quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Tecnologia #2 - O 3D e suas possibilidades


Tecnologia # 02 – O cinema em 3D e suas possibilidades
Por Marlon Fonseca



            Hoje cada vez mais popular e utilizado nos cinemas e games, inclusive chegando ao mercado do home cinema, a tecnologia 3D não é algo recente. Já era utilizado na década de 80, principalmente em filmes de terror como Tubarão 3, Sexta-Feira 13 parte 3, etc mas de forma diferente da que vemos atualmente. Se a tecnologia antiga era limitada e resumia-se apenas com objetos jogados “para fora” da tela, na atual, a imersão e a profundidade ganham forma.
            Essa “nova onda” da utilização da tecnologia fora estimulada com a qualidade e o sucesso da tecnologia apresentada no Avatar de James Cameron. Neste filme o 3D auxilia o espectador a se transportar para o planeta Pandora.
            Diante do desespero dos estúdios de Hollywood que vêem a quantidade de público diminuir ano a ano, várias produções passaram a adotar esta “novidade” como forma de chamariz apresentando resultados dos mais variados em sua qualidade.



COMO FUNCIONA:
           
            Para que o espectador possa visualizar os efeitos em três dimensões, até o presente momento se faz necessária a utilização de óculos especiais que fornecem aos olhos e ao cérebro imagens em duas camadas (no caso da tecnologia passiva dos óculos com lentes azuis e vermelhas) ou polarizadas (no caso da tecnologia ativa nós óculos com tela em LCD e com maior qualidade de imagem e efeitos) para gerar, assim, a noção de profundidade assistida pelo espectador.
            Já estão em estudos avançados o uso da tecnologia sem necessidade de óculos. Nos games nós já temos o Nintendo 3DS com essa tecnologia e recentemente foram apresentadas na CES 2012 aparelhos de televisores nesse sentido. Neste caso há um filtro na própria tela que produz os efeitos. A qualidade de imagem, porém, ainda apresenta-se inferior comparada com a tecnologia com os óculos.
             Vejam o infográfico abaixo:





  
            Atualmente os filmes com a tecnologia apresentam-se de duas formas. Os filmados com câmeras e aparelhos especiais ou os convertidos posteriormente. Assim, o 3D Nativo é aquele cujo filme fora desenvolvido e filmado com câmeras específicas para a tecnologia. Trata-se de um processo mais custoso e trabalhoso, mas apresenta resultado superior. Já o 3D convertido consiste no processo de filmagem utilizando aparelhos ‘normais” ás filmagens em 2D. Na pós produção do filme o mesmo passa a um processo de conversão para o 3D, saindo este expediente mais barato para o estúdio. Os resultados neste caso na maioria das vezes são inferiores aos do nativo, porém se o cineasta tiver certa técnica ele consegue resultado satisfatório.


No vídeo acima Peter Jackson e sua equipe mostra como é feito todo o processo de filmagem em 3D Nativo.



AS POSSIBILIDADES E O FUTURO:

            Se antigamente a tecnologia era usada apenas e de forma sem jeito no intuito de “jogar” no espectador certas imagens ela hoje vem sendo utilizada de forma mais inteligente por alguns cineastas. O 3D de hoje e do futuro é utilizado mais no sentido de propiciar ao espectador uma maior imersão e profundidade á obra.
            Em razão da novidade tecnológica e de certa “prostituição” de sua utilização, o 3D nos cinemas atualmente apresenta resultados dos mais variados, desde o uso apenas “cosmético” até a imersão completa do espectador.
            Se Avatar foi o precursor dessa nova abordagem, ele até hoje foi a melhor utilização do 3D nos levando “para dentro” daquele universo e planeta fantásticos. As cenas com folhas caindo das arvores e tomando á sala de projeção de forma orgânica, sem parecer forçado, são exemplos inequívocos do que a tecnologia pode proporcionar.
            A utilização da tecnologia está longe de ser esgotada e a cada dia cineastas talentosos vão entendendo e estendendo a sua utilização. No recém lançado documentário Caverna dos Sonhos Perdidos o experiente cineasta alemão Werner Herzog usou o 3D para transportar o espectador num passeio pela caverna de Chauvet-Pont-d'Arc na França, descoberta nos anos 90, com mais de 400 pinturas rupestres, o mais antigo testemunho artístico da humanidade.

Acreditem essas imagens em 3D estão fantásticas!

          
  Assim, o 3D é e pode ser ainda mais uma ferramenta utilizada para que os cineastas de todo o mundo usem e abusem de suas imaginações para propiciar aos espectadores espetáculos cada vez mais completos e imersivos. Ainda há muito que se desenvolver sobre a tecnologia e se o futuro desta será promissor ou não caberá aos seus utilizadores e aos anseios do público.





Referências:


LEAL, Renata. É a hora do 3D in Revista Info. Maio de 2010.