terça-feira, 25 de abril de 2017

Crítica - Mass Effect Andromeda

...GAMES


Espaço: Fronteira final.


Por Marlon Fonseca



            Mass Effect, e sua trilogia original, que brilhou na geração passada, alçou rapidamente o panteão de grandes jogos e marcas de todos os tempos. Não era para tanto que Mas Effect Andromeda era um dos jogos mais esperados dessa geração.
A franquia

            Prometendo uma nova história e personagens desse universo além de trazer novas nuances a ele, graças ao poderio dos novos consoles, o jogo porém foi aquém do que todos esperavam. Mas até que ponto de fato Andromeda se saiu bem ou não? Veremos a partir de agora.

Com o capitão Sheppard e sua equipe fora da equação, o game tem a missão de ampliar a saga com nova história, personagens e enfoques dentro do universo já estabelecido. Agora os irmãos Ryder entram em cena ás voltas com as dificuldades de se explorar a galáxia de Andromeda.

            Mais do que qualquer coisa, é nítido que o jogo sentiu o peso do nome da saga e de sua produtora Bioware, símbolos de histórias bem construídas, personagens aprofundados e foco pesado nas decisões e suas consequências tanto nas relações do protagonista e as pessoas que o cercam como até mesmo nos planetas, raças e universo. Assim os defeitos sofreram um peso maior e as qualidades saem quase como obrigatórias.

            Mas, Mass Effect Andromeda é sim um jogo de erros e acertos. No primeiro bloco, o das qualidades, o que salta aos olhos de imediato é o esmero gráfico. Nesse quesito principalmente a direção artística complexa e variada dos planetas se destaca. Aliado a esse quesito, a parte sonora auxilia em deixar os ambientes mais vivos destacando fauna e flora e os combates bem mais emocionantes.

            O jogo também é positivo no quesito “coisas para se fazer”. Além das missões principais que vai obrigar o jogador a saltar de planeta em planeta e conviver com personagens das mais variadas raças e motivações próprias, há diversas missões secundárias divididas em vários segmentos. Primeiro as já tradicionais missões de lealdade onde se conhece um pouco mais do histórico de seus aliados e deve auxilia-los cada um com seu drama individual. Existem também missões relacionadas à nave e sua tripulação.

Nova tripulação. Novos desafios.


            Além dessas há o fator exploração muito aguçado do jogo onde se deve desbravar os planetas, catalogando as espécies encontradas, achando pontos de interesse e os tornando viáveis para colonização.

            Ainda no quesito secundário, há as missões de interesse do protagonista que revelam mais do passado de sua família, além dos cuidados com sua irmã ou irmão (dependendo do gênero escolhido para o personagem principal).

            As eventuais paqueras, flertes e namoricos continuam, afinal de contas, mesmo tentando povoar uma nova galáxia e lidando com raças alienígenas diversas há um tempinho para um chamego.

O game traz gráficos bonitos e planetas variados

            Cabe ao protagonista, também, alocar pontos, os PVA, e organizar de que forma a colonização se fará, divididos nos aspectos militar, científico e comercial.

            Trazendo mais elementos de RPG ao jogo, há também a possibilidade de se escolher várias classes ao personagem e trabalha-las e desenvolvê-las em seu decorrer.

            Passear pelos planetas é divertido e o uso do novo veículo, o nomad que substitui o mako do primeiro jogo, só auxilia essa experiência e amplia. Aliados a esse, a arca nexus e a nave tempest são hud´s muito amplos, detalhados e oferecem suas próprias missões e aperfeiçoamentos.

            Os combates são muito emocionantes e o jogo consegue proporcionar um ou outro momento de ação cinematográfica.

A exploração é a essência aqui.

            A jogabilidade em geral é muito precisa e tranquila de se entender mesmo com muita coisa para se administrar. Nos combates, não há mais um comando para entrar em cobertura, sendo essa automática quando se aproxima de uma área própria a isso. De maneira geral esse expediente funciona muito bem, o que traz maior dinamismo ás batalhas, porém, em alguns casos pode não funcionar como esperado podendo prejudicar o jogador.

            Ou seja, Andromeda, é um jogo bonito, detalhado e com bastante conteúdo.

            Já no aspecto negativo tem três aspectos que chamam a atenção e prejudicam seu resultado final. O primeiro deles é o excesso de bugs recorrentes. Além de falhas na performance com quedas nas taxas de frames há coisas mais graves como engasgos e relatos de missões que não “abrem”.

            Há também o famigerado problema das animações faciais dos personagens que já virou piada na comunidade gamer. De fato, há coisas indefensáveis como olhos agindo de forma estranha e alguns personagens menos detalhados do que outros o que é uma pena pois os gráficos do jogo, conforme falado acima, são muito bons e os modelos dos personagens são bem feitos, porém prejudicados pelo problema em questão.

O jogo oferece bastante conteúdo

            Quem começou a jogar a partir do patch 1.05 tem enfrentando menos problemas nesses dois aspectos mas é de se lamentar ter um jogo desse peso e importância ser entregue dessa forma. Um mal que tem se tornado frequente nesse geração.

            Por último, e esse não há patch que resolva, há a questão da irregularidade narrativa. Por mais que ele ofereça muito conteúdo e missões secundárias acima da médias, os diálogos e história do jogo estão um tom abaixo do que se esperaria de um jogo tanto da saga como da empresa que o criou.

Principalmente no peso das decisões e nos diálogos que está um nível abaixo do que a série já ofereceu.



            Mass Effect Andromeda, assim é um jogo bastante decente e que oferece conteúdo suficiente para deixar o jogador mais dedicado preso ao seu universo por bastante tempo. Suas falhas técnicas imperdoáveis e a história levemente abaixo da média do que a série sempre ofereceu, entretanto, acabam com as suas pretensões de ser um dos grandes marcos da geração atual. É um bom capítulo para a saga e um novo ponto de partida. Uma eventual sequência um pouco mais caprichada pode colocar tudo no rumo novamente.



Nota: 8,5

Versão testada: PS4 pro




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