Espaço: Fronteira
final.
Por Marlon Fonseca
Mass Effect, e sua trilogia
original, que brilhou na geração passada, alçou rapidamente o panteão de
grandes jogos e marcas de todos os tempos. Não era para tanto que Mas Effect Andromeda era um dos jogos
mais esperados dessa geração.
A
franquia
Prometendo
uma nova história e personagens desse universo além de trazer novas nuances a
ele, graças ao poderio dos novos consoles, o jogo porém foi aquém do que todos
esperavam. Mas até que ponto de fato Andromeda se saiu bem ou não? Veremos a
partir de agora.
Com o capitão
Sheppard e sua equipe fora da equação, o game tem a missão de ampliar a saga
com nova história, personagens e enfoques dentro do universo já estabelecido.
Agora os irmãos Ryder entram em cena ás voltas com as dificuldades de se
explorar a galáxia de Andromeda.
Mais
do que qualquer coisa, é nítido que o jogo sentiu o peso do nome da saga e de
sua produtora Bioware, símbolos de histórias bem construídas, personagens
aprofundados e foco pesado nas decisões e suas consequências tanto nas relações
do protagonista e as pessoas que o cercam como até mesmo nos planetas, raças e
universo. Assim os defeitos sofreram um peso maior e as qualidades saem quase
como obrigatórias.
Mas, Mass Effect Andromeda é sim um jogo de erros e acertos. No primeiro bloco, o
das qualidades, o que salta aos olhos de imediato é o esmero gráfico. Nesse
quesito principalmente a direção artística complexa e variada dos planetas se
destaca. Aliado a esse quesito, a parte sonora auxilia em deixar os ambientes
mais vivos destacando fauna e flora e os combates bem mais emocionantes.
O
jogo também é positivo no quesito “coisas para se fazer”. Além das missões
principais que vai obrigar o jogador a saltar de planeta em planeta e conviver
com personagens das mais variadas raças e motivações próprias, há diversas
missões secundárias divididas em vários segmentos. Primeiro as já tradicionais
missões de lealdade onde se conhece um pouco mais do histórico de seus aliados
e deve auxilia-los cada um com seu drama individual. Existem também missões
relacionadas à nave e sua tripulação.
Nova tripulação. Novos desafios. |
Além
dessas há o fator exploração muito aguçado do jogo onde se deve desbravar os
planetas, catalogando as espécies encontradas, achando pontos de interesse e os
tornando viáveis para colonização.
Ainda
no quesito secundário, há as missões de interesse do protagonista que revelam mais
do passado de sua família, além dos cuidados com sua irmã ou irmão (dependendo
do gênero escolhido para o personagem principal).
As
eventuais paqueras, flertes e namoricos continuam, afinal de contas, mesmo
tentando povoar uma nova galáxia e lidando com raças alienígenas diversas há um
tempinho para um chamego.
O game traz gráficos bonitos e planetas variados |
Cabe
ao protagonista, também, alocar pontos, os PVA, e organizar de que forma a
colonização se fará, divididos nos aspectos militar, científico e comercial.
Trazendo
mais elementos de RPG ao jogo, há também a possibilidade de se escolher várias
classes ao personagem e trabalha-las e desenvolvê-las em seu decorrer.
Passear
pelos planetas é divertido e o uso do novo veículo, o nomad que substitui o
mako do primeiro jogo, só auxilia essa experiência e amplia. Aliados a esse, a
arca nexus e a nave tempest são hud´s muito amplos, detalhados e oferecem suas próprias
missões e aperfeiçoamentos.
Os
combates são muito emocionantes e o jogo consegue proporcionar um ou outro
momento de ação cinematográfica.
A exploração é a essência aqui. |
A
jogabilidade em geral é muito precisa e tranquila de se entender mesmo com
muita coisa para se administrar. Nos combates, não há mais um comando para
entrar em cobertura, sendo essa automática quando se aproxima de uma área
própria a isso. De maneira geral esse expediente funciona muito bem, o que traz
maior dinamismo ás batalhas, porém, em alguns casos pode não funcionar como
esperado podendo prejudicar o jogador.
Ou
seja, Andromeda, é um jogo bonito, detalhado e com bastante conteúdo.
Já
no aspecto negativo tem três aspectos que chamam a atenção e prejudicam seu
resultado final. O primeiro deles é o excesso de bugs recorrentes. Além de
falhas na performance com quedas nas taxas de frames há coisas mais graves como
engasgos e relatos de missões que não “abrem”.
Há
também o famigerado problema das animações faciais dos personagens que já virou
piada na comunidade gamer. De fato, há coisas indefensáveis como olhos agindo
de forma estranha e alguns personagens menos detalhados do que outros o que é
uma pena pois os gráficos do jogo, conforme falado acima, são muito bons e os
modelos dos personagens são bem feitos, porém prejudicados pelo problema em
questão.
O jogo oferece bastante conteúdo |
Quem
começou a jogar a partir do patch 1.05 tem enfrentando menos problemas nesses
dois aspectos mas é de se lamentar ter um jogo desse peso e importância ser
entregue dessa forma. Um mal que tem se tornado frequente nesse geração.
Por
último, e esse não há patch que resolva, há a questão da irregularidade
narrativa. Por mais que ele ofereça muito conteúdo e missões secundárias acima
da médias, os diálogos e história do jogo estão um tom abaixo do que se esperaria
de um jogo tanto da saga como da empresa que o criou.
Principalmente
no peso das decisões e nos diálogos que está um nível abaixo do que a série já
ofereceu.
Mass Effect Andromeda, assim é um jogo
bastante decente e que oferece conteúdo suficiente para deixar o jogador mais
dedicado preso ao seu universo por bastante tempo. Suas falhas técnicas
imperdoáveis e a história levemente abaixo da média do que a série sempre
ofereceu, entretanto, acabam com as suas pretensões de ser um dos grandes
marcos da geração atual. É um bom capítulo para a saga e um novo ponto de
partida. Uma eventual sequência um pouco mais caprichada pode colocar tudo no
rumo novamente.
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