...CINEMA
Opiniões # 80 –
Wolverine: Imortal (The Wolverine,
2013)
Por Marlon Fonseca
Mesmo tendo sido catapultado nos últimos anos como um dos
maiores personagens dos quadrinhos na Marvel e tornando-se protagonista da
trilogia X-Men nos cinemas, não foi o suficiente para Wolverine escapar da bobeira
que fora seu primeiro filme solo lançado em 2009. Agora, o mutante canadense
retorna em sua segunda tentativa de ganhar uma adaptação decente nos cinemas. E
conseguiu.
Inspirada
livremente em um arco de histórias que depois se tronou o encadernado Eu, Wolverine de Chris
Claremon, em Wolverine: Imortal,
acompanhamos Logan após os eventos de X-Men
3- O confronto Final, vagando sem destino pelo mundo lutando contra seus
demônios internos. Ao receber com o pedido de retornar ao Japão e reencontrar um
velho amigo, depara-se com um perigo que pode mudar seu destino
.
O
filme acerta muito ao estabelecer nos seus dois terços iniciais os conflitos do
protagonista, a trama e os demais personagens. Ali temos um filme de drama com
pontuais cenas de ação.
O fato
de ter seus poderes de regeneração atenuado no decorrer da história, que lembra
vagamente Superman 2 de Richard Donner, apresenta sensações novas ao
anti-herói, como dor prolongada e cansaço[1].
Letal, dramático e vulnerável |
Com
isso, Hugh Jackman, em sua sexta aparição como Wolverine, consegue exprimir
ainda mais camadas ao personagem que sempre dominou, apresentando seu melhor
desempenho com o mesmo. O roteiro, assim, exprime a melhor faceta de sua
essência. O samurai sem mestre, o caubói errante, o soldado que não descansa.
Adicionando
ainda maior carga dramática ao filme, temos uma disputa familiar na trama
envolvendo a jovem Mariko (Tao Okamoto), um romance bem construído e uma
personagem secundária que agrada muito em Yokio (Rila Fukushima). A discussão
entre mortalidade e imortalidade travada com Yashida (Hal Yamanouchi) encerra
o “pacote dramático”.
Já o
terço final do filme apresenta uma rápida conclusão para tudo que antes
estabelecera cadenciadamente, onde as boas cenas de ação dominam.
Para
esse equilíbrio entre drama e ação essencial a direção de James Mangold que já
apresentou bons trabalhos nos gêneros mais variados como no Western Os Indomáveis, no policial Copland e nos Dramas Johnny e June e Garota, intemrrompida, seus melhores filmes.
O Terço final do filme é voltado para a ação |
Insta
salientar que eventuais reviravoltas que o roteiro tenta apresentar são
facilmente desvendas pelo espectador mais atento, tornando-se previsíveis. Por
fim, os vilões não são marcantes.
A
conversão em 3D é vergonhosamente imperceptível sendo dispensável assistir o
filme nesse formato.
Wolverine: Imortal é o
filme solo que o personagem precisava. Equilibrando drama e ação e trazendo
mais nuances ao personagem acaba por respeita-lo e ao público. Recomendado
tanto para fãs como para espectadores ocasionais.
Nota: Não
deixem de conferir a cena pós-créditos. Além de sensacional ela é a ponte entre
este filme e o vindouro e ambicioso X-men
– Dias de um Futuro Esquecido que estreia no ano que vem e juntará o elenco
da trilogia original e a equipe de primeira
classe.
Cotação: 8,0.
Ficha
Técnica: Wolverine: Imortal (The Wolverine, 2013). Drama. Ação. Direção: James
Mangold. Elenco: Hugh Jackman, Tao Okamoto, Rila Fukushima, Hal Yamanouchi.
Duração: 126 min.
[1]
Reparem em uma cena na expressão de surpresa e até uma certa alegria de Logan
ao descobrir-se cansado após uma tarefa.