quarta-feira, 16 de maio de 2012

...CINEMA. Especial. Onde foram parar os cinemas?


ONDE FORAM PARAR OS CINEMAS?
A diminuição do número de cinemas na cidade incomoda os cinéfilos


Por Marlon Fonseca

A imagem de uma cidade sem cinemas



Este texto foca principalmente a situação dos cinemas em Niterói, mas com certeza concilia-se com a situação de várias cidades do Brasil e do mundo.

Quem possui mais de trinta anos deve recordar-se da quantidade de cinemas que nossa cidade continha. Tanto em Icaraí como no Centro, a cidade era muito bem servida neste sentido. Aos poucos, porém, um por um dos cinemas da cidade foram fechando chegando ao ponto que estamos atualmente: somente os shoppings Bay Market e Plaza oferecem este serviço (o Cine Arte Uff encontra-se em obras há um bom tempo).

Muito pouco para uma cidade que já teve dezenas de salas espalhadas por vários de seus pontos, atendendo, inclusive, ao mais variado público.  A queda do Cinema Icaraí é um dos maiores retratos dessa situação (recentemente ele foi adquirido pela UFF e se tornará um complexo cultural)

Trata-se de fato social infelizmente comum e difícil de reverter. Apesar da importância, conforto e excelência tecnológica dos “cinemas de Shopping Centers”, os cidadãos e “cinéfilos” têm enfrentado situações problemáticas em dois pontos importantes. O primeiro reside no aspecto da perda do “charme” inegável que os ditos cinemas de bairro possuem (possuíam) na cidade. Construções belas e antigas resultavam em um valor artístico inegável.

Já em segundo plano, e até mais grave, é a diminuição da acessibilidade a determinados filmes ou Gêneros de filmes.  Não muito comum o frequentador assíduo tem que se deslocar para o Rio de Janeiro ou São Gonçalo para poder assistir a algum filme que não esteja passando na cidade. Exemplo mais recente para ilustrar tal fato foi no caso de “O Artista”, vencedor do Oscar deste ano. Ele não foi exibido em nenhuma das salas existentes em Niterói.

O ideal, sem sombra de dúvidas, seria o casamento entre estes dois tipos de cinema e não a supremacia de um pelo outro. Só assim o espectador assíduo estaria plenamente servido.





Matéria originariamente publicada no Jornal Estaciente - Universidade Estácio de Sá, Campus Niterói, página de Opinião, Edição, 399 lançada no dia 14 de Maio de 1012