sábado, 27 de abril de 2013

...CINEMA. Opiniões #64 - Homem de Ferro 3


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Opiniões #64 – Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, USA, 2013)
Por Marlon Fonseca

           
                  Assim como fora responsável pelo início da “fase 1” da Marvel nos cinemas” e sua pedra fundamental, Homem de Ferro tem a missão de iniciar a segunda, logo após o sucesso retumbante de Os Vingadores.

                Nessa terceira aventura solo, baseada no arco de quadrinhos “Extremis” e retomando nuances da saga “Demônio da garrafa”, Tony Stark terá que enfrentar, antes de qualquer coisa, os questionamentos e pesos de sua posição de herói e das consequências pós-invasão de Manhattan. O surgimento de uma nova tecnologia promete mudar para sempre a relação com sua armadura. Além disso, uma ameaça terrorista encabeçada pelo terrível Mandarim o forçará a entrar em ação como nunca.

            O Diretor dos dois longas anteriores, Jon Favreau, volta apenas como produtor e repetindo o papel de motorista e segurança de Stark que agora é alçado à condição de chefe de segurança, dando lugar á Shane Black, que também participou da confecção do roteiro. Black, que fez sucesso na década de 90 como roteirista da franquia Máquina Mortífera e fora responsável direto pela revitalização da carreira de Robert Downey Jr, com Beijos e Tiros, traz uma trama com maior densidade e seriedade.
Stark enfrenta perigos internos e ameaça terrorista

            Densidade esta muito bem-vinda e que acaba por qualificar mais o personagem, deixando-o com mais camadas a serem explorados pelo talentoso intérprete do protagonista. Há também um cuidado maior em aprofundar o relacionamento entre os personagens, inclusive com uma clara alusão a atos e consequências. E assim, todo mundo sai ganhando ao se atrelar qualidade ao entretenimento.

            Mas o filme e o herói não perdem o humor ácido que o caracterizaram desde o começo, gerando alguns momentos genuinamente engraçados.
Relação entre os personagens é melhor tranalhada

            Porém, é preciso alertar aos fãs mais radicais dos quadrinhos que o longa faz inúmeras liberdades criativas ‘com relação ao material adaptado e muitas, com certeza, gerarão inúmeros protestos. O que podemos dizer delas, sem estragar qualquer tipo de surpresa, é que para o propósito do filme elas funcionam.

            Há, também, no roteiro, algumas falhas de coerência gravíssimas e o enfraquecimento na trama de um vilão em prol de outro também incomoda mesmo não atrapalhando o excelente desempenho dos atores que os interpretam.
O terrorista Mandarim

            As cenas de ação são muito bem feitas e elaboradas, principalmente a destruição da casa de Stark e o resgate a um avião. Os efeitos especiais estão excelentes, já a utilização do 3D segue o padrão dos demais filmes da Marvel nesse formato com poucos momentos em se apresentam efeitos e profundidades interessantes.

Homem de Ferro 3 acerta ao trazer mais densidade e intensidade ao herói e às pessoas que o cercam. Exagera nas liberdades criativas para favorecer uma trama repleta de altos e baixos e incoerências. O resultado é um entretenimento competente apesar de suas falhas.

Nota: A cena pós-crédito não é bombástica, mas é extremamente divertida.

Cotação: 8,0

Ficha Técnica: Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, USA, 2013). Ação, Aventura. Direção: Shane Black. Elenco: Robert Downey Jr, Gwyneth Paltrow, Don Cheadle, Rebecca Hall, Guy Pearce, Ben Kingsley. Duração: 130 min.


domingo, 21 de abril de 2013

...CINEMA. Opiniões #63 - Amor


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Opiniões #63 – Amor (Amour. França, Alemanha e Áustria, 2012).

Por Marlon Fonseca

           
                    Quem conhece a filmografia de Michael Haneke sabe que o polêmico diretor não é chegada em sutilezas. Mesmo em Amor, seu mais recente e premiadíssimo trabalho[1], ainda que desta vez mais velado, consegue nos passar e nos fazer sentir o sofrimento dos personagens.

            No filme acompanhamos o casal de músicos aposentados Anne (Emmanuele Riva) e George (Jean-Lois Trintignant) que têm a sua harmonia quebrada quando ela passa a apresentar uma séria doença degenerativa. A partir daí, o casal vai ter que colocar a força do seu amor em teste.

            O cineasta, que também escreveu o roteiro, apresenta as fases da luta do casal de forma extremamente competente. Nas primeiras cenas temos o estabelecimento de sua cumplicidade, explicitada, inclusive em um diálogo entre pai e filha. Com a chegada da doença, os vemos ainda sem jeito, física e emocionalmente, para lidar com a nova situação e, mais para o final do filme, nos deparamos com ambos desgastados pela pesarosa rotina.
A harmonia de Anne e Geroce é quebrada...

            Em auxílio à estrutura montada pelo roteiro, temos uma maquiagem impecável e atuações brilhantes dos protagonistas (que rendeu prêmios variados a ambos). Enquanto Anne se sente desde o início desconfortável com a situação, George comove com a sua dedicação ferrenha, que chega se tornar quase que como uma obsessão, inclusive ao afastar a filha do casal da situação em que se encontram.

            Trata-se de um filme realista, triste, denso, pesado e tocante que nos mostra que o amor só é testado mesmo nos momentos de maior dificuldade e que o “na saúde e na doença” não é apenas uma frase do ritual católico. Por outro lado, mostra até que limite ele pode ser levado.
...e ambos passarão pelo maior dos testes em seu relacionamento

            Assim, Amor é uma obra que merece ser apreciada, sentida e refletida. Não somente pelo tema mas ante à excelência de sua realização.

Cotação: 9,5

Ficha Técnica: Amor (Amour. França, Alemanha e Áustria, 2012). Drama. Direção: Michael Haneke. Elenco: Emanuelle Riva, Jean-Lois Trintignant, Isabelle Huppert. Duração: 127 min.





[1] Dentre os vários prêmio o filme venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro 2013, O Prêmio Cesar de Cinema (O “oscar” do cinema francês) e Palma de Ouro em Cannes 2012.

sábado, 20 de abril de 2013

...CINEMA. Opiniões#62 - A Morte do Demônio


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Opiniões # 62 – A Morte do Demônio (Evil Dead, USA, 2013)
Por Marlon Fonseca

           
               Sam Raimi hoje é mais conhecido pela trilogia Homem-Aranha e recentemente por Oz- Mágico e poderoso. Mas seu início como cineasta foi trazendo ao gênero de terror que tanto ama uma das trilogias mais reverenciadas pelos fãs.

            A realização sequência direta, dirigida pelo próprio Raimi, e um remake de Evil Dead já circulam há anos entre os bastidores da indústria cinematográfica. Mas foi quando o diretor e produtor colocou os olhos no curta metragem “Ataque de Pânico”[1] dirigido por Fede Alvarez que a segunda opção ganhou força.

            Nessa refilmagem, a espinha dorsal da trama original se mantém. Cinco jovens vão á uma cabana no meio da floresta para tentar ajudar uma amiga a se livras do vício das drogas e, ao se depararem com o livro dos mortos, libertam um terrível mal.
O filme foi todo filmado sem CGI, até mesmo essa clássica cena

            A grande diferença entre o original e essa reimaginação está exatamente no mote ligado ao aspecto das drogas. A confusão entre uma possível crise de abstinência e uma improvável possessão demoníaca faz o enredo ficar ainda mais interessante. O clássico personagem Ash[2] não aparece dando a este remake o frescor e afastamento necessários para ter vida própria[3].

            Do resto, tudo o que fez sucesso há 32 anos volta com força total. O filme é tenso, assustador, violento, nojento, exagerado e possui um ritmo bastante ágil .Tudo isso atrelado às competentes iluminação, maquiagem e efeitos. Sob este último aspecto convém destacar que, por opção do diretor, não há qualquer utilização de CGI[4], inclusive na clássica cena de possessão pela árvore.
Filme garantes sustos, tensão e nojeira

            Para os fãs de terror gore e da franquia, portanto, fica a notícia de que A Morte do Demônio os honra plenamente trazendo um filme divertido causando medo, tensão e risos nervosos. E vem mais por aí, pois o resultado foi tão bom que uma continuação já está sendo elaborada.

Cotação: 9.0

Ficha Técnica: A Morte do Demônio (Evil Dead, USA, 2013). Terror. Direção: Fede Alvarez. Elenco: Jane Levy, Shiloh Fernandez, Lou Taylor Pucci, Jessica Lucas e Elizabeth Blackmore. Duração: 91 min.



[2] Vivido pelo ator-fetiche de Raimi Bruce Campbell
[3] A maior homenagem ao original fica portento na presença do carro de Raimi que aparece na maioria dos seus filmes desde o clássico Evil Dead.
[4] Efeitos em computação gráfica

domingo, 7 de abril de 2013

...CINEMA opiniões # 61 - Invasão à Casa Branca


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Opiniões # 61 - Invasão à Casa Branca (Olympus has fallen, USA,  2013)
Por Marlon Fonseca

            
           
       Ao lado de G.I Joe: A retaliação[1] e Duro de Matar: um novo dia para morrer[2], este Invasão à Casa Branca vem na tentativa de fortalecer o gênero ação, com estilo similar aos que fizeram muito sucesso na década de 90.

            Depois de um período se dedicando a comédias românticas e filmes com toques mais dramáticos como Redenção e Coriolano, Gerard Butler volta ao gênero como Mike Benning, agente do Serviço Secreto americano, que após um incidente é afastado da proteção do Presidente Norte-americano. Quando terroristas invadem a Casa Branca e fazem do Presidente refém ele acaba se tornando o único homem capaz de salvá-lo e terminar com a ameaça.

            Pela sinopse acima, percebe-se grande semelhança do filme com os primeiros Duro de Matar. Mas, também, ele lembra bastante o excelente seriado 24 horas, pois se dividindo com a ação, há os bastidores e decisões políticas por trás do perigo.
Elenco de apoio de peso e bastidores políticos
            Nesse aspecto, aliás, temos um filme atualizado com os tempos em que vivemos e já começa a apresentar ao mundo os novos vilões de Hollywood: os Coreanos. Algo que já vem dando o que falar.

            Dirigido por Antoine Fuqua, que após o excelente Dia de Treinamento, não se achou na carreira e alterna bons e maus momentos em sua filmografia. Mas aqui ele mostra traquejo para as cenas de ação.

            A sequência da invasão em si é bastante bem executada e de tirar o Fôlego, ainda que, logicamente, absurda. O filme consegue prender o expectador e entreter se saindo como um exemplar muito bom de um gênero tão combalido.
Gerard Butlem em ótima volta aos filme de ação

             Depondo contra o filme, temos a patriotada exagerada, principalmente na cena final, alguns furos no roteiro e falta de capricho em dados momentos com, inclusive, erros de continuidade gritantes.[3]

            Já a favor, além das cenas de ação e da competência de Butler no gênero, temos um elenco de apoio bastante qualificado como não se via há tempos em um filme de ação[4]. Aaron Eckhart como o Presidente durão, Morgan Freeman como o Presidente em exercício, Angela Basset como a Diretora do Serviço Secreto são o destaque. Rick Yune entrega um vilão perigoso intelectual e fisicamente.
Casa Branca devastada e patriotada que incomoda

Ainda temos Dylan Mcdermont[5], Melissa Leo e Radha Mitchell. Ashley Judd faz uma participação pequena, mas importante no início. Curiosa a participação de Cole Hauser, astro de filmes de ação de baixo orçamento[6]. Seria mais um aviso de que o gênero está se reerguendo?

            Sendo assim, Invasão à Casa Branca, mesmo com algumas falhas, é o melhor filme de ação do ano até o momento. Bem executado, com cenas de ação bem feitas e tensão na medida certa. Butler e todo o elenco ainda elevam o status do filme.

Cotação: 8,0

Ficha técnica: Invasão à Casa Branca (Olympus has fallen, USA,  2013). Ação. Direção. Anthoine Fuqua. Elenco: Gerard Butler, Aaron Eckhart, Morgan Freeman, Angela Basset, Dylan Mcdermont, Rick Yune. Duração: 120 min.

           
           
                     


[2] http://blogdofalandode.blogspot.com.br/2013/02/cinema-opinioes-55-duro-de-matar-um-bom.html
[3] No momento da invasão vários agentes do Servio Secreto são trucidados na escadaria principal à frente da Casa Branca, ficando seus corpos no chão. Após, em todas as cenas que acontecem nesse lugar não os corpos não estão mais lá. Desintegraram?
[4] Lembrando que consideramos filmes envolvendo super-heróis um gênero já próprio e distinto.
[5] Voltando a ganhar destaque após as dias bem sucedidas temporadas do seriado American Horror Story
[6] E que também teve uma participação pequena no novo Duro de Matar.

sábado, 6 de abril de 2013

...CINEMA. Opiniões #60 - Mama


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Opiniões # 60 – Mama (USA, Canda, Espanha,  2013)

Por Marlon Fonseca


           O diretor e produtor Guillermo Del Toro é fascinado pelo sobrenatural. Quando se deparou com o curta metragem Mamá[1], dirigido por seu conterrâneo Andres Muschietti, viu potencial em transformá-lo em um longa metragem.


         O filme conta a história de um tio (Nikolaj Coster-Waldau, o regicida Jaime Lannister do seriado Game of Thrones) e sua namorada (Jessica Chastain) que, após 5 anos de busca, encontram as sobrinhas desaparecidas. Com sua custódia, tentam cria-las e readaptá-las ao mundo, mas tem algo sinistro à espreita.

            Dirigido pelo mesmo Andrés Muschietti, o filme entrega uma atmosfera tensa e momentos genuínos de suspense sustos. De certa forma, tanto a sua história como alguns de seus elementos, com o a fotografia escura, o visual do fantasma, por exemplo, remetem aos bons filmes asiáticos de terror feitos no fim da década de 90 e começo dos anos 2000 e, principalmente, a refilmagem americana de um deles, o excelente O Chamado.

Família atormentada

            Além de filmar os corredores de forma claustrofóbica[2] o diretor ainda entrega uma cena inspiradíssima onde no mesmo plano vemos dois acontecimentos ao mesmo tempo.

            Mesmo que muito velada, esse ótimo conto de terror, também traz a jornada de amadurecimento de sua protagonista. E Jessica Chastain, trazendo mais uma personagem diferenciada em sua carreira, se sai muitíssimo bem em seu primeiro filme de terror. As meninas, Megan Carpenter e Isabelle Nelisse, se saem muito bem ante a importância que tem na trama, principalmente esta última ante as peculiaridades de sua personagem.

            Seguindo com o ritmo cadenciado de suspense e investigação, o filme é acometido em seus 30 minutos finais de uma carga maior de tensão, sustos e correria e um final muito longe do convencional. Muita gente vai até reclamar que essa parte do filme tem um tom contrastante com o resto do filme, mas assisti-la em uma sessão lotada com o público aos berros mostra a sua eficácia[3].

Os minutos finais são de pura tensão e sustos

            Em um gênero que anda, infelizmente, combalido, Mama traz um frescor e apresenta muita qualidade, inclusive técnica. Bem realizado, envolvente, com certeza agradará (ou aterrorizará) aos fãs e não fãs do terror.

                    Cotação: 9,0.

            Ficha Técnica: Mama (USA, Canda, Espanha,  2013). Terror. Direção: Andrés Muschietti. Elenco: Jessica Chastain, Nikolaj Coster-Waldau, Megan Carpenter e Isabelle Nelisse. Duração: 100 min.
           


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                Curiosidade:
                A “Mama” do filme é interpretada por um ator. Javier Botet, que, pelo seu currículo[4], é especialista em personagens bizarros. Já a voz de Mama é de Jane Moftat que no filme ainda faz Jean, uma tia das crianças que rivaliza pela guarda delas.



[1] VocÊ pode conferi-lo na íntegra aqui: http://www.youtube.com/watch?v=1Knnz2vzXpQ
[2] Fato este colocado na introdução de Del toro ao mostrar o curta (como viram acima)
[3] Isso aconteceu na minha sessão e adorei.

terça-feira, 2 de abril de 2013

...CINEMA. Opiniões # 59 - Os Miseráveis


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Opiniões # 59 Os Miseráveis (Les Miserables, USA, 2012).
Por Marlon Fonseca

                
             
 Os Miseráveis é uma das obras mais celebradas e premiadas de todos os tempos. O livro do Escritor francês Victor Hugo (o mesmo de O corcunda de Notre-Dame) já passou por várias adaptações teatrais, televisivas e cinematográficas.

            Na esteira da revitalização do gênero musical que vem sendo feito anualmente por Hollywood era chegada a hora de apresentar ao mundo uma adaptação suntuosa da obra.

            Em sua trama acompanhamos a trajetória de Jean Valjean (Hugh Jackman), dentre os períodos históricos na França da Batalha de Waterloo (1815) e os motins de Junho de 1932, e seus encontros com a sofrida Fantim (Anne Hathaway), sua filha Cosette (Isabelle Allen e Amanda Seinfried), o jovem Marius (Eddie Redmayne) e o temível e obstinado Inspetor Javert (Russel Crowe).

            Trata-se de uma história densa e emocional, onde os personagens passam toda a sorte de sofrimentos e indagações morais sobre suas condutas e sentimentos.

Os personagens sofrem fisica, emocional e moralmente

            Em termos de produção temos algo impecável. Direção de arte, figurinos, maquiagem e elenco do mais altíssimo nível e refinamento.

                Bastante seguro após o oscar por O discurso do Rei, o diretor Tom Hooper tomou decisões criativas que caracterizaram ainda mais o filme e o seu trabalho.

            A primeira delas foi o fato de que os atores não se utilizam de playback nas cenas de cantoria. Esse aspecto trouxe mais realismo ás cenas e abrilhantou ainda mais o trabalho dos atores.

            A utilização de close excessivos em momentos chaves também destacou o trabalho do elenco em detrimento da grandiosidade de seus cenários. Para compensar, o diretor alterna entre ângulos belíssimos em determinadas cenas e ainda abre o longa com um travelling espetacular.

O diretor apresenta enquadramentos elegantes...


            O filme como um todo é espetacular, mas possui cenas que entraram para a história do cinema. O que dizer do estupendo e premiadíssimo desempenho de Anne Hathway cantando visceralmente I Dreamed a Dream?[1]
Anne impressiona e comove em I dreamed a dream

            A sequência em que o povo se encontra na rua iniciando o motim ao som de do you hear your people sing?[2] é grandiosa e emocional. A saudação do inspetor Javert a um corajoso rival. Além do final do filme, lindíssimo e emocionante.

            Além de Hatwhay todo o elenco dignifica a obra. A atuação perfeita de Hugh Jackman não surpreende. O Ator está muito longe de ser apenas o Wolverine. Para quem não sabe, Jackman já atuou em outros musicais na Broadway e em sua terra natal a Austrália, ganhando, inclusive premiações por isso. Russel Crow, por sua vez, é o que mais alterna irregularidade. Em alguns momentos do filme percebe-se o esforço que ele faz para cantar. Mesmo assim, seu Inspetor Javert consegue ser marcante.

            Do elenco mais jovem, Eddie Redmayne (que já havia se saído bem em Sete dias Com Marilyn) se mostra afiadíssimo e afinadíssimo como Marius. Amanda Seyfried, que ganhou fama com o musical Mamma Mia tem pouco tempo de tela, mas se sai bem. A jovem Samantha Barks que já havia interpretado a apaixonada Éponine em um especial, repete sua ótima performance.

            Complementando o elenco. Sacha Baron Cohen e Helena Bohan Carter[3], repetem a “parceria” no Sweeny Tood de Tim Burton, como um casal trambiqueiro. E não tem como não se emocionar com o corajoso menino Gravoche de Daniel Huttlestone.

A produção é suntuosa

            Além da irregularidade de Crowe, o que podemos destacar como negativo do filme, é a queda ocasional em seu ritmo em determinados momentos. Mas nada, nada que possa deturpar a grandiosidade que o filme alcança.

            Uma bela história de sofrimento, amor, redenção, repleta de cenas emblemáticas e belas canções. Um filme que honra a todos os talentos envolvidos, a obra que adapta e ao gênero que representa.

Cotação: 9,5

Ficha Técnica: Os Miseráveis (Les Miserables, USA, 2012). Musical. Direção: Tom Hooper. Elenco: Hugh Jackman, Anne Hathway, Russel Crowe, Amanda Seyfried, Eddie Redmayne, Samantha Barks,Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter. Duração: 158 min.



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Elenco no Oscar 2013.
            Conforme já falado em nossa cobertura do Oscar desse ano[4], houve uma ato em homenagem aos musicais e apresentação do elenco de Os Miseráveis foi um dos pontos altos da noite: