sábado, 12 de maio de 2012

...CINEMA. Opiniões #28- Battleship - A Batalha dos Mares


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Opiniões #28- Battleship – A Batalha dos Mares (Battleship, USA, 2012).
Por Marlon Fonseca



            Battleship – A Batalha dos Mares é um projeto inusitado. Quem não vem acompanhando o seu desenvolvimento talvez não saiba, mas ele é inspirado no clássico jogo de tabuleiro batizado aqui no Brasil de Batalha Naval. Para incrementar a adaptação, e aproveitando o mega sucesso de Transformers, os produtores resolveram adicionar alienígenas robóticos na história. Saiba aqui e agora, o que resultou dessa ideia.

            Na trama, em meio a jogos envolvendo as forças marítimas de vários países, a terra é invadida por alienígenas hostis. A batalha é focada em grupo de marinheiros americanos liderados por um jovem e irresponsável comandante.

            Não esperem um roteiro que faça qualquer tipo de sentido. O filme gasta sua meia hora inicial apresentando personagens, estabelecendo conflitos e relacionamentos (irmão mais velho com irmão mais novo, sogro e genro, fisioterapeuta com cliente revoltado) para logo após o início da invasão abandonar tudo em prol da ação.

Assim, o filme é o exponencial do dito “cinema-pipoca”. É aquele tipo de longa que serve apenas e tão somente como diversão fugaz e esquecível. Barulhento, exagerado e com cenas de ação e efeitos especiais competentes.

Nesse quesito, ele chega a empolgar em alguns momentos. As seqüências de destruição e batalhas são muito bem orquestradas pelo diretor Peter Berg (de Bem vindo á Selva, Hancock e O Reino) que evita o expediente de câmera tremida, habitual de seu colega, Michael Bay[1]. Principalmente quando se vislumbra, ainda que rapidamente e em uma seqüência apenas, o jogo no qual fora “inspirado” ao mostrar uma verdadeira guerra estratégica. Já a ação envolvendo a namorada do protagonista e seu paciente, juntos a um cientista atrapalhado, aborrece um pouco.

Os efeitos, como era de se esperar de uma produção galgada principalmente neles, estão muito bons e os designs de veículos e criaturas ficaram bacanas.

Quanto ao elenco, temos Taylor Kitsch como o herói estilo “talento desperdiçado”[2] se saindo bem tal qual em John Carter. Ainda que continue imitando a voz de James Franco. Alexander Skargasd (O vampiro Eric de True Blood e do excelente Melancolia se sai bem com o pouco que tem). Brooklyn Decker (a namorada de Adam Sandler em Esposa de Mentirinha) está ali mais para enfeitar a tela e é prejudicada por estar na parte mais aborrecida do filme. Rihanna, outro aspecto curioso deste filme, está mais para uma imitação chata de Michelle Rodriguez.[3] Já Liam Nesson pouco aparece e está ali para tentar dar mais credibilidade ao projeto e “tira de letra” a tarefa, como de costume.

            Battleship é isso. Uma idéia absurda que resultou em um filme com tudo de bom e ruim que o cinema de ação descompromissado pode oferecer: muito barulho, correria, efeitos especiais de ponta e sentido algum no que você está assistindo.
           


Cotação:  (3/5)

Ficha Técnica:Battleship – A batalha dos Mares (Battleship, USA, 2012). Ação. Direção: Peter Berg. Elenco: Taylor Kitsch, Alexander Skargard, Rihanna, Brooklyn Decker e Liam Nesson. Duração: 132 min.


[1] Comparar o filme a Transformers e citar Bay são enormes clichês que foram impossíveis de afastar
[2] Característica esta realçada em um diálogo.
[3] A original, pelo menos, é autêntica.

3 comentários:

  1. Só eu achei um suicídio comercial imenso lançar este filme tão perto de Vingadores? Será que a distribuidora confiava tanto assim no seu taco? Não vi o filme... no entanto, apesar de adorar uma bobagem, tô meio cansado desses filmes declaradamente acéfalos. Batalha de Los Angeles, Transformers 3, Fúria de Titãs 2, e agora esse Batalha Naval. Todos esses filmes pedem para que desliguemos o cérebro antes de assistir... o problema é que, depois de tanto desligamento, o negócio pode acabar pifando de vez.

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    1. Olá Marcos, primeiramente bem-vindo ao blog e obrigado pela leitura e comentário.

      Curiosamente, esses dois temas que você abordou passaram pela minha cabeça durante a projeção.

      Quanto à data de lançamento, acredito que ela veio para pegar os espectadores que justamente já assistiram aos Vingadores. Lembrando que daqui há 2 semanas sai MIB 3, outro potencial blockbuster. Outrossim, ele serve como chamariz para o grande projeto da Universal do ano: Branca de Neve e o Caçador. Nada mais nada menos do que 2 trailers diferentes do filme passaram antes do início de Battleship.

      Quanto aos filmes de ação descerebrados concordo que eles de certa forma já estão cansando. Ainda mais quando estamos em uma fase onde os produtores e diretores tentam trazer conteúdo a este tipo de filme. E o público começa a exigir isso também. Mas acredito que mesmo cheio de falhas eles ainda servem ao seu propósito: diversão escapista e ligeira.

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  2. Legal teu blog Marlon.
    Fúria de Titãs 2, concordo com Marco. Baita bobagem.

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