...CINEMA
Opiniões 15- John Carter – Entre Dois Mundos (John Carter,
USA , 2012)
Por Marlon Fonseca
A
adaptação do livro “A Princesa de Marte” (lançado na década de 20) de Edgar
Buroughs[1] vem
sendo tentada em Hollywood há muitos anos. Passando de diretor para diretor,
estúdio para estúdio até finalmente cair nas “mãos” da Disney e Pixar. E elas
não pouparam esforços afinal estima-se que gastaram mais de 200 milhões de
dólares com a produção e marketing do filme. Para a missão convocaram um
diretor “caseiro” (que já dirigiu para os estúdios Procurando Nemo e Wall-e) e
que estréia, assim junto com a Pixar, em um filme live action.
O
filme, tal qual o livro, conta a história do veterano herói da guerra civil
americana John Carter que inexplicavelmente é transportado para Marte e se vê
envolvido na Guerra entre seres deste planeta para salvar a Princesa que dá o
título do livro.
Mesmo
dotado de situações vistas exaustivamente em todo o tipo de mídia (o forasteiro
em uma terra desconhecida, a princesa e seu povo precisando ser salvos, os
discursos inflados antes das batalhas) John Carter consegue ter vida própria e
diverte muito.
Como
produção caríssima e bem cuidada que é o filme impressiona nos aspectos
estéticos. Os efeitos especiais estão magníficos seja nos variados personagens
digitais ou na composição dos cenários da Marte imaginada por Buroughs e pelos
roteiristas. O pecado nesse quesito é a má utilização do 3D. Chega a espantar a
baixa qualidade desta tecnologia no filme tendo em vista o Cuidado da Disney e
da Pixar para com o projeto bem como as conversões bem sucedidas do estúdio em
filmes como Alice no País das Maravilhas
e Piratas do Caribe: Navegando em Águas
Misteriosas.
O
casal protagonista do filme é formado por dois jovens atores que estão galgando
espaço em Hollywood e “abraçaram” seus papéis com vontade. Enquanto Taylor
Kitsch não compromete no papel de John Carter (embora esteja usando uma voz a
lá James Franco) Lynn Collins entrega a princesa mais emblemática dos cinemas
desde certa Leia Organa. Se sua exuberância já lhe dá crédito suficiente como
princesa, ela vai além e consegue compor todas as facetas de sua personagem:
inteligência, espírito de luta, etc.[2] O
elenco de apoio ajuda a qualificar o elenco incluindo Willem Defoe, Samantha
Morton e Thomas Haden Church dublando personagens digitais.
Um
aspecto louvável, e que se deve destacar, é que a produção não se escora apenas
em seus efeitos especiais. O roteiro apesar de não ser nenhuma obra prima não
compromete e o ritmo do filme é cadenciado, porém quase nunca aborrecido. As
relações entre os personagens têm seu dado valor e atenção.
Chega
a ser corajoso nos dias de hoje repleto de filmes com seqüências aceleradas e
com cortes rápidos vislumbrar uma na qual John Carter enfrenta sozinho um
exército inimigo ao mesmo tempo em que recorda de esposa e filha falecidas, com
uma música lenta ao fundo. Chega a ser lírico.
Mas
o aspecto principal, sem dúvidas é a união dos efeitos especiais de hoje com o
tom “aventuresco” de outrora. Quase que ingênuo. Afinal de contas o filme é
inspirado em um livro lançado há quase 100 anos, onde este tom era bastante
comum. [3]
Cumprindo
o seu objetivo de entreter as platéias com qualidade e aventura, John Carter é um filme bastante competente.
Quem embarcar no clima do filme com certeza sairá bastante satisfeito.
Cotação:
Ficha Técnica: John Carter: Entre
dois mundos (John Carter, USA, 2012). Aventura. Direção: Andrew Stanton. Elenco: Taylor Kitsch, Lynn Collins,
Mark Strong, Ciarán Hinds, Willem Defoe, Thomas Haden
Church , Samantha Morton. Duração: 130 min.
Observação final: Preparem seus
corações, pois antes do filme irá passar o trailer em 3D dos “Vingadores”