de 1947, que por sua vez é uma adaptação ao conto de Jamer Thurber.

            Estamos falando aqui de um filme que foge às comédias nonsense comumente protagonizadas por Stiller. O humor aqui é sutil e temos doses de drama, aventura e romance também.
Mitty em um dos seus sonhos acordados

            Além da clara mensagem que o filme deseja passar, o maior destaque fica pelo extremo bom gosto na fotografia e trilha sonora (uma das músicas, inclusive, é parte importante na trama). A montagem também se apresenta de forma bastante interessante. Stiller mostra um olhar aguçado e transporta à tela imagens belíssimas aproveitando ao máximo as locações diversificadas do filme. As sequências de devaneios são as que exigiram maior técnica e efeitos e em sua grande maioria são muito bem executadas.

            Seu maior pecado, porém, não é aprofundar-se tanto na transformação existencial de Walter. Por mais que sua atuação competente (reparem como a postura, olhar e voz do personagem mudam ao longo de sua aventura),, ainda que repetindo um ou outro cacoete interpretativo que estamos acostumados em seus trabalhos, e o jogo de figurino e maquiagem para mostrar sua evolução, já o roteiro não oferece tantas nuances assim.
O filme conta com belas imagens

            Além de Stiller temos Sean Penn como o repórter fotográfico Sean O´Connel, um tipo “espírito livre” em participação especial e Kristen Wiig, como interesse amoroso do protagonista, em uma atuação contida e agradável. Cumpre estacar também Shirley Maclaine como a mãe de Mitty.

            Possuindo um clima bacana, imagens belíssimas e uma mensagem reconfortante, A Vida Secreta de Walter Mitty é um bom filme que agrada em maior parte de seu tempo de projeção. Venha sonhar ao lado do protagonista e depois encarar a realidade de frente.


Cotação: 7,5

Ficha técnica: A Vida Secreta de Walter Mitty (The Secret Life of Walter Mitty, EUA, 2013). Comédia. Drama. Aventura. Direção: Bem Stiller. Elenco: Bem Stiller, Kristen Wiig, Sean Penn, Adam Scott, Shirley MacLaine.



domingo, 15 de dezembro de 2013

...CINEMA. Opiniões # 90 - O Hobbit: A Desolação de Smaug

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Opiniões #90 – O Hobbit: A Desolação de Smaug (The Hobbit: The Desolation of Smaug, USA, Nova Zelândia,  2013).

Por Marlon Fonseca


            A trilogia Senhor Dos Anéis é uma das obras mais aclamadas e premiadas do cinema (mostramos nosso apreço pela obra aqui). Após sua conclusão esperava-se ansiosamente pela adaptação do livro O Hobbit que mostra história anterior à “Guerra do Anel”.

            Depois de um longo imbróglio jurídico pelos direitos da obra e a troca no comando da direção (Guillermo Del Toro chegou a ser contratado para dirigir, mas abandonou a produção que voltou para Peter Jackson, diretor da trilogia do anel) a nova saga começou a tomar forma e estreou nos cinemas no ano passado.

            E aí aconteceu a decisão, movida provavelmente por uma ganância maior do que a do dragão vilão Smaug, em transformar essa adaptação, também em uma trilogia. Ocorre que, diferente de “O Senhor dos Anéis” que é de fato uma trilogia literária, ‘O Hobbit” é uma obra contida em apenas um livro.

            Portanto, ao invés do processo de condensação feita na trilogia anterior (muitíssimo bem feito, diga-se de passagem), nessa houve um expediente de ampliação e adição de passagens e personagens para “garantir” os três filmes.

            Essa decisão foi visível no primeiro filme e bastante prejudicial ao mesmo, tornando-o sem ritmo e desnecessariamente extenso. Ainda que todas as demais qualidades da trilogia, que abalou o mundo há 10 anos, estavam presentes, a impressão que ficou foi a de um filme “sem sal”. Um verdadeiro pecado.
A aventura continua

            Outro aspecto dessa extensão da história é que o tom do livro, um pouco mais ingênuo e infantil, ganha contornos mais sombrios se adequando ao da trilogia do anel.

            Agora chegamos à segunda parte da trilogia onde continuamos acompanhando o jovem Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) ao lado de Gandalf (Ian Mckellen) e uma trupe de anões comandada por Thorrin (Richard Armitage) atrás do ouro e demais tesouros que se encontra na Montanha Solitária onde habita o terrível dragão Smaug (voz e movimentos capturados de Bennedict Cumberbach).

            Aqui ainda enfrentamos os problemas impostos no primeiro filme, mas dessa vez em menor quantidade sendo o resultado bastante superior. É aqui que a história “engrena” de fato.

            Mesmo que em seu início o problema de ritmo ainda exista da sua metade para o seu final enxergamos uma melhoria considerável com um clímax sensacional.
Esmero visual acentuado em 48 fps e 3D

            Como em toda obra de Tolkien valores como coragem, honra, amizade, companheirismo são destacados. Mas, dessa vez, porém, em razão dos inúmeros acréscimos e mudanças à obra original, são poucos os diálogos inspirados e líricos de fato.
            Dentre as adições feitas a este filme o destaque fica pela presença de Legolas (Orlando Blom) e da elfa Tauriel (Evangeline Lilly), criada exclusivamente para o filme e para adicionar um personagem feminino forte.

            O longa contém cenas de ação bastante competentes e algumas memoráveis como a fuga dos anões em barris e o duelo com o terrível Smaug. Além de momentos genuínos de tensão como a batalha contra arranhas gigantes e o encontro de Gandalf com um ser conhecido dos fãs.
Cenas de ação marcantes como a fuga dos barris...

            O filme foi assistido em sua resolução máxima com velocidade à 48 fps (frames por segundo) e 3D. Essa filmagem em 48 quadrados por segundo dobra o padrão atual de 24. Isso reflete na movimentação do filme que se mostra bem mais realista. Os olhos mais treinados sentirão imediatamente a diferença, mas, mesmo eles, poderão sentir um incômodo no início. Já o 3D, assim, como na primeira parte, está muito bem utilizado agregando ainda mais imersão á aventura na belíssima Terra Média.

            Além desses esmeros técnicos continuamos a vislumbrar a excelência na direção de arte, figurino e trilha sonora marcas registradas de todas as adaptações de obras de Tolkien até então.
...e o confronto com Smaug

            O elenco continua dando muitíssimo bem conta do recado. Os remanescentes da trilogia anterior continuam á vontade em seus marcantes papeis. Já os “novatos” agregam qualidade como Martin Freeman excelente como Bilbo e Richard Armitage como Thorin. O dração Smaug ganha contornos realísticos e assustadores graças ao desempenho assustadoro de Bennedict Cumberbach (que também empresta sua voz ao Necromance).

            Sendo assim, a (forçada) trilogia do Hobbit começa, enfim a ganhar força. O esmero técnico continua impecável e os problemas do primeiro filme começam a ficar diluídos. Cenas de ação brilhantes, personagens carismáticos e um clímax impecável fizeram muito bem a essa segunda parte como um todo. Ano que vem veremos, finalmente, o resultado e consequência final da ganância de Smaug e dos produtores dessa nova trilogia.

Nota: Não percam uma aparição do diretor Peter Jackson logo no comecinho do filme.

Cotação: 8,5


Ficha Técnica: O Hobbit: A Desolação de Smaug (The Hobbit: The Desolation of Smaug, USA, Nova Zelândia 2013). Aventura. Drama. Ação. Fantasia. Direção: Peter Jackson. Elenco: Martin Freeman, Ian Mckellen, Richard Armitage, Orlando Bloom, Bennedict Cumberbach. Duração: 161 min.


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

...CINEMA. Opiniões #89 - Como não perder essa mulher

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Opiniões # 89 – Como Não Perder Essa Mulher (Don Jon, USA, 2013)

Por Marlon Fonseca

            Gozando de boa reputação e credibilidade ante os bons trabalhos que vêm desempenhando, Joseph Gordon-Levitt estreia como roteirista e diretos nesse Como Não Perder Essa Mulher (em mais uma daquelas adaptações de título pelas distribuidoras brasileiras equivocadas).

            Na trama, Levitt é Jon, uma espécie de “Don Juan” moderno que vive uma vida fútil e sem muitas expectativas até que conhece Barbara (Scarlett Johansson, se divertindo e usando e abusando de seu momento musa) e tenta, pela primeira vez, manter um relacionamento sério com uma mulher. Mas o problema é seu vício incontrolável por pornografias.

            À primeira vista o filme vai incomodar o público feminino mais pudico em razão de uma ou outra grosseria e do tratamento dado às mulheres. Mas ao longo da projeção essa sensação diminui consideravelmente e percebe-se que esses fatos são importantes à trama.

Don Juan regenerado?

            O roteiro apesar de simples tem uma sacada interessante que é apresentar o desenvolvimento e evolução do personagem, de forma cíclica. Através dos pontos que ele próprio no início do filme destaca como importante para a sua vida (academia, família, carro, igreja, amigos, mulheres e pornografia), observamos como as suas decisões afetam tais situações, seu humor e relacionamentos.

            O filme rende momentos e diálogos divertidos, mas vai, infelizmente, perdendo força no final quando, justamente, vai ganhando um tom mais sério e descobrimos o caminho da evolução de Jon.
Tal pai tal filho: Tony Danza rouba as cenas como o pai de Jon.

            Além de Levitt e Johansson temos Julianne Moore como uma personagem importante e que também vai crescendo ao longo do fime e Tony Danza roubando a cena como o pai do protagonista.

            Em seu primeiro trabalho como diretor e escritor Joseph Gordon-Levitt apresenta um bom filme com um tema e pegadas curiosas. Cercado de um bom elenco o filme é digerido sem sobressaltos, ainda que seja prontamente esquecível.

Cotação: 7,0


Ficha Técnica: Como Não Perder Essa Mulher (Don Jon, USA, 2013). Comédia. Direção: Joseph Gordon-Levitt. Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Scarlett Johansson, Julianne Moore, Tony Danza, Brie Larson. Duração: 90 min.


sábado, 7 de dezembro de 2013

...CINEMA. Opiniões # 88 - Carrie, a estranha (2013)

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Opiniões #88 – Carrie, a estranha (USA, 2013).
Por Marlon Fonseca

            Contando com um bom elenco e uma campanha de marketing bacana (vide informativo abaixo), essa refilmagem do clássico de1976, dirigido por Brian de Palma e adaptação de uma das primeiras obras de Stephen King, retoma a trama da menina subjugada socialmente que descobre ser detentora de poderes telecinéticos.

            Sufocada por uma mãe fanática religiosa e violenta (a sempre competente Julianne Moore) e esnobada pelas colegas de classe, Carrie, ao menstruar pela primeira vez, desenvolve poderes paranormais, fato este que desencadeará um caos em sua vida e nas pessoas que a cercam. Na verdade, tanto o livro quanto suas adaptações cinematográficas, possuem como subtrama a emancipação da mulher na sociedade e a busca de espaço no mundo.

            Quem conhece a obra sabe que seu forte está no clímax, quando Carrie explode com toda a sua raiva reprimida. E nessa versão ele continua importante e apresenta-se bastante violento mas, em alguns momentos, exagerado. Porém, antes de chegar a ele a condução da trama é simples, sendo o único destaque as tensas cenas de embate moral entre mãe e filha.

            A escolha de Chloe Grace Moretz causou desconfiança por parte do público e dos fãs do original, mas sem fundamento. De talento já reconhecido e acostumada a papeis fortes como a hit-girl da franquia Kick-ass e a vampira de Deixe-me entrar ela soube tirar de letra as alternâncias de tristeza e raiva da personagem. A atriz, diga-se de passagem e fã confessa da obra original.
Carrie: tragédia e violência

            Carrie, é uma personagem trágica, vítima de uma sociedade cruel e de uma criação opressora por parte de sua mãe. É uma das personagens mais dramáticas dentre os filmes e livros de terror. Sente-se pena da protagonista do início ao fim da projeção.

            O roteiro falha em não desenvolver os personagens secundários e suas motivações e o mais grave: em aprofundar melhor a “virada” da personalidade de Carrie. Tudo acaba ficando muito superficial, prejudicando bastante o resultado do longa.

            Sendo assim, Carrie, a estranha é um filme com boas performances de sua dupla central e continua trazendo um clímax arrebatador, mas que se enfraquece ante a superficialidade do roteiro e da construção da trama até seu momento chave.

                   Cotação: 7,0

            Ficha Técnica: Carrie, a esranha ( Carrie, USA, 2013). Terror. Direção: Kimberly Pierce. Elenco: Chloe Grace Moretz, Julianne Moore, Gabriella Wilde, Judy Greer. Duração: 100 min.





A assustadora campanha de marketing
Um dos grandes destaque do filme foram as inventivas campanhas publicitárias que ele recebeu. Em um deles, a equipe montou uma pegadinha que deixou pessoas incautas apavoradas, conforme o vídeo abaixo:



            Alguns cinemas receberam um pôster que fazia os cabelos dos espectadores levantarem ao se aproximarem dele.



quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

...CINEMA. Opiniões # 87- Blue Jasmine

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Opiniões #87  - Blue Jasmine (USA, 2013)

Por Marlon Fonseca


            Mantendo a tradição em escrever papeis femininos memoráveis, Woody Allen traz em seu novo filme Cate Blanchett no papel de Jasmine, uma ex-socialite de Nova York que após um colapso em decorrência da falência da família, ante a descoberta de golpes de seu marido, tem que ir morar com a irmã em um bairro humilde em São Francisco.

            Trata-se de um trabalho onde o humor é mais sútil, muito menos escrachado e/ou fantasioso que o diretor costuma utilizar. O filme tem tons mais dramáticos e até melancólicos.

            Há, também, na montagem e roteiro, uma utilização incomum nos longas de Allen, que é a alternância entre passado e futuro, construindo, assim toda a história da protagonista aos poucos.

.           Uma das personagens mais interessantes criadas pelo diretor nos últimos anos, Jasmine, na verdade, é uma mulher que tanto no presente como no passado, reluta em aceitar a realidade, nunca a confrontando de perto.

Jasmine e Ginbger: duas formas diferentes de encarar a vida

            Do outro ponto da história sua irmã Ginger (Sally Hawkins) sente-se feliz com a sua vida simples que, o que leva Jasmine erroneamente a encarar como “conformismo”.

            Cate Blanchett e Sally Hawkings sem dúvidas são o forte do filme com suas atuações e com certeza estarão cotadas para as premiações vindouras.

             O aspecto negativo mais forte do filme é o seu ritmo bastante irregular.

            Ancorado principalmente na brilhante personagem que criou e na excelência do desempenho de sua atriz principal, Blue Jasmine é um bom trabalho ainda que, como filme em geral, não alcance a maestria das melhores obras do diretor.

Cotação: 7,5


Ficha Técnica: Blue Jasmine (USA, 2013). Direção: Woody Allen. Elenco: Cate Blanchett, Sally Hawkings, Alec Baldwin, Andrew Dice Caly. Duração 98 min.


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

...CINEMA. Opiniões # 86 - O Ataque



Por Marlon Fonseca

            Conforme falado em outras ocasiões aqui no blog, ocasionalmente em Hollywood são lançados dois filmes no mesmo ano sob o mesmo tema. Nesse ano o “fenômeno” aconteceu com dois filmes de ação no estilo “Duro de Matar” cuja temática é ataque terrorista à casa branca. O primeiro lançado foi Invasão à Casa Branca[1] e agora temos esse O Ataque.

            Na trama, um jovem policial do capitólio (Channing Tatum) leva a sua filha (Joey King) para um tour na Casa Branca e acaba envolvido em um violento ataque terrorista no local. Agora, ele precisa tanto salvar sua filha como o Presidente dos Estados Unidos (Jamie Foxx).

            Dirigido pelo especialista em “filmes catástrofe” Roland Emmerich (de Godzilla, 2012, O dia depois do Amanhã e Independence Day, que, inclusive, sofre uma homenagem), trata-se de um filme de ação com alguns momentos que beiram o absurdo e exagera na patriotada em situações constrangedoras.
Presidente em perigo em filme ao estilo "Duro de Matar".

            Mas o pior problema do filme, mesmo com o ótimo elenco e sendo tecnicamente bem executado e movimentado, é que ele não empolga. Ao final da projeção não ficará nenhuma cena na memória e digna de nota.

            Por fim, o roteiro tenta estabelecer situações ou uma ou outra reviravolta que além de óbvias sofrem de má resolução.

            Assim, temos um passatempo razoável e descartável e não mais que isso.
           
Cotação: 6,0
Ficha técnica: O Ataque (White House Down, USA, 2013). Ação. Direção: Roland Emmerich. Elenco: Channing Tatum, Jamie Foxx, James Woods, Maggie Gyllenhaal, Richard Jenkins,  Joey King. Duração: 131 min.
           
           
           

sábado, 24 de agosto de 2013

...CINEMA. Opiniões #85 - Sem dor, sem ganho

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Opiniões #85 – Sem dor, Sem ganho (Pain e Gain, USA, 2013)

Por Marlon Fonseca
 
            Acostumado a fazer produções caríssimas e repletas de explosões – e ser duramente criticado por isso – o diretor Michael Bay viu na história verídica de um grupo de “marombeiros” que se voltaram para o cirme. a chance de fazer um filme “menor” e em tom assumidamente cômico.

            Em Sem dor, sem ganho, título em alusão a uma frase bastante conhecida no meio das academias, acompanhamos essa história onde três fisiculturistas arquitetam e executam um plano de extorsão que sai completamente errado.

            Puxando muito mais para a comédia do que para a ação, o filme peca por idiotizar demais os personagens tornando-os meras caricaturas. Mesmo que consiga fazer graça em alguns poucos momentos, trata-se de um filme muito bobo.

            Os melhores momentos são os inspirados no universo das academias que estourou na década de 90 (época onde se passa a trama), principalmente os pensamentos em off do personagem de Mark Whalberg.

Anthonie Mackie tem o personagem mais simpático e que também rende algumas boas situações. Ver “The rock” atrapalhado como nunca também vale. Mas no fundo nenhum personagem consegue passar qualquer noção de carisma.
Criminosos e atrapalkhados

            Bay tentou aqui trazer uma fábula distorcida sobre realizações e a busca do “sonho americano”. Por falar nisso sua conhecida patriotada sai mais do tom do que de costume com frases grosseiras definindo uma ou outra atitude como sendo ou não “americana”.

            Dotado de uma inegável habilidade técnica, o diretor as utiliza no filme alguns joguetes de Câmera apenas para exercício de estilo empregando-os em momentos desnecessários.

            Assim como a busca por realizações de seus protagonistas, Bay não alcança grandes sucessos com Sem dor, sem ganho. Em alguns momentos até parece ter alcançado mas o resultado não é satisfatório.
                       

Cotação: 5


Ficha Técnica: Sem dor, Sem ganho (Pain e Gain, USA, 2013). Comédia. Policial. Direção: Michael Bay. Elenco: Mark Whalberg, Dwayne “The Rock” Johnson, Anthony Mackie, Tony shaloub, Ed Harris. Duração 129 min.


domingo, 18 de agosto de 2013

...CINEMA. Opiniões # 84 - Indie Game - The Movie

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Opiniões # 84 – Indie Game – The Movie (USA, 2012)

Por Marlon Fonseca

            Com a popularidade de jogos em smartphones e a distribuição digital por redes como PSN (Família Playstation), Live (Família Xbox) e Steam (Computadores), os criadores independentes nunca tiveram tanto espaço para a criação e publicação de suas obras. E até uma contraposição em um mercado que vem recebendo críticas em relações a pouca criatividade e excesso de continuidade de franquias em seus jogos mais populares.

            Disponível aqui no Brasil por meio do sistema Netflix, Indie Game-The Movie, mostra os bastidores da produção de jogos independentes e da vida de alguns de seus criadores em busca do término se seus jogos e aceitação no mercado.

            O filme foca basicamente a criação e criadores de três jogos em três momentos diferentes: o já lançado Braid, um dos sinônimos de sucesso no segmento, a metade do desenvolvimento para o final de Super Meat Boy e a luta do criador de Fez para termina-lo.[1]

            O documentário serve tanto para o público gamer como para qualquer outro tipo de espectador. Para os entusiastas em jogos, é interessante acompanhar e conhecer um lado um pouco mais romântico da indústria, onde somente uma ou duas pessoas passa pelo desenvolvimento de um jogo todo.
O árduo e solitário trabalho

            Enquanto os jogos publicados e desenvolvidos pelas produtoras gigantes envolvem milhares de funcionários, os jogos independentes são frutos da imaginação e trabalho única e exclusivamente de seus criadores.

            Para o espectador médio que não se interessa muito por jogos eletrônicos, serve como uma história de luta por um ideal e todos os percalços enfrentados por um objetivo.

            Ao mesmo tempo em que os espectadores se comovem com as histórias pessoais desses programadores, sentem ao lado deles os problemas enfrentados no caminho, como o aperto financeiro, a pressão dos prazos e a incerteza de seu sucesso.
O criador de Braid confessa ter sofrido de depressão após
o lançamento do game.

            É curioso e até alarmante notar, que todos em algum momento do processo sofrem de depressão em razão dos problemas enfrentados e se sentem inseguros a todo o tempo, algo normal em qualquer pessoa que abraça um empreendimento.

            Em seus aspectos técnicos, o filme apresenta-se como um documentário padrão sem nenhuma invencionice ou trucagem desnecessária, focando nos seus personagens e conseguindo de forma bastante competente apresentar seus dramas.

            Ainda consegue, também, passar uma geral no mercado de games, até mesmo na relação complicada que os desenvolvedores têm com os gamers pela internet.

            Enfim, Indie Game- the movie é uma visão sincera sobre pessoas que sacrificam suas vidas pela busca de um sonho e que mostra de forma simples e competente seu cotidiano e boa parte do mercado em questão. Vale a conferida.

Cotação: 8,5

Ficha Técnica: Indie Game – The Movie (USA, 2012). Documentário. Direção: Lisanne Pajot, James Swirsky. Elenco: Jonathan Blow, Phil Fish, Edmund Mcmillen, Tommy Refenes. Duração: 100 min.




[1] Este último foi lançado após o documentário e alcançou grande sucesso.