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Opiniões #85 – Sem dor, Sem ganho (Pain e Gain, USA, 2013)
Por Marlon Fonseca
Acostumado a fazer produções caríssimas e repletas de
explosões – e ser duramente criticado por isso – o diretor Michael Bay viu na
história verídica de um grupo de “marombeiros” que se voltaram para o cirme. a
chance de fazer um filme “menor” e em tom assumidamente cômico.
Em Sem dor, sem
ganho, título em alusão a uma frase bastante conhecida no meio das
academias, acompanhamos essa história onde três fisiculturistas arquitetam e
executam um plano de extorsão que sai completamente errado.
Puxando muito mais para a comédia do que para a ação, o
filme peca por idiotizar demais os personagens tornando-os meras caricaturas. Mesmo
que consiga fazer graça em alguns poucos momentos, trata-se de um filme muito
bobo.
Os melhores momentos são os inspirados no universo das
academias que estourou na década de 90 (época onde se passa a trama),
principalmente os pensamentos em off do
personagem de Mark Whalberg.
Anthonie
Mackie tem o personagem mais simpático e que também rende algumas boas
situações. Ver “The rock” atrapalhado como nunca também vale. Mas no fundo
nenhum personagem consegue passar qualquer noção de carisma.
Criminosos e atrapalkhados
Bay tentou aqui trazer uma fábula distorcida sobre
realizações e a busca do “sonho americano”. Por falar nisso sua conhecida
patriotada sai mais do tom do que de costume com frases grosseiras definindo uma
ou outra atitude como sendo ou não “americana”.
Dotado de uma inegável habilidade técnica, o diretor as
utiliza no filme alguns joguetes de Câmera apenas para exercício de estilo
empregando-os em momentos desnecessários.
Assim como a busca por realizações de seus protagonistas,
Bay não alcança grandes sucessos com Sem dor, sem ganho. Em alguns momentos até
parece ter alcançado mas o resultado não é satisfatório.
Cotação: 5
Ficha Técnica: Sem dor, Sem ganho (Pain e Gain, USA, 2013). Comédia. Policial. Direção: Michael Bay. Elenco: Mark Whalberg, Dwayne “The Rock” Johnson,
Anthony Mackie, Tony shaloub, Ed Harris. Duração 129 min.
Opiniões # 84 – Indie Game – The Movie (USA, 2012)
Por Marlon Fonseca
Com a popularidade de jogos em smartphones e a distribuição digital por redes como PSN (Família
Playstation), Live (Família Xbox) e Steam (Computadores), os criadores
independentes nunca tiveram tanto espaço para a criação e publicação de suas
obras. E até uma contraposição em um mercado que vem recebendo críticas em
relações a pouca criatividade e excesso de continuidade de franquias em seus
jogos mais populares.
Disponível aqui no Brasil por meio do sistema Netflix,
Indie Game-The Movie, mostra os bastidores da produção de jogos independentes e
da vida de alguns de seus criadores em busca do término se seus jogos e
aceitação no mercado.
O filme foca basicamente a criação e criadores de três jogos
em três momentos diferentes: o já lançado Braid,
um dos sinônimos de sucesso no segmento, a metade do desenvolvimento para o
final de Super Meat Boy e a luta do
criador de Fez para termina-lo.[1]
O documentário serve
tanto para o público gamer como para qualquer
outro tipo de espectador. Para os entusiastas em jogos, é interessante
acompanhar e conhecer um lado um pouco mais romântico da indústria, onde
somente uma ou duas pessoas passa pelo desenvolvimento de um jogo todo.
O árduo e solitário trabalho
Enquanto os jogos publicados e desenvolvidos pelas
produtoras gigantes envolvem milhares de funcionários, os jogos independentes
são frutos da imaginação e trabalho única e exclusivamente de seus criadores.
Para o espectador médio que não se interessa muito por
jogos eletrônicos, serve como uma história de luta por um ideal e todos os
percalços enfrentados por um objetivo.
Ao mesmo tempo em que os espectadores se comovem com as
histórias pessoais desses programadores, sentem ao lado deles os problemas
enfrentados no caminho, como o aperto financeiro, a pressão dos prazos e a
incerteza de seu sucesso.
O criador de Braid confessa ter sofrido de depressão após o lançamento do game.
É curioso e até alarmante notar, que todos em algum
momento do processo sofrem de depressão em razão dos problemas enfrentados e se
sentem inseguros a todo o tempo, algo normal em qualquer pessoa que abraça um
empreendimento.
Em seus aspectos técnicos, o filme apresenta-se como um
documentário padrão sem nenhuma invencionice ou trucagem desnecessária, focando
nos seus personagens e conseguindo de forma bastante competente apresentar seus
dramas.
Ainda consegue, também, passar uma geral no mercado de
games, até mesmo na relação complicada que os desenvolvedores têm com os gamers pela internet.
Enfim, Indie Game-
the movie é uma visão sincera sobre pessoas que sacrificam suas vidas pela
busca de um sonho e que mostra de forma simples e competente seu cotidiano e
boa parte do mercado em questão. Vale a conferida.
Cotação: 8,5
Ficha Técnica: Indie Game –
The Movie (USA, 2012). Documentário. Direção: Lisanne Pajot, James Swirsky. Elenco: Jonathan Blow, Phil Fish, Edmund Mcmillen,
Tommy Refenes. Duração: 100 min.
[1]
Este último foi lançado após o documentário e alcançou grande sucesso.
Opiniões # 83 – Círculo de Fogo (Pacific Rim, USA, 2013)
Por Marlon Fonseca
O Fascínio do diretor e produtor Guillermo Del Toro por
monstros é nítido. Basta percorrer sua interessante filmografia e atestar tal
fato. Mas é com Círculo de Fogo que
ele presta sua apaixonada homenagem ao seu gênero preferido.
Inspirado nos filmes de monstros como os de Godzilla, nos
seriados japoneses, os tokusatsus, tipo
Jaspion, Changeman e demais, além de animes//mangãs como Evangellion, Robotech[1], Gundam, o filme
transporta as batalhas entre robes gigantes e criaturas abissais para as telas
com tudo que a tecnologia atual tem a oferecer.
E
engana-se quem tenta compara-lo com os filmes de Transformers, que, infelizmente, tornaram-se sinônimo de barulheira
e destruição desenfreada e descerebrada em razão do seu diretor e a duvidosa
qualidade do segundo e terceiro filmes.
Na trama, ambientada em um futuro não tão distante, a
Terra passa a ser assolada por ataques dos Kajui (“monstros” ou “fera estranha”
em Japonês), criaturas surgindo do oceano e para combatê-los são criados os
Jaegers (“caçadores” em alemão). Após anos de combates os ataques passam a ser
mais intensos e o programa e a humanidade estão ameaçados. É chegada, a hora,
portanto de uma última iniciativa. E dois pilotos, um ex-combatente desacredito
(Charlie Hunnam, competente) e uma jovem e novata cadete (Rinko Kikuchi,
excelente) são a esperança.
Para controlar os Jaegers são necessários dois pilotos em uma conexão neural
Tanto a história como o roteiro são executados de forma
bastante simples. A maior inventividade é a forma como os Jaegers são
controlados. São necessários dois pilotos conectados psiquicamente para
fazê-los funcionar.
Tal fato seria o catalisador no roteiro paras as
situações dramáticas do filme, mas elas pouco ocorrem. Mesmo sendo um filme
feito de alma e coração pelo seu diretor e nitidamente “abraçado” pelo
competente e dedicado elenco, o aspecto emocional é o que há de mais fraco no
filme. Todas as relações entre os personagens são rápida e superficialmente
estabelecidas.[2]
O Visual é deslumbrante
Outrossim, a dupla de cientistas (interpretados por
Charlie Day e Burn gorman) ás voltas com um experimento que pode mudar o rumo
da batalha e sua aventura no submundo comandado por um traficante estilo
cafetão americano (interpretador pelo figuraça Ron Pearlman, o Hellboy dos dois ótimos filmes do
personagem dirigidos por Del Toro), não conseguem atingir a comicidade
esperada.
Mesmo esses aspectos não tiram a espetacularidade do
filme. As (muitas) batalhas entres Kajui e
Jaegers são empolgantes e
extremamente bem executadas. É até curioso identificar na “coreografia” de suas
lutas golpes já vistos em Ultraman e etc.
Outro aspecto interessante a ser destacado é o cuidado da
produção em mostrar o impacto cultural e físico de anos de batalhas nas cidades
atingidas. Ao contrário de filmes recentes como Os Vingadores, Homem de Aço, e Transformers, as destruições são
“sentidas” e passam a incorporar os cenários resultando em um belíssimo
trabalho de direção de arte.
O Estrago dos terríveis Kajui é sentido no ambiente e na sociedade
Aliás, é no aspecto visual que o filme se sobressai. Os
efeitos especiais estão impecáveis e o design dos mechs e dos monstros muito
bacanas.
A fotografia alternando entre o azul e o cinza, a
constate e forte chuva caindo servem para ambientar o espectador no aspecto
apocalíptico e oprimido em que o mundo se encontra.[3]
Inicialmente avesso em converter o filme para o 3D, o
diretor acabou cedendo á pressão do estúdio e o filme acabou sofrendo uma
conversão para o formato muito bem feita, agregando ainda mais qualidade ao seu
visual. Círculo de Fogo, inclusive, é
para ser assistido na maior e melhor tela e sons possíveis.
Os confrontos são fantásticos
Em contraposição, e não se garantindo apenas nos efeitos,
Del toro e sua equipe entregaram cenários reais gigantescos e bem trabalhados,
como, por exemplo, as “cabines dos pilotos” dos Jaegers.
Empolgante, apaixonado e bem executado Círculo de Fogo é
uma homenagem sincera e um entretenimento de primeira. A sua simplicidade e
superficialidade na história e personagens não prejudicam em todo o seu ótimo
resultado final.
Nota: Há
uma cena após os belíssimos créditos finais.
Cotação: 9,0
Ficha Técnica: Círculo de Fogo (Pacific Rim, USA, 2013). Aventura. Ficção Científica. Direção:
Guillermo Del Toro. Elenco: Charlie
Hunnam, Idris Elba, Rinko Kikuchi, Charlie Day, Burn Gorman, Ron Pearlman.
Duração: 131 min.
[1]
Que ganhará um filme em breve protagonizado e produzido por Leonardo dicaprio
[2] Há
até uma rivalidade entre pilotos ao estilo Top
Gun
[3]
Reparem que o céu só fica claro na sequência final do filme.
Opiniões # 82 – RED 2 – Aposentados e ainda mais
perigosos (RED 2, USA, 2013).
Por Marlon Fonseca
Lançado em 2010, o primeiro RED, adaptação de uma minissérie
em quadrinhos criada por Warren Ellis e Cully Hammer, fez relativo sucesso de
público e crítica ao trazer um elenco interessante composto por veteranos em
situações de ação e comédias. Afinal, quem não se lembra da emblemática cena em
que a grande dama Helen Mirren portava uma imponente metralhadora?
Nessa continuação, todo o elenco do anterior retorna e
ainda conta com as adições de Anthony Hopkins e Catherine Zeta Jones. Dessa
vez, Frank Moses (Bruce Willis), Marvin (John Malkovich) e Sarah (Mary-Louise
Parker) são envolvidos em uma operação para rastrear um dispositivo nuclear
portátil.
Assim como no primeiro, o elenco é o principal atrativo. Além
de conter nomes importantes, tarimbados, premiados e conhecidos do cinema, é
nítido que todos estão se divertindo muito fazendo o filme. Impossível não se
deliciar com as sandices de Marvin, o ponto alto nesse quesito. As trapalhadas
de Sarah também rendem bons momentos.
O trio central. Filme funciona mais na comédia
Já a
ação vem ainda mais exagerada e apesar de apresentar cenas bem feitas, não
empolga. Assim como a história que não consegue prender a atenção e o roteiro
tem lá seus furos habituais.
Seguindo
as características de seu antecessor, mas com menos brilho, RED 2 resulta em um
desequilíbrio entre os gêneros que contém. Ao mesmo tempo em que consegue
arrancar algumas risadas da plateia nos momentos de comédia, não consegue ser
eficiente ao despertar interesse na trama e em suas cenas de ação.
Cotação: 6,5
Ficha Técnica: RED 2
– Aposentados e ainda mais perigosos (RED 2, USA, 2013). Ação. Comédia. Direção: Dean Parisot. Elenco: Bruce
Willis, John Malkovich, Mary-Louise Parker, Helen Mirren,Anthony Hopkins,
Catherine Zeta Jones, Byung-Hun Lee, Brian Cox e Neal McDonough. Duração: 116
min.
Opiniões # 81 – Truque de Mestre (Now You See Me, USA, 2013)
Por Marlon Fonseca
Segundo os próprios personagens de Truque de Mestre um número mágico e composto basicamente de
artifícios para distrair a atenção a fim de se atingir o resultado pretendido:
surpresa, admiração e aplausos. E o
filme usa dos mesmos artifícios em busca dos mesmos resultados mesmo que
trapaceie para tanto.
Na trama, quatro ilusionistas, atraídos por um estranho,
se juntam para realizar apresentações pelos palcos dos Estados Unidos. Após uma
delas resultar em um audacioso furto, um obstinado agente do FBI e uma novata
agente da Interpol passam a persegui-los.
Trata-se
de um thriller bastante interessante, com elenco de primeira qualidade e um
final daqueles que será discutido em várias rodas de amigos e fóruns de
discussões internet afora.
Seu maior trunfo é o eficiente jogo de “gato e rato”
durante todo o longa e a ambientação no mundo da mágica, utilizando várias
referências desse universo particular.
Quarteto suspeito.
Louis Leterrier, diretor egresso de bons filmes de ação
como Cão de Briga, Carga Explsiva 2, Fúria de Titãs, e O
Incrível Hulk, traz do gênero a montagem acelerada e os cortes abruptos
como um dos expedientes do filme para manter a atenção constante do espectador.
O roteiro, porém, apresenta situações forçadas o tempo
todo para atingir o final pretendido sem se importar com os furos que vai
deixado no meio do caminho. As constantes reviravoltas, muitas previsíveis,
acabam cansando o espectador em algumas ocasiões. E o romance é sem graça.
Mark Rufalo lidera a caçada aos ilusionistas
Valendo-se de elenco, ambientação e alternâncias constantes
de situações, Truque de Mestre tem o
suficiente para manter a plateia entretida e atenta. O final surpresa é
enfraquecido em razão da forçada de barra do roteiro para alcança-lo, mas mesmo
assim é bacana.
Cotação: 7,5
Ficha técnica: Truque de
Mestre (Now You See Me, USA, 2013). Suspense. Thriller. Direção: Louis Leterrier. Elenco:
Jesse Eisenberg, Mark Ruffalo, Woody Harrelson, Isla Fisher, Dave Franco,
Mélanie Laurent, Morgan Freeman e Michael Caine. Duração: 115 min.