...CINEMA
Opiniões #21- Espelho, espelho meu (Mirror, mirror, USA,
2012)
Por Marlon Fonseca
Periodicamente
em Hollywood acontece um fato inusitado: são lançados em pouco espaço de tempo
dois filmes com o mesmo tema. Em 1997 foi a vez de dois filmes sobre vulcão: O Inferno de Dante e Volcano. Já em 1998
Armaggeddon e Impacto Profundo
competiam o posto de “filme catástrofe de asteróides que cairão na terra” Agora
em 2012 é a vez da Branca de Neve ganhar dois filmes reimaginando a sua
história.
Esse
Espelho, espelho meu é o primeiro a
ser lançado. Na trama, a princesa Branca de Neve, após o desaparecimento de seu
pai, é mantida no castelo pela terrível rainha e sua madrasta. Ao completar 18
anos resolve conhecer seu reino e descobre a opressão que ele vem sofrendo. Com
a ajuda de um grupo de anões e de um príncipe atrapalhado tentará salvar seu
reino.
O
filme é uma mescla de comédia e aventura com resultado irregular e visivelmente
fora do tom e alterna entre o cartunesco e o exageradamente teatral. O roteiro
é inconsistente e desconexo.
O diretor indiano Tarsem Singh de
filmes como A cela e Imortais é reconhecido principalmente
pelo seu apuro estético. Aqui ele repete os erros e acertos de seus filmes
anteriores, principalmente do épico de ação mitológico. Tal qual em seu filme
anterior, há uma predileção e excessivo uso do tom dourado tanto nos cenários
como nos belos figurinos. Os cenários são bonitos, mas soam extremamente
artificiais, principalmente a floresta.
Desde
que o filme fora anunciado o fato de Julia Roberts interpretar a rainha má era
o seu maior chamariz. E acabou sendo o seu maior atrativo realmente. Ela está
completamente á vontade e aparenta está se divertindo muito no papel. O casal
principal, porém já não padece de tanta sorte, pois foi diretamente afetado pelo excesso de tom de todo o filme. Lily Collins (do thriller de ação Sem saída) se sai um pouco melhor e
consegue expressar a doçura e espírito aventureiro de sua personagem, ainda que
o roteiro em momento algum aprofunde as suas motivações. Já Armie Hammer (que
havia se saído muito bem em A
Rede Social e J. Edgar) passa vergonha com “caras e
bocas” abobalhadas do seu príncipe, tendo sido a vítima principal do tom
cartunesco do filme. O elenco ainda conta com o sempre divertido Nathan Lane que repete aqui seus maneirismos de outrora e também é mal aproveitado.
Os
anões, ainda que também não muito bem desenvolvidos, são, ao lado de Roberts, o
alívio do filme. Mesmo adstritos a uma característica de personalidade cada,
suas cenas sempre valem uma conferida, principalmente a do “treinamento” de
Branca de Neve.
Conforme
falado em Fúria de Titãs 2, nada
contra “liberdades criativas”. Mas aqui elas são problemáticas e soam forçadas
demais como se o objetivo fosse apenas inovar, mesmo sem sentido algum. [1]
Enfim,
esta tentativa de inovar e modernizar o conto da Branca de Neve resultou em
algo extremamente fora do tom e que pouco diverte. Se salva Julia Roberts que
leva o filme “nas costas”, mas não o ajuda totalmente em razão de um roteiro
inconsistente e em muitas vezes aborrecido.
Cotação: (2/5 - regular)
Ficha técnica: Espelho, espelho
meu (Mirror, mirror, USA 2012). Comédia, aventura. Direção: Tarsem Sing.
Elenco: Julia Roberts, Lily collins. Armie Hammer, Nathan Lane. Duração: 106
min.
Curiosidade:
O outro filme: “Branca de Neve e
o caçador”: O “rival” de Espelho,
espelho meu será lançado ainda este ano, dia 1º de Junho, e é mais voltado para o drama e aventura épica. Como o próprio nome do filme revela, ele será
mais focado no relacionamento entre a Branca de Neve e o caçador que será seu
mentor. A maior dificuldade do filme será convencer que a Branca de Neve de
Kristen Stweart (a Bella de Crepúsculo) é mais bela que Charlize Theron que
interpretará a rainha má. O Thor Chris
Hemsworth viverá o caçador.
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