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Opiniões # 75 – O Homem de Aço (The Man of Steel, USA, 2013)
Por Marlon Fonseca
O Homem de Aço marca
o retorno do Superman aos cinemas trazendo um novo tom ao personagem nas mãos
da mesma equipe que brilhou na trilogia O Cavaleiro das Trevas.
Trata-se de um reinício e uma nova roupagem ao “primeiro
dos super heróis” onde acompanhamos o jovem Clark Kent (Henry Cavill) tentando
encontrar sua posição no mundo ante as qualidades únicas que possui. Quando uma
ameaça de seu extinto planeta natal vem à Terra ele finalmente percebe para que
fora destinado.
Sem a menor sombra de dúvidas é no aspecto intimista e contemplativo
que o filme tem de melhor. David Goyer e Cristopher Nolan (que aqui assume a
função de co-roterista e produtor) mais uma vez acertam a essência de um super
herói e o adaptam a partir dela.
Ciente da sua condição de alienígena e do que pode
representar seus poderes, Clark percorre o mundo em busca de respostas não
conseguindo saber onde se encaixar em um planeta que não é seu. O paralelo a
Jesus Cristo e ao seu caráter messiânico, outro ponto forte da mitologia do
herói, também é claramente enfocado.
Um herói contemplativo e solitário buscando seu lugar |
Outro aspecto importantíssimo e muito bem desenvolvido no
roteiro é a forma que seus pais, tanto os biológicos como adotivos, moldaram
seu caráter. Os diálogos frequentes com ambos ao longo de todo o filme são
emblemáticos. Para isso as presenças e atuações de Kevin Costner como Jonathan
Kent e Russel Crowe como Jor El foram acertadíssimas. São responsáveis pelos
momentos mais tocantes do longa.
Mesmo sendo o mais realista possível, o filme também
expande a mitologia de Krypton não somente no interessante prólogo que a
apresenta, mas em tudo que se segue na trama e provavelmente continuará nas
sequências.
Os ensinamentos paternos como essenciais para a formação do caráter |
O aspecto mais
incômodo da trama foi a mudança da dinâmica entre Clark e Lois o que acabou por
enfraquecer demais o aspecto romântico que o personagem sempre carregou. Se nos
atentarmos para a trilogia do Batman notaremos que realmente esse aspecto
também fora diligenciado por Nolan. Assim, a icônica personagem ganha outra
importância valorizando a sua intérprete, a sempre ótima Amy Adams, ainda que seja
exatamente com ela onde ocorrem as maiores forçadas de barra do roteiro.[1]
Mudança na dinãmica entre Clark e Lois pode incomodar |
Zack Snyder, que já apresentará excelentes trabalhos no
gênero com 300 e Watchmen, foi o escolhido para a direção e não decepciona. Mesmo
apresentando a direção mais “convencional” de sua carreira, abandonando o seu
estilo característico, se sai muito bem tanto nas sequências dramáticas quanto
nas de ação.
Estas últimas, aliás, são excepcionais e muitíssimo bem
executadas, numa escala de grandiosidade incomparável, trazendo ao personagem
um nível de ação nunca apresentado em suas outras encarnações cinematográficas.
A brutal batalha final está entre umas das sequências mais bacanas do gênero[2].
A
trilha sonora de Hans Zimmer pode não ser icônica como a de John Wiiliams, nem
mesmo repetir a sua própria excelência como fora seu trabalho nos filmes do
Batma, mas é interessante e bonita.
A escala de ação é grandiosa |
A
atuação de Henry Cavill, que por muitos anos viu seu nome cotado para ostentar
o manto do herói e precisa. Sua versão do personagem é mais sisuda, contida,
séria e até mesmo sofrida. Ele, assim, consegue passar a densidade desenvolvida
para essa nova visão do Superman.
Do
outro lado da moeda, temos Michael Shannon (que havia brilhado em dois
personagens surtadíssimos nos ótimos O
Abrigo e Possuídos) apresentando sua faceta de vilão com um
General Zod frio, determinado e insano. Reflexo dos tempos atuais o personagem
é apresentado como um sujeito que faz de todo para defender seu povo nem que
tenha que destruir outro para isso. Seu braço direito, Faora (Antje Traue) tem
bons momentos e apresenta ainda mais frieza e crueldade do que seu comandante.
O elenco de apoio é tão qualificado que ainda temos Laurence Fishburne como
Perry White.
Michael Shannon e seu obcecado Zod |
Assumidamente
a Warner pretende fazer com que O Homem
de Aço seja o pontapé inicial para o inevitável encontro dos heróis DC em
um filme da Liga da Justiça[3]. Algumas referências a
este universo de fato estão presentes, ainda que discretas, e procura-las vai
ser um passatempo a mais para os fãs. E muita coisa do próprio cânone do herói
foi deixada para a confirmada sequência.
Marcando
o retorno de um ícone e estabelecendo caminhos para sua futura reunião com os
demais colegas de Liga, O Homem de Aço não decepciona. Ganha muitos pontos pelo
caráter intimista e contemplativo no qual apresenta o personagem o honrado e o
densificando. As cenas de ação extremamente bem feitas farão o público delirar,
pois o colocam em ação de forma nunca apresentada no cinema e que certamente
fará o público delirar.
Cotação:
9,0
Ficha
técnica: O Homem de Aço (The Man of Steel,
USA, 2013). Ação. Aventura. Drama. Direção: Zack Snyder. Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon,
Kevin Costner, Russel Crowe, Laurence Fishburne. Duração: 143 min.
[1] Em
um dado momento Zod chama Lois para ingressar em sua nave sem motivo algum, mas
que acaba sendo importante para a personagem descobrir informações importantes.
[2] E
a destruição gerada por ela consegue superar a vista em Os Vingadores e até
mesmo nos Transformers de Michael Bay.
[3] Na
verdade a Warner já fizera isso em Lanterna Verde, mas o fracasso de público e
crítica do filme o levaram a ser ignorado e o estúdio ainda não sabe o que
fazer com o personagem.
Pois eu achei a pior direção do Zack Snider até agora.
ResponderExcluirO filme é CHAAAAAA -TOOOOOO na primeira hora.
(a primeira hora INTEIRA)
E na segunda hora... começa a ficar meio bom...
mas...
a coisa fica estranha quando tá no meio da pauleira e vc nota que ... às vezes também fica chato.
Não parece um filme do Super-Homem. A tecnologia Kryptoniana não se diferencia de qualquer outro filme de Aliens que tem aos milhões por aí... não passa a idéia que, por exemplo, John Byrne conseguiu... ou o filme de 1978...
O Super-Homem não lembra muito o Super-Homem. E, a interpretação do Cavil me lembrou das piores parte do Hayden Anakin Skywalker em alguns momentos.
O filme é cheio de pequenas cenas forçadinhas e resoluções incoerentes , inconsistentes que não fazem sentido e abdicam da lógica em favor do efeito clichê. Bem ao estilo TDKR e do seriado FOLLOWING... me irritou e testou a minha paciência.
A morte do Jonathan Kent foi HORRÍVEL. Fez a morte do Tio Ben no último Spider Man ficar... bonitinha...
Gostei da Lois Lane. Gostei da personagem , da atriz, da interpretação... nota 10.
Perry White... caricato.
A exemplo do Lanterna Verde... eu gostaria de ver uma sequência. Acho que tem potencial pra se desenvolver mais a partir do que foi feito. Principalmente por causa dos ganchos que atiçam a curiosidade como referências à Lex Corp ou a relação do Kal com a Lois ... que não teve... mas ficou meio que prometida pro futuro.
O filme acerta em algumas coisas. Tem cenas de ação que ficaram ótimas. A cena de vôo primeira do Super achei ótima. Nada a ver com qualquer outra já mostrada, mas gostei.
Tem algumas idéias boas e algumas bem desenvolvidas.
O personagem do Super consegue gerar carisma.
O Zod consegue gerar repulsa, ao mesmo tempo em que se compreende (e se aceita) , como poucas vezes, as motivações dos vilões...
Resumindo: O filme é irregular.
O filme não escorregou o suficiente igual ao Lanterna Verde. Escorregou o suficiente só pra irritar quem tem senso crítico mais exigente.