quinta-feira, 10 de maio de 2012

...CINEMA. Opiniões #27- Paraísos Artificiais


...CINEMA
Opiniões #27- Paraísos Artificiais (Brasil, 2012)
Por Marlon Fonseca



            As festas rave cujo ápice foi até meados dos anos 2000, hoje não são tão divulgadas e são acusadas por seus freqüentadores de outrora de terem perdido o seu sentido e essência. O Filme Paraísos Artificiais usa esta época de auge destas festas como pano de fundo para contar a história de encontros e desencontros da DJ Érica e do jovem Fernando.

            Com roteiro e montagem entrecortados, o filme vai alternando entre momentos do passado e do presente para compor a sua história.[1] Do relacionamento de Fernando com seu irmão, passando pelas incertezas de Érica e seu momento “vida louca e livre” ao lado de sua amiga Lívia, a história flui bem, desenvolve os protagonistas e mostra como o elo entre eles foi construído. Há também o efeito das drogas como outro pano de fundo na história.

            Do elenco afinado o grande destaque mesmo é Nathalia Dill. Livre das amaras das novelas globais, ela se despe literal e artisticamente e entrega uma excelente performance.  Luca Bianchi como “Nando” não compromete nem um pouco mas seu personagem inegavelmente é menos exigido do que a de Nathalia.

            Tecnicamente o filme é bem dirigido por Marcos Prado[2] que em dados momentos consegue até empregar enquadramentos interessantes, ainda que em alguns momentos apele para o close excessivo[3]. A fotografia é competente, algo felizmente e cada vez mais natural no cinema nacional e chega deslumbrar em algumas seqüências em Amsterdã. A montagem, entrecortada, conforme falado, não atrapalha o espectador e deixa o filme em um ritmo ágil, mesmo que deixando a impressão contrária em seu início e final.

            As seqüências da festa rave são interessantes e muito bem filmadas. O som do filme é extremamente competente nestas horas e a acústica é bem interessante. Ele, ainda, não maneira nas cenas de sexo, sendo algumas quase que explícitas.

            Paraísos Artificais é mais um bom resultado do cinema nacional. Além de apresentar uma história de amor de forma diferente e competente, apresenta o problema das drogas sem apologia ou condenação. A mostra apenas como um caminho de ruína ou amadurecimento.

           
            Cotação:  (4/5)

            Ficha Técnica: Paraísos Artificiais (Brasil, 2012). Drama. Direção: Marcos Prado Elenco: Nathalia Dill, Luca Bianchi, Lívia de Bueno,César Cardadeiro, Emilio Orciollo Neto, Duração: 96 min.


Confiram outros filmes nacionais já comentados no "Falando de..."






E ATENÇÃO!!!!! Esta foi a postagem de número 99. A próxima, de número 100, será especial e logicamente contará com a presença dos nossos amigos e leitores.



[1] E o roteiro é bastante competente em ligar tudo á uma festa rave.
[2] Produtor dos excelentes ônibus 174 e Tropas de Elite 1 e 2.
[3] Mania de vários cineastas nacionais