...CINEMA
Opiniões #88 – Carrie, a estranha (USA, 2013).
Por Marlon Fonseca
Contando com um bom elenco e uma campanha de marketing
bacana (vide informativo abaixo), essa refilmagem do clássico de1976, dirigido por
Brian de Palma e adaptação de uma das primeiras obras de Stephen King, retoma a
trama da menina subjugada socialmente que descobre ser detentora de poderes telecinéticos.
Sufocada por uma mãe fanática religiosa e violenta (a
sempre competente Julianne Moore) e esnobada pelas colegas de classe, Carrie,
ao menstruar pela primeira vez, desenvolve poderes paranormais, fato este que
desencadeará um caos em sua vida e nas pessoas que a cercam. Na verdade, tanto
o livro quanto suas adaptações cinematográficas, possuem como subtrama a emancipação
da mulher na sociedade e a busca de espaço no mundo.
Quem conhece a obra sabe que seu forte está no clímax, quando Carrie explode com toda a sua raiva reprimida. E
nessa versão ele continua importante e apresenta-se bastante violento mas, em
alguns momentos, exagerado. Porém, antes de chegar a ele a condução da trama é simples,
sendo o único destaque as tensas cenas de embate moral entre mãe e filha.
A escolha de Chloe Grace Moretz causou desconfiança por
parte do público e dos fãs do original, mas sem fundamento. De talento já
reconhecido e acostumada a papeis fortes como a hit-girl da franquia Kick-ass e a vampira de Deixe-me entrar ela soube tirar de letra
as alternâncias de tristeza e raiva da personagem. A atriz, diga-se de passagem e fã confessa da obra original.
Carrie: tragédia e violência |
Carrie, é uma personagem trágica, vítima de uma sociedade
cruel e de uma criação opressora por parte de sua mãe. É uma das personagens
mais dramáticas dentre os filmes e livros de terror. Sente-se pena da
protagonista do início ao fim da projeção.
O roteiro falha em não desenvolver os personagens
secundários e suas motivações e o mais grave: em aprofundar melhor a “virada”
da personalidade de Carrie. Tudo acaba ficando muito superficial, prejudicando
bastante o resultado do longa.
Sendo assim, Carrie,
a estranha é um filme com boas performances de sua dupla central e continua
trazendo um clímax arrebatador, mas que se enfraquece ante a superficialidade
do roteiro e da construção da trama até seu momento chave.
Cotação: 7,0
Ficha Técnica: Carrie, a esranha ( Carrie, USA, 2013). Terror.
Direção: Kimberly Pierce. Elenco: Chloe Grace Moretz, Julianne Moore, Gabriella
Wilde, Judy Greer. Duração: 100 min.
A assustadora campanha de
marketing
Um
dos grandes destaque do filme foram as inventivas campanhas publicitárias que
ele recebeu. Em um deles, a equipe montou uma pegadinha que deixou pessoas
incautas apavoradas, conforme o vídeo abaixo:
Alguns cinemas receberam um pôster que fazia os cabelos
dos espectadores levantarem ao se aproximarem dele.