...CINEMA
...GAMES
Adaptações (Parte 3) - dos Games para as telas.
Por Marlon Fonseca
Encerrando a “trilogia” sobre adaptações passamos a falar, agora, sobre as conversões de jogos de vídeo-game para o cinema que, sem sombra de dúvidas, apresentou os priores resultados e qualidade até o momento.
A indústria de games cresce em força ano a ano, tendo, inclusive, suplantado a cinematográfica em arrecadação nos últimos anos. Assim como nos cinemas grandes franquias de jogos tornaram-se verdadeiros blockbusters com milhões de unidades vendidas e gerando verdadeira comoção em seus lançamentos.
Sendo assim, nada mais que lógico que as grandes franquias gamísticas, e seu público fiel, estejam sempre nos “radares” dos produtores e estúdios de hollywood.
A esmagadora maioria dos games que tiveram adaptações ás telas apresentou resultado insatisfatório e de baixa qualidade.
Isso ocorreu principalmente pela falta de respeito ao material adaptado e/ou pela excessiva tomada de liberdade por falta de seus realizadores descaracterizando que por completo o jogo adaptado.
Exemplo de adaptações equivocadas é o que mais podemos trazer á tona. O popularíssimo personagem Mario Bros foi vítima de uma delas. Lançado em 1993 o filme foi execrado por público e crítica principalmente por ter se afastado quase que completo do jogo original. Nem o fato de ter Dennis Hopper como vilão salvou o filme.
Um ícone dos games muito mal aproveitado no cinema. |
A popular franquia de jogos de luta (e que nesse ano completa 25 anos de existência) Street Fighter também não escapou do fiasco. Em duas sofríveis adaptações Street Fighter – o filme e Street Fighter: a Lenda de Chun Li os mesmos problemas apareceram: descaracterização por completo dos personagens e suas histórias e filmes que não empolgaram nem mesmo os fãs mais radicais. Curiosamente, no Japão, foi lançado um filme em animação baseado no jogo Street Fighter 2 apresentado resultado muito mais satisfatório e fiel.
A imagem que retrata um fiasco |
Uwe Boll |
O “fundo do poço”, porém tem um nome: Uwe Boll. Trata-se de um produtor e diretor de “filmes” alemão que cometeu (e infelizmente ainda comete) as piores adaptações de games que se tem notícia. Jogos como House of the Dead, Bloodrayne, Postal, Alone in the Dark foram suas vítimas e figuram entre listas dos 100 piores filmes de todos os tempos.
A franquia Resident Evil apresenta dados curiosos. Inspirada livremente numa das mais famosas e rentáveis séries de games, os filmes, apesar de também apresentarem-se distantes com relação ao material adaptado, gozam de relativo sucesso nos cinemas, sendo que cada novo filme lançado supera o anterior em bilheteria. (esse ano será lançada a quinta parte). Os games, que são mais focados no gênero survival horrror[1], foram adaptados com enfoque mais em cenas vertiginosas de ação, inclusive com seus protagonistas sendo relegados á aparições como coadjuvantes e, por muitas vezes, descaracterizados dando lugar á uma história e protagonista completamente novos no filme.
Resident Evil |
A aventureira e musa dos videogames Lara Croft da franquia Tomb Raider também ficou no meio do caminho. Mesmo sendo interpretada com gosto pela super-estrela Angelina Jolie, suas duas empreitadas cinematográficas são apenas medianos filmes de ação.
Jolie em Tomb Raider |
Esse gênero, porém não vive somente de fracassos. Terror em Silent Hill , filme baseado na série de jogos Silent Hill resultou em um filme de terror e suspense extremamente competente e intrigante .Utilizando personagens e história inédita, porém fiel á atmosfera sombria e misteriosa dos games (utilizando inclusive a sua aclamada trilha sonora), o filme é considerado por muitos a melhor adaptação feita até hoje.
Outra adaptação que se saiu muito
bem foi a do jogo Mortal Kombat.
Feito de forma simples, porém fiel, o filme agradou aos fãs de todo o mundo
mesmo tendo acentuado a violência marcantes dos jogos para se enquadrar numa classificação
mais favorável e rentável ao estúdio. Infelizmente a sua continuação Mortal Kombat- a Aniquilação não teve a
mesma qualidade.
A
relação filme e games, contudo não para por aí. Contando com consoles e PC´s
potentes que permitem aos programadores e produtores opções diversificados a
industria dos games flerta a cada dia mais com a cinematográfica.
Hoje
há um cuidado maior com as histórias e roteiros dos jogos sendo comumente
contratados profissionais que trabalham ou trabalharam no cinema. Também se vê
a utilização de captura de movimentos seja em jogos de esportes como FIFA Soccer como em jogos de ação para
dar aos personagens movimentos e expressões mais realistas. Trilha sonora,
dublagem dos personagens passaram a ter sua devida atenção também contando com profissionais
de ponta dos cinemas.
Sem
sombra de dúvidas o maior exemplo disso é a fanquia Uncharted que conta com três jogos para Playstation 3 e um para o
novo portátil da Sony PS vita. Nela somos apresentados ás aventuras de Nathan
Drake uma espécie de Indiana Jones
moderno. Com movimentos e voz de Nolan North o personagem extremamente
carismático e bem construído enfrenta vários desafios atrás dos mais ocultos
tesouros. Na franquia há espaço para tudo: romance, relação e história entre os
personagens, cenários belíssimos e seqüências de ação de tirar o fôlego todos
apresentados como se fossem verdadeiros “filmes jogados”.
No
quesito “imersão” a franquia Call of Duty,
principalmente em sua série Modrern
Warfare é insuperável. Jogada da forma de primeira pessoa, as situações e
seqüências de tiro e ação “transportam” os jogadores para a tela. Não é á toa
que seus jogos a cada lançamento batem todos os recordes de arrecadação de toda
a indústria de entretenimento.
Porém,
como a adaptação de games para as telas
nem sempre são de qualidade a recíproca também é verdadeira. Os games baseados
em filmes geralmente apresentam-se de baixa qualidade. Isso ocorre,
principalmente, pelo fato de que o jogo tem que ser produzido em um curto espaço
de tempo (e financeiro) para poder chegar ás lojas no dia do lançamento do
filme adaptado.
Assim,
mesmo sendo o tipo de adaptação mais deficitária de todas as comentadas no
decorrer desses três textos, a cada vez maior aproximação de ambas as indústrias
pode no futuro próximo apresentar filmes mais fiéis e de maior qualidade.