sexta-feira, 9 de março de 2012

opiniões #15- John Carter: Entre dois Mundos


...CINEMA
Opiniões 15- John Carter – Entre Dois Mundos (John Carter, USA , 2012)
Por Marlon Fonseca




            A adaptação do livro “A Princesa de Marte” (lançado na década de 20) de Edgar Buroughs[1] vem sendo tentada em Hollywood há muitos anos. Passando de diretor para diretor, estúdio para estúdio até finalmente cair nas “mãos” da Disney e Pixar. E elas não pouparam esforços afinal estima-se que gastaram mais de 200 milhões de dólares com a produção e marketing do filme. Para a missão convocaram um diretor “caseiro” (que já dirigiu para os estúdios Procurando Nemo e Wall-e) e que estréia, assim junto com a Pixar, em um filme live action.

            O filme, tal qual o livro, conta a história do veterano herói da guerra civil americana John Carter que inexplicavelmente é transportado para Marte e se vê envolvido na Guerra entre seres deste planeta para salvar a Princesa que dá o título do livro.

            Mesmo dotado de situações vistas exaustivamente em todo o tipo de mídia (o forasteiro em uma terra desconhecida, a princesa e seu povo precisando ser salvos, os discursos inflados antes das batalhas) John Carter consegue ter vida própria e diverte muito.

            Como produção caríssima e bem cuidada que é o filme impressiona nos aspectos estéticos. Os efeitos especiais estão magníficos seja nos variados personagens digitais ou na composição dos cenários da Marte imaginada por Buroughs e pelos roteiristas. O pecado nesse quesito é a má utilização do 3D. Chega a espantar a baixa qualidade desta tecnologia no filme tendo em vista o Cuidado da Disney e da Pixar para com o projeto bem como as conversões bem sucedidas do estúdio em filmes como Alice no País das Maravilhas e Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas.

            O casal protagonista do filme é formado por dois jovens atores que estão galgando espaço em Hollywood e “abraçaram” seus papéis com vontade. Enquanto Taylor Kitsch não compromete no papel de John Carter (embora esteja usando uma voz a lá James Franco) Lynn Collins entrega a princesa mais emblemática dos cinemas desde certa Leia Organa. Se sua exuberância já lhe dá crédito suficiente como princesa, ela vai além e consegue compor todas as facetas de sua personagem: inteligência, espírito de luta, etc.[2] O elenco de apoio ajuda a qualificar o elenco incluindo Willem Defoe, Samantha Morton e Thomas Haden Church dublando personagens digitais.

            Um aspecto louvável, e que se deve destacar, é que a produção não se escora apenas em seus efeitos especiais. O roteiro apesar de não ser nenhuma obra prima não compromete e o ritmo do filme é cadenciado, porém quase nunca aborrecido. As relações entre os personagens têm seu dado valor e atenção.

            Chega a ser corajoso nos dias de hoje repleto de filmes com seqüências aceleradas e com cortes rápidos vislumbrar uma na qual John Carter enfrenta sozinho um exército inimigo ao mesmo tempo em que recorda de esposa e filha falecidas, com uma música lenta ao fundo. Chega a ser lírico.

            Mas o aspecto principal, sem dúvidas é a união dos efeitos especiais de hoje com o tom “aventuresco” de outrora. Quase que ingênuo. Afinal de contas o filme é inspirado em um livro lançado há quase 100 anos, onde este tom era bastante comum. [3]

            Cumprindo o seu objetivo de entreter as platéias com qualidade e aventura, John Carter é um filme bastante competente. Quem embarcar no clima do filme com certeza sairá bastante satisfeito.


Cotação: 


Ficha Técnica: John Carter: Entre dois mundos (John Carter, USA, 2012). Aventura. Direção: Andrew Stanton. Elenco: Taylor Kitsch, Lynn Collins, Mark Strong, Ciarán Hinds, Willem Defoe, Thomas Haden Church, Samantha Morton. Duração: 130 min.

   
Observação final: Preparem seus corações, pois antes do filme irá passar o trailer em 3D dos “Vingadores”


[1] É dele também a criação do personagem Tarzan.
[2] Curiosamente ela e Hitsch já atuaram em outros filmes juntos. Trata-se do X-men:Origins: Wolverine. Ele como o mutante Gambit e ela como a Silver Fox.
[3] Não se revoltem, portanto ao ver lagos em Marte.